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sábado, 26 de novembro de 2011

Só a Antropofagia Nos Une: Projétil Paralelo Ao Vivo!

Galera, com muito esforço a Projétil conseguiu os recursos necessários e vai fazer seu show no encerramento no primeiro encontro de letras do campus IX da UNEB. Se você mora em Barreiras ou vai estar por lá no dia 30 (quarta-feira próxima) passe por lá, vai ser de graça!




terça-feira, 15 de novembro de 2011

UPP: a hora e a vez da Rocinha (texto de Cleber Araujo)


Numa guerra particular por audiência, a instalação da UPP na Favela da Rocinha é o principal assunto midiático. Na verdade, não se fala em outra coisa. Na tentativa de conquistar um número maior de telespectador, as emissoras focam toda sua atenção nesse acontecimento histórico prestigiando o público com uma cobertura “exclusiva”, com jornalistas posicionados nas vias de acesso a comunidade prontos para entrar em operação junto com a polícia - dispostos a arriscar a vida por uma matéria sensacionalista. Não podemos esquecer os especialistas e não-especialistas esclarecendo a sociedade sobre todo o processo de ocupação.
Foi justamente as meias-verdades ditas pelos não-especialistas que me motivou a escrever esse artigo. Vamos a elas:
O governo está retomando as áreas ocupadas pelas facções criminosas. É importante questionar e refletir sobre essa afirmação.  As facções criminosas só se desenvolveram e se organizaram em áreas abandonadas pelo estado, ou seja, nas favelas. Que nunca contaram com a presença do Estado nos setores de educação, saúde, saneamento básico, esporte, lazer, cultura e segurança pública. Então, por que o governo está retomando essas áreas?
Os moradores da Rocinha são reféns do tráfico. Essa afirmação nem meia verdade é. Não me entendam mal, não estou aqui para defender bandidos. Mas na Rocinha – estou falando exclusivamente da realidade dessa comunidade – os traficantes não impediam o direito de ir e vir dos moradores; não determinavam horários de chegar ou sair; nem sequer paravam visitantes para saber para onde estavam indo, até porque numa comunidade onde vive mais de 100 mil habitantes é difícil saber quem é morador e quem não é. Os moradores são na verdade reféns do medo de uma guerra interna entre bandidos, da tentativa de invasão de outra facção para tomar o poder e até mesmo de um possível confronto entre bandidos e polícia. Medo de estar no local errado, na hora errada e acabar sendo vítima dessa guerra urbana que tira a vida de tantos inocentes.
Também gostaria de responder a pergunta clássica feita pelos jornalistas aos moradores da Rocinha sobre a perspectiva em relação a instalação da UPP na comunidade.
A resposta também já se tornou clássica: MELHORIAS. A perspectiva de todos os moradores de comunidades periféricas com a chegada da UPP é de melhorias. Mas não relacionado diretamente a presença da polícia. Somente a instalação de uma UPP não muda em nada a realidade do cidadão de bem da Favela. Para entender o significado da resposta é preciso contextualizar a palavra MELHORIAS a esperança dos moradores de que, o Estado se faça presente no cotidiano da comunidade em outros setores sociais e políticos além da segurança pública.
A esperança de todos na comunidade é que a instalação da UPP na Rocinha não seja apenas para fazer média com a sociedade, mas que seja para o BEM-COMUM. Que não seja somente o símbolo da conquista de um território que antes estava entregue nas mãos do poder paralelo, mas que seja o símbolo histórico da primeira etapa da apropriação do Estado sobre comunidades que antes se encontravam abandonadas a própria sorte.
Cleber Araujo é jornalista e morador da Favela da Rocinha.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Situação da UNIR - Universidade Federal de Rondônia

A situação é crítica na educação no Brasil, como já foi divulgado na matéria anterior que trata da questão da UFOBA aqui venho publicar uma nota que os professores da UNIR lançaram. A situação da UNIR é similar a USP, mas infelizmente não tem a mesma divulgação, aqui estamos fazendo o mínimo possível que é veicular a situação da faculdade. Que ajam mais atos públicos no Brasil em prol da educação como um todo. E que as regiões mais desoladas sejam lembradas com justiça por todos que militam por um mundo melhor.
Abaixo um nota da UNIR:

