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domingo, 24 de janeiro de 2010

Entrevista com CAPRE (Coletivo Anarquista de Piracicaba e Região)


1- Quando e por que vocês fizeram o coletivo?
Nós do coletivo nos reunimos pela primeira vez em agosto de 2009 com o intuitode organizar o Expressões
 Anarquistas em Piracicaba-SP. Depois que o evento terminou, decidimos continuar nos reunindo para 
realizar outros eventos e ações em prol de nossas idéias, que são o anarquismo, a luta contra o sexismo,
homofobia (discriminação contra homossexuais, bissexuais e transgêneros), racismo, especismo
 (discriminação praticada pelo homem contra outras e spécies) e todas as formas de preconceito 
que existem na sociedade até hoje. Nosso intuito é divulgar o anarquismo para o maior número de pessoas
possíveis e fazer o máximo para “revolucionar o cotidiano e cotidianizar a revolução”. 
Atualmente somos 10 pessoas no grupo.

2- Fale sobre as ações que o coletivo tem feito
Nos reunimos praticamente toda semana (salvo raras exceções). Nessas reuniões trocamos materiais entre nós (livros, DVD’s e etc) e discutimos sobre as ações. Por enquanto fizemos: colagem contra o nazifascismo camuflado, colagem contra o racismo e distribuição de poemas sobre o assunto no Dia da Consciência Negra, panfletagem pró-vegetarianismo no Mc Donald’s, oficina de stencil, panfletagem contra o uso de casaco de peles, couro e camurça e o último evento foi a realização da Ceia Anti-Natal no dia 22 de dezembro de 2009, no qual panfletamos sobre o natal (consumismo, mentiras sobre a data e mortes de animais para as ceias) e distribuimos comida vegana gratuitamente.


3- Como a sociedade recebe o coletivo?
Pelo menos por enquanto eu creio que bem. Conversamos bastante com as pessoas na rua, sempre explicando nossos ideais. Alguns concordam, outros nem tanto, mas até o momento a maioria esteve disposta a nos escutar a conversar sobre o assunto proposto nas ocasiões.


4- O coletivo é de Piracicaba e região, o fato de não ser de uma cidade só não é empecilho?
Pelo menos por enquanto não. Na verdade as reuniões começaram em Piracicaba pela iniciativa de se reunir (inicialmente para organizar o Expressões Anarquistas de 2009) ter sido de pessoas da cidade. Depois do evento, além da maioria das pessoas ser da cidade fica mais ou menos perto para todos, sendo o melhor local de reunião. Mas independente disso não pretendemos limitar nossas ações à Piracicaba. Há pessoas também de Americana, Rio Claro, Águas de São Pedro e Limeira.


5- Qual a maior dificuldade encontrada pelo coletivo?
Por enquanto não tivemos nenhuma grande dificuldade, mas acho que somente a forma de conseguir dinheiro para realizar as atividades. Não queremos e não dá para tirar do nosso bolso. Por enquanto fizemos um mangueio no sinal, vendemos rifa e patches mas pretendemos começar a vender salgados veganos para conseguir dinheiro.


Nosso contato é capre@riseup.net



sábado, 23 de janeiro de 2010

Liberdade de Expressão?

