Um certo dia algumas pessoas escolheram viver diferente, e lutar contra um grande mal que está encobrindo a humanidade, uma nuvem negra que se apossa das pessoas e torna seus olhos vazios e cinza.
Eu sou uma dessas pessoas, quando éramos mais jovens e inexperientes lutávamos contra sombras ilusórias, que , na verdade eram alimentadas por nossos erros, então meditamos profundamente, enxergamos o interior das coisas e cada sombra foi desaparecendo, para dar lugar ao verdadeiro monstro que pairava nos céus, estava na televisão, no rádio, as pessoas cuspiam ele em si mesmas, era legal, ele era tudo, ele era a própria moda, o capital girava em torno dele, enfim, toda a sociedade era ele.
Nos espantamos, nesse dia um grande choque nervoso nos assolou, quando vimos a dimensão do monstro que a gente decidiu combater, pensamos que era uma luta igual dos outros heróis que víamos nas histórias, mas não, nosso inimigo não tem corpo, ao mesmo tempo que tudo é seu corpo, esse choque fez os mais fracos de nós desistir, se entregar, se matar, foi um episódio trágico em nossas vidas, mas ao seu fim descobrimos talentos interiores que nunca imaginamos um poder maior foi nos dado por nós mesmos quando vimos a realidade do problema, e descobrimos que aquilo era ruim, mesmo com tanta coisa mágica em nossas mãos, pois o que aquilo era na verdade era uma adaptação, que a própria natureza nos deu, pois nossos predadores agora iriam vir com muito mais fúria, exércitos estavam prontos para arrancar nossas cabeças e comê-las, vomitar em nosso crânio e nos assimilar a eles.
Certa vez, batalhamos contra uma nuvem-de-temporal foi avassalador, descobrir que a dor de um raio e sobreviver e continuar numa batalha, haviam milhares de mortos-vivos na terra portanto aqueles de nós que não podiam lutar no ar tinham mais uma preocupação. Guardei minhas forças para aplicar o canhão de luz, que era uma das técnicas que era mais efetivas na batalha, uma foi nos mortos vivos, que se dissiparam, outra na imensa nuvem, que sofreu fortes agravos, mas guardou seu melhor para o final também, ela estava disposto a acabar conosco, o grupo da Faixa Preta, então abriu-se um buraco negro nela e não tivemos como fugir; deus do céu, nem posso descrever como é ser tragado por aquilo é como se estivesse sendo derretido, desintegrado, e depois voltando a ser parido...
Essa foi a última vez que estivemos juntos, não sei o atual paradeiro deles. Quanto a mim?
Acordei nu, num deserto de fortes tempestades de areia, não sei se aquilo era nosso planeta, era muito avassalador. Usar um buraco negro pode ter vários efeitos, mas também pode não ter nenhum, eu tive sorte, não sei se o resto do pessoal teve, acho muito difícil.
Acordei com uma figura de uma pessoa armada de lança, vestida o corpo todo, até de óculos de aviação, isso me mostrou que o lugar era perigoso, mas um humano é sempre humano, se esse o for, estou vivo, se não...
Dedico essa primeira narrativa a Suzana.