Caros,
Compartilho com vocês a angústia de estar no Estado mais periférico do Brasil. A Universidade Federal de Rondônia está em greve há 46 dias (desde 14 de setembro) e ninguém fora de Rondônia sabe disso. A Reitoria está ocupada pelos estudantes há 25 dias. Ocupada significa fechada.
Um professor de História foi preso arbitrariamente pela Polícia Federal enquanto chupava um pirulito.
Os bombeiros condenaram o campus universitário. Os departamentos de Biologia e Química são praticamente bombas-relógio.
Todo dinheiro que entra pelo REUNI some num buraco negro e grande parte das vagas que o MEC manda são ocupadas por favorecidos pela Administração Superior.
Pedimos o afastamento do Reitor, mas ele não renuncia. Pedimos intervenção do MEC, mas demora. Resta fazer pressão e divulgar a greve fora de Rondônia. Aqui temos o apoio da mídia local e da sociedade (que traz comida e diesel pro gerador da Reitoria - cortaram a energia).
Estamos no faroeste.


Aqui tem um video que trata da prisão de um professor, é inacreditável a situação da educação no Brasil, mas é realidade isso. Vamos às lutas, aos protestos, às ocupações, debates e discussões, pois sem isso nada mudará.

Um drama chamado UFOBA

 
É com gosto de sangue e suor que se faz uma verdadeira luta. A classe dominante, os "desgovernantes" do Brasil e do estado, estão criando finalmente a Universidade Federal do Oeste da Bahia, algo que era um sonho de muitos anos e já foi alvo de inúmeras manifestações durante a história da região oeste da Bahia.
Como já é de ciência da população a distribuição dos campus da UFOBA é muito tendenciosa e pouco útil de fato. Luís Eduardo Magalhães (antigo Mimoso do Oeste), uma das capitais do estupro ecológico no oeste da Bahia, que é do lado de Barreiras (fazendo parte dela há alguns anos atrás) vai ter um campus, nada contra as duas cidades terem um campus, na verdade seria muito justo, se todas as regiões do oeste da Bahia tivessem as mesmas condições, coisa que não é prevista no projeto original de criação da UFOBA (já que os lugares com mais universidades da região são justamente Barreiras e LEM). A bacia do Rio Corrente não tem nenhum campus previsto no projeto original, sendo que é a região que historicamente mais lutou pela educação na região.
Oportunamente o ruralista Oziel Oliveira fez uma ementa para o projeto, na qual a região ganharia um campus, mas será que o campus de Santa Maria da Vitória terá todos os privilégios em sua estruturação como os outros campus que irão ser construídos?
Como se essa problemática não fosse bastante ainda temos (mais) um problema com a criação da UFOBA, os campi da UNEB e UFBA que estão na região oeste serão incorporados, ou seja se transformarão em campi da UFOBA, como se é sabido, muitas das pessoas que estão na UFBA são de classe média alta, e já na UNEB de classe média média ou média baixa ou até menos que isso, e claro que muita gente não quer a junção justamente por isso, pra não misturar o povão com a burguesia. Além claro da diferença entre os cursos, como várias humanidades e licenciaturas na UNEB.
Pra quem não sabe, há muito que o governo estadual faz manobras para poder incapacitar o campus IX da UNEB (Barreiras), devido ao alto teor de militância social que este campus já carrega em seu histórico, a federalização do campus IX tira a “bomba” da mão do governo do estado e que se livra do “problema” que vai estar nas mãos do governo federal.
A união das duas faculdades é algo bom (!?), principalmente para quem estuda na estadual devido a precariedade da faculdade, que passará a obter mais recursos (em teoria), além da modificação da estrutura da mesma, pois pra quem não sabe um dos maiores entraves do campus IX é a reitoria em Salvador, pois fica longe, e todos os processos são demorados inclusive alguns sem resposta, a distância faz com que sejam esquecidos e que a cobrança fique mais difícil. Uma das coisas ruins dessa união é que os professores da UNEB são concursados e contratados pelo estado, e apenas se a emenda do deputado José Rocha passar eles não ficariam todos desempregados, pois há vários professores da UNEB sem mestrado e doutorado (coisa que nas federais é praticamente pré requisito pra contratação) ou alguma especialização em pedagogia, mostrada com problemas como os professores de bacharelados como engenharia agronômica e contábeis, com métodos bem arcaicos de ensino, e inclusive falta de pesquisa (pois com tantos professores que não têm dedicação exclusiva, a universidade vira apenas mais um local pra "despejar palavras e sair com a grana", já que é só mais um emprego desses profissionais, que ainda não descobriram pra que serve uma universidade). Tirando a boa notícia, devemos lembrar também das verbas para concursos, manutenção, como será a autonomia, pois já sabemos que inaugurar obras é tudo de bom pra político, mas depois há os sucateamentos e pararemos no mesmo lugar: vide UNEB e UFBA atualmente (pelo menos nossos queridos campus de Barreiras).