O Brasil viveu até bem pouco tempo atrás, um período em que a liberdade de expressão era uma utopia. Época em que a ditadura militar amordaçava, ou tentava coibir de forma truculenta as mais variadas formas de expressão que alguns mais corajosos insistiam em manifestar. Pois bem, nem mesmo a ditadura nos seus momentos mais cruéis conseguiu fazer com que parte da população deixasse de expor as suas idéias e as suas ideologias em prol da liberdade, liberdade essa que é um direito inalienável de todo cidadão que se entende como tal. Estou me referindo às décadas de 60, 70 e parte da década de 80. mas, eis que em pleno século XXI, ano 2010, onde segundo a constituição que rege o nosso País desde 1988, todos os brasileiros têm o direito de manifestar-se expondo tudo aquilo em que acredita, o administrador de Correntina, cidade situada no Oeste da Bahia, parece que não viu o tempo passar, ou finge não enxergar, (que é o mais óbvio) que os tempos são outros. Não há mais lugar para perseguições pelo simples fato de alguém pensar diferente do que convém a administração municipal. Há alguns dias atrás, precisamente no dia 15 de janeiro de 2010, o Sindicato dos Professores deste município ciente dos desmandos cometidos pelo prefeito com relação ao atraso nos pagamentos dos servidores municipais, organizou uma manifestação pacífica com o objetivo de buscar uma resposta por parte do administrador no que se refere ao prazo do pagamento do salário do mês de dezembro. Pra encurtar a conversa, os servidores não foram recebidos pelo prefeito que saíu pela porta dos fundos e para piorar foram recebidos por dois oportunistas de plantão que respondem por secretarias que nada tem a ver com a educação, e, por isso mesmo, como era de se esperar não acrescentaram nada às reivindicações da comissão formada por pessoas ligadas à educação. Vale ressaltar ainda que alguns puxa-sacos que se autodenominam funcionários da prefeitura estavam anotando os nomes dos que participavam da justa manifestação em prol do seu salário atrasado. A resposta por parte deste aprendiz de ditador que nem vale a pena citar o nome dele aqui chegou nesta semana. Aqueles que participaram do ato de reivindicação do salario atrasado, eu me incluo nessa lista, foram punidos pelo energúmeno mandatário de Correntina. A punição consiste em tranferir para a zona rural, ou fora da área em que atuavam anteriormente, todos os participantes que manifestaram seu descontentamento com o salário atrasado e que até hoje ( 22 de janeiro de 2010), nunca foi pago. Agora, resta saber que democracia é esta praticada pelo prefeito de Correntina, onde as pessoas não podem expor os seus pensamentos e idéias, e pior ainda, cobrar respostas por conta do atraso no salário. Mas se ele e os seus asseclas pensam que irão nos amendrontrar, estão redondamente enganados, a luta está apenas começando. No mais, quero dirigir-me a todo companheiro e companheira que foram afetados por esse desmando e desejar-lhes força e coragem, unidos venceremos.

Retirado de: http://ninopauloster.blogspot.com

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sobre Vaquejadas


CONCEITO
- A vaquejada consiste em um vaqueiro competidor e outro auxiliar correrem a cavalo atrás de um boi para o competidor puxar a cauda deste e o boi cair levantando as quatro patas dentro da linha de limite estabelecida na arena.
- Para que o boi, como sendo um animal dócil e vagaroso, comece a correr em fuga na arena, são necessários métodos que lhe causem desespero e medo de predação iminente. Entre esses métodos, um exemplo é o encurralamento. Aplicações de socos e chutes nos bois já foram noticiadas por defensores dos animais.
- Os cavalos também costumam sofrer perturbações de agitação comportamental e escoriações: são fustigados com chibatas de couro e incitados a correr mediante golpes de esporas fixas nas botas do vaqueiro.

CONSEQUÊNCIAS FREQUENTES NAS VÍTIMAS (BOIS)

Essas conseqüências não são vistas ou flagradas em todos os eventos, mas costumam acontecer com notável freqüência.
- Fraturas nos ossos traseiros que sustentam a cauda
- Lesões sérias na medula espinhal, com casos não-raros de comprometimento de seu funcionamento nervoso
- Casos não muito raros de mutilação da cauda devido à força do puxão pelo vaqueiro
- Lesões e luxações em vértebras
- Traumatismos em partes diversas do corpo, especialmente nas patas
- Lesões em órgãos internos
- Fraturas nas patas quando do momento da queda

DETALHES ADICIONAIS
- Foram relatados muitos casos em que os chifres das vítimas são serrados com serrotes de marceneiro e sem anestesia, causando sangramento nos chifres cujas pontas foram arrancadas.
- Casos de má alimentação são relatados com freqüência. Alguns casos parecem propositais para deixarem as vítimas menos pesadas e mais fáceis de serem derrubadas, apesar de algumas vaquejadas de grande porte não aprovarem essa prática.
- O julgamento de avaliação do desempenho dos vaqueiros costuma ser feito com o boi em pé, mas os próprios organizadores de vaquejadas admitem que muitos animais ficam incapacitados de se levantar para esse julgamento.
- Em muitas competições, o animal vitimado ainda é um novilho, um bovino “adolescente” que ainda não tem o porte forçudo do boi adulto.

EXPLORAÇÃO E AGRESSÃO

O uso de animais, incluindo sua perseguição e judiação, como instrumentos de entretenimento caracterizam exploração animal.
A perseguição do boi e o puxão da sua cauda caracterizam agressão, da mesma forma que puxar com força e agressividade cabelos de uma pessoa. Caso humanos tivessem cauda, o hábito de puxá-la com intenção maldosa para derrubar a pessoa no chão caracterizaria agressão ou mesmo lesão corporal.
VAQUEJADA E ESPECISMO
É importante expor primeiro o que é especismo, termo ainda desconhecido da maioria das pessoas: é o ato de o ser humano arrogar para si o atributo de superior às demais espécies de animais e, aproveitando-se disso, negar aos outros animais o direito à vida, à liberdade, à dignidade e ao bem-estar e explorá-los a seu bel prazer, muitas vezes com requintes de maldade, crueldade e aparente sadismo.
O especismo não é quase nada diferente do racismo, da xenofobia e da homofobia. A única diferença é que, enquanto nesses três casos quem tem seus direitos naturais e jurídicos negados pelo lado agressor são humanos respectivamente com fenótipos “raciais”, nacionalidade ou orientação sexual diferentes dos agressores, no especismo as vítimas são os animais não-humanos castigados e explorados, “punidos” pelo “crime” de não terem nascido humanos.
Também caracteriza especismo a acepção e segregação de espécies por preferência carismática dos humanos. Por exemplo, é especista a pessoa que estima, ama e defende cães e gatos enquanto mata, come ou explora bois e galináceos.

Caracteriza especismo infligir aos animais não-humanos atos que seriam considerados abomináveis caso fossem infligidos em humanos.

Alguns exemplos de atos especistas, todos recheados de crueldade:

- Utilizar animais como fontes de matérias-primas e produtos alimentícios. Isso não soa abominável para os especistas, é até considerado supernormal e corriqueiro, mas estes abominariam o caso de serem utilizados humanos para se obter carne, leite (em caráter industrial não-maternal), pele e gordura de seus corpos, por exemplo;
- Utilizar animais em atividades de tração e força física com a imposição de dominação e açoites ao animal. Os especistas de hoje considerariam a tração humana escrava usada para mover carruagens e liteiras tal como era feito em épocas antigas remotas uma abominação;
- Usar animais como instrumentos provedores de entretenimento e pseudoesporte. Nenhum especista gostaria de ver “espetáculos” em que, por exemplo, homens sob tortura disputassem quem resistiria por mais tempo a agressões lancinantes, ou homens a cavalo disputassem quem puxaria o cabelo de uma mulher em fuga numa arena para derrubá-la no chão. Também nenhum especista dos dias de hoje admitiria “espetáculos” de “domação” de humanos de tribos primitivas subjugadas e capturadas;
- Impor e infligir a animais testes científicos primários de produtos como cosméticos ou medicamentos. Especistas normalmente só convocam humanos para testes quando o produto já está em versão beta, considerada segura, depois de versões alfa já terem ferido, cegado, queimado ou causado outros problemas graves em animais não-humanos nos testes.
- Aprisionar, em cárcere ou cativeiro, animais para fins de estimação, como pássaros, camundongos e peixes “ornamentais”. Nenhum especista admitiria aprisionar humanos escravos para estes lhe garantirem “estimação” e “afeto”, mas acharia totalmente normal aprisionar aves e peixes com o mesmo intuito.
- Vender animais para fins de estimação, ainda que sejam espécies carismáticas como cães e gatos, ou “utilitárias”, como o caso de cavalos e bois. Os especistas abominam e criminalizam o tráfico de seres humanos, mas consideram muito normal o de animais não-humanos.

Não caracteriza especismo, no entanto, matar vermes e microorganismos patológicos, ainda que pertencentes ao reino animal, por questão de sobrevivência e erradicação de doenças.
Também não é especista o ato de abater por legítima defesa uma fera que atacasse a pessoa sem que houvesse possibilidades de ambos os lados permanecerem vivos após a tentativa de predação, uma vez que não caracteriza exploração de animais indefesos.
Também não caracteriza especismo cuidar de animais domésticos, tais como cães e gatos, desde que os objetivos fundamentais desta tutela tenham sido, interdependentemente, libertá-los do abandono, do cárcere ou da iminência de morrer em um centro de controle de zoonoses, em vez de direcionar suas vidas ao fim estrito da servidão afetiva, e lhes sejam garantidos liberdade, dignidade e bem-estar acompanhados de legítimo amor.

Agora a pergunta: por que vaquejada também é especismo?