Aqui ficam as informações básicas mas necessárias para a luta, não consegui aqui os links para os projetos de lei nem das ementas, mas o número do Projeto de Lei é 2.204/11.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Não Fique Triste e seu rock sem guitarras

Pode parecer baboseira pra uns, mas acho que esse lance de pós-modernismo tem muita coisa a ver com nossa época, veja só como estamos, não que isso seja exclusividade da Não Fique Triste, mas rock  sem guitarras é algo tão post rock quanto a progressão de Mogway ou Explosions in The Sky, a identidade das culturas cada vez mais se inventando pra sair da velha assimilação, do velho padrão.
Talvez essas três bandas tenham algo a mais em comum além desse rompimento e se o tem eu diria que é o sentimento posto nas músicas e sinceridade na composição e execução.
Uma valsinha bem simpática, eu diria, é aquele tipo de música que realmente dá pra chamar alguém pra dançar junto (ou pelo menos tentar, pra quem não sabe dançar, o que vale é a emoção, e o calor humano!). Baladas bem românticas e uma proposta bem ousada, fazer rock sem guitarras. O Não Fique Triste vem assim ousado e lindo te desafiando a não dançar no compasso da música que não é nem lenta e nem rápida, apenas suave. O único material até agora lançado é o áudio do último show que eles fizeram, a banda que já tem um ano tem em sua formação Nicolai Lamin – voz e trompete, Vinícius Souto - violão, Fernando Paiva - baixo, Caio Conceição - trompete e Daniela Magalhães – bateria.

Uma coisa muito interessante nesse material da banda é o cover da banda Ricto Máfia, que tem um som como eles mesmos dizem, terminal-pop algo como um post punk, a Ricto que inclusive já foi entrevistada pelo blog, é uma pioneira da cena sul-fluminense e ganhou uma versão bem original da Não Fique Triste, com trompete, violão, baixo e bateria.
Uma lado bem importante da banda é a atitude de estar levando para os espaços undergrounds 
uma música diferente e ainda 
sim não comercial, música limpa e sincera, de coração, pois nesse grande espaço de resistência que é o under, tem que haver espaço pra todo tipo de expressão positiva que nos faça pensar e sentir bem, conosco ou com o mundo e se ainda não for isso, que seja pra que isso aconteça, também acho bem interessante é o fato de ter uma menina na banda e não estar nem nas cordas ou nos vocais para "embelezar" a banda e sim na bateria, marcando presença e (o tempo) tocando um instrumento tão requisitado. Algumas vezes o som lembra o Sean Lennon, as vezes lembra alguma trilha sonora de filme francês, um copo de vinho sobre uma mesa, ou até alguma coisa regional do Brasil depende da hora, depende do humor.
Me despeço e desejo muita luz pra todo mundo e Não Fique Triste, um mundo melhor é possível!

Não Fique Triste Ao Vivo (download): http://www.mediafire.com/?yy9mw8pjljnu646

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Inversão de valores e outras coisas reacionárias

Quem achou que o Terra Sem Lei tinha morrido está redondamente enganado!
Estamos de volta depois de um tempo sem postar, e vou logo dizendo, logo mais tem banda nova estreando por aqui, e do RJ de novo em?
Aproveitando as notícias dos últimos tempos vim aqui fazer um postzinho sobre o que tá rolando em duas das maiores faculdades do Brasil a USP e a UNB, parece mentira ou sonho, mas no Brasil uma onda imensa de protestos e ações está acontecendo, boa parte é vinda dos acampamentos contra o capitalismo que estão tendo no mundo inteiro, além disso o anonymous continua com suas ações, da última vez que soube o site do BOPE do Rio de Janeiro tinha sido atacado. Mas além disso, na USP existe uma manifestação que está sendo veiculada pela mídia de modo bem desfigurado dadas as circunstâncias.
Há um bom tempo, os estudantes, professores e funcionários estão protestando na USP contra as várias falcatruas que o reitor João Rodas tem participado e contribuído para a existência, uma delas é a polícia na USP, que como rola por aí está lá depois que mataram um estudante, fato que não é veiculado é que a polícia já agia no campus na época da morte do rapaz, não apenas isso, a polícia no campus só serve para garantir a segurança do próprio reitor e seus ideais, coibindo os protestos que são contra o próprio reitor que por acaso está sendo indiciado pelo ministério público por nomeações de cargos sem concurso público, acumulação ilegal de funções, lesões aos cofres públicos e improbidade administrativa, mas claro que essas informações não estão sendo veiculadas, o movimento de pessoas que estão sofrendo abusos policiais e com a falta de condições de vida no campus (um aluno negro, pobre, baiano e estudava Filosofia. Samuel morreu dentro da USP por negligência médica da reitoria em relação a uma política de saúde nos campi da USP. Também houve a morte de Cícera, funcionária da lanchonete da Pedagogia, assassinada na favela São Remo, decorrente de uma “bala perdida” disparada pela Polícia.)
Esses são apenas alguns aspectos que eu quis levantar aqui, existem muito mais fatos sobre o assunto que estão no manifesto da ocupação escrito pelos próprios ocupantes, não pela mídia sensacionalista que vive em prol do capital. Se você tiver mais interesse sobre o assunto leia aqui: http://ocupauspcontrarepressao.blogspot.com/2011/10/manifesto-da-ocupacao-na-usp-butanta.html.
Tanta coisa por causa da maconha, é surreal pensar nisso, surreal, ver um país inteiro acreditar que a maior universidade da América Latina está sendo ocupada simplesmente por que alunos querem fumar maconha. O pior é que as famílias que em sua grande parte é liberal quanto ao álcool, ao café, às aspirinas e analgésicos se voltam contra a maconha num preconceito já praticamente secular, e tão mal fundamentado baseado simplesmente no "é errado" ou "é crime", claro que o pai da familía pode beber, o filhão pode fumar pra tirar onda de rebelde, mas maconha nunca, até mesmo o espumante dos mais abastados com seu álcool é livre, mas a maconha não, pois a maconha não é como o álcool que é apenas popular ela pode ser produzida em casa, sem custo nenhum praticamente, isso que o Estado nunca vai liberar, por isso demonizar a maconha, vale lembrar que nos EUA no início do século XX o álcool foi proibido, resultado? O povo tava morrendo por ter que beber álcool etílico, depois de muuuitas mortes, o governo voltou atrás e assim surgiu nossa democracia linda.

Além da USP na UNB outros "maconheiros" estão em ação também (queria que os punks tivessem tanta atenção quanto os maconheiros, mas acho que esse tempo talvez já tenha passado) só que eles estão numa situação fisicamente bem pior, pois em Brasília se está sendo construído o setor noroeste onde o metro quadrado está previsto para custar 10 mil reais até, o mais caro do Brasil, claro, a empreiteira conseguiu muito fácil a papelada para poder construir o setor numa reserva indígena (pois a FUNAI só serve pra isso)  como o DF já foi criado para dar vazão à especulação imobiliária não tem nada demais nisso aí, a única coisa é que não só os índios mas também os estudantes "maconheiros" da UNB estão lá apanhando de choque elétrico, cassetete e tudo que tem direito da polícia e dos seguranças da empresa que tá fazendo as obras por lá, já saiu matéria dizendo até que os índios estão reclamando dos protestos dos estudantes pois eles querem poder negociar melhor com a empresa (??).
No fim das contas temos aí, um país inteiro vivendo uma doce ilusão (mais fácil de se aceitar) sobre a maconha, maconheiros e militância social. Muita força pra quem está lutando e fazendo algo, por que aceitar o que vem de cima é fácil demais difícil é olhar pra quem está por baixo.