Vaquejada consiste em explorar os bois, mediante o infligir de medo e desespero nesses animais, para o entretenimento dos vaqueiros competidores e do público apreciador.
Vaqueiros, organizadores de vaquejadas e o público apreciador do evento arrogam para si a superioridade ante os bois e, com esse atributo forjado, sentem-se no poder de explorá-los e judiá-los.
Os cavalos também são explorados, são vistos apenas como instrumentos que integram a vaquejada, como coisas passíveis de compra e venda, mercadorias. Costumam ser traficados como, por exemplo, “cavalos ótimos para vaquejadas”. Têm sua vida e dignidade reduzidas a atributos de um carro de alta velocidade. Com o agravante de serem esporados pelos vaqueiros que querem mantê-los rápidos.
Bois são tratados como brinquedos de derrubar, como joões-bobos. Cavalos são tratados como carros de alta velocidade. Não são vistos como seres vivos dotados de sentimentos, como animais merecedores de dignidade, mas como objetos “esportivos”, como instrumentos de competição.
Seres humanos jamais seriam tratados do mesmo jeito por esses especistas. Eles alegam pertencer a uma sociedade que evoluiu, mas não consideram que a exploração dos animais, com aqueles mesmíssimos métodos e coisificações de que os exploradores antigamente lançavam mão em prol do abuso de humanos escravizados antigamente, é um atraso, uma chaga anacrônica na ética de seu povo, um ato bárbaro e covarde que também deveria ser rebaixado ao escaninho de barbáries do passado a que pertencem a escravidão e as bênçãos religiosas à guerra.
E outro motivo é percebido quando comparamos os bois vítimas com humanos perseguidos numa competição de igual sadismo. Os especistas jamais tolerariam a existência de uma competição, mesmo sendo considerada “cultura” ou “tradição”, em que homens a cavalo, em competição um contra o outro, perseguissem um escravo de cabelos longos em desesperada fuga para o melhor competidor puxar o cabelo do escravo e arrastá-lo ou derrubá-lo no chão a uma velocidade de no mínimo 15 quilômetros por hora.
O PRETEXTO DA CULTURA E TRADIÇÃO
A vaquejada é considerada pelos vaqueiros, pelos organizadores de vaquejadas e pelos apreciadores do “esporte” um evento que preza pela cultura interiorana nordestina e pela tradição dos vaqueiros da região.
No entanto, se formos ver o passado, a história da humanidade, veremos que inúmeros atos que hoje são considerados cruéis e abomináveis eram considerados em normais e prezados na cultura e tradição em sua época. Três exemplos internacionais podem ser citados:

- A própria ESCRAVIDÃO era normal e fazia parte da cultura de quase todas as civilizações urbanas e rurais do mundo antigo. Até a segunda metade do século 19, a escravidão dos negros era algo corriqueiro e totalmente tradicional para o povo. As feiras de tráfico de escravos, então, eram lugares de renovação e perpetuação dessa cultura. Ai que quem vier nos dias de hoje defendendo a legalização da escravidão de negros como “retomada das tradições clássicas do povo brasileiro”. Simplesmente estaria em sérios apuros com a polícia e até mesmo com os detentos do presídio para onde seria encaminhado.
- Os SACRIFÍCIOS HUMANOS eram algo ainda mais que cultural e tradicional: eram sagrados. Jovens, de adolescentes virgens até mesmo crianças e bebês, eram esfaqueados em altares para que seu sangue descesse o altar e “nutrisse a terra”. Muitos tinham seu coração arrancado ainda batendo. E ninguém nem sonhava com anestesia na época! Para os povos que praticavam esses sacrifícios, o sangue alimentava os deuses ou então o sol, neste caso para que o astro continuasse brilhando perpetuamente. Ai daqueles que aparecessem na frente do templo protestando contra esses atos, dizendo que era crueldade. Quem fizesse isso seria executado por blasfêmia e ofensa aos deuses! Hoje nem precisamos dizer como seriam vistas cerimônias de sacrifício humano. A polícia levaria todo mundo em cana por homicídio qualificado.
- O costume de ELIMINAR A VIDA DE BEBÊS DEFICIENTES também era uma tradição corriqueira em muitos povos da Antiguidade. Eliminava a “massa onerosa” do povo; ninguém, nenhum Estado, queria sustentar uma nação com várias pessoas deficientes, inabilitadas para o trabalho braçal que sustentava os pilares de seu povo. Hoje, ninguém de sã consciência desejaria entregar seu filho com paralisia cerebral ou com mutilação congênita para alguém matar.
- Existia em Esparta, na Grécia Antiga, um sistema chamado CRÍPTIA ou CRIPTÉIA: soldados adolescentes, para serem promovidos a guerreiros adultos, eram submetidos ao fardo de perseguir e matar o máximo possível de escravos soltos, chamados hilotas, na cidade. O fato de matar os escravos era visto como o comprovante de que os adolescentes estavam aptos para aderirem ao nobre exército espartano. Isso era visto, imagine... como cultura e tradição.
- Já na Índia clássica, existia, e ainda hoje faz-se ilegalmente vigente, a segregação oficial da população em CASTAS. Os monges bramanistas, os filósofos e os professores ocupavam a mais alta casta (chamada Brahmin). Nas castas abaixo da Brahmin, estavam em ordem decrescente os governantes, os militares, os comerciantes, os fazendeiros, os artesãos, os operários e finalmente os camponeses. Abaixo da estratificação de castas, existiam os párias, ou intocáveis, que eram discriminados, segregados e excluídos pelo povo de uma forma quase “racista”. Essa segregação era parte da cultura indiana. Era uma tradição milenar. Ainda hoje, muitos indianos ainda discriminam e segregam as pessoas da subcasta pária. Tudo escrito na bandeira da cultura e da tradição.

Como se vê nos cinco exemplos acima, cultura e tradição nem sempre são algo bom e admirável. Nesses pontos, coisas inofensivas como carnaval e futebol estão no mesmo patamar de cultura e tradição que sacrifícios humanos e segregação social por castas. A diferença é que os dois primeiros são por definição inofensivos e admiráveis, e os dois últimos são vistos hoje como ruins e abomináveis. Mas todos são culturas e tradições.

Com isso tudo, chega-se à pergunta: será que devemos preservar as coisas, por piores e mais abomináveis que sejam, só porque elas são “cultura e tradição”?
Será que nossa sociedade tem que respeitar a vaquejada, mesmo ela, por definição, sendo cheia de crueldade e exploração, só porque é algo da “cultura e tradição” nordestina?
CONCLUSÃO
Vaquejada é uma atividade cruel, exploradora, agressora, especista e, por isso tudo, abominável. Não é justo continuarmos preservando e deixando apreciar-se o ato de se maltratar e agredir bois só porque ele tem a bandeira da “cultura e tradição”. Muitas “culturas e tradições” que representavam discriminação, exploração, ferimentos e mortes foram abandonadas ao longo da História e hoje são vistas como perversas e repulsivas. Por tudo o que foi constatado, a vaquejada também deveria estar nessas “tradições” abandonadas. É baseado nisso que nós precisamos lutar com todas as nossas forças para que essa atividade pseudo-esportiva seja ilegalizada, criminalizada, combatida e banida do Nordeste, do Brasil e do mundo. Assim como a escravidão e os sacrifícios humanos foram jogados na cova dos erros da humanidade cujas lições de não mais repeti-los foram quase totalmente aprendidas.
FONTES DE REFERÊNCIA:
Retirado de: http://www.guiavegano.com.br/vegan/index.php?option=com_content&task=view&id=918&Itemid=102

Casal anticonsumista vive sem geladeira e TV em SP

Você acha que seria possível viver sem geladeira? E sem televisão? O casal Juliana Morari, 26, e Lúcio Tamino, 27, vive assim. E muito bem, pelo que dizem. Há dois anos, mudaram-se de uma região mais urbana da metrópole de São Paulo para a serra da Cantareira, nos limites do município, onde consomem "somente o necessário".

"Já que procuro sempre comer frutas e legumes frescos e não consumo nada derivado de animais, que estraga fora da geladeira, não preciso dela", explica Juliana, que se identifica como pesquisadora de dança. Ela planeja no máximo experimentar um sistema africano de refrigeração com vasos de cerâmica.

Sobre a falta de TV, diz : "Assim, evitamos o apelo comercial que chega tanto pela TV como por lanchonetes e outras grandes lojas"

Eles são um exemplo de até onde podem chegar cidadãos preocupados com o ambiente - e, no caso deles, também com a saúde, os animais, e o "todo à sua volta".

Relatório publicado pelo Worldwatch Institute na semana passada apoia atitudes como a deles. A organização, baseada em Washington, tira o foco no governo e em acordos internacionais. Avisa que o desenvolvimento sustentável do planeta e a luta contra o aquecimento global passam por uma renúncia ao consumismo.

Juliana diz que não compra produtos "supérfluos", ainda mais quando são industrializados, como biscoitos recheados e iogurte.

"Possuem corantes, conservantes e outros ingredientes que podem fazer mal", diz. Quando o casal precisa mesmo de algo industrializado, como óleo, opta por cooperativas. "Priorizo produzir eu mesma biscoitos e pães caseiros para nosso consumo."

O sustento financeiro do casal vem de Lúcio, artista plástico. Mas, como evitam o consumismo, não necessitam de muito dinheiro, diz Juliana.

O único eletrônico que declaram possuir em casa é um computador, por onde atualizam site contando sua experiência.

Absorvente reaproveitável - Há outros que não têm um estilo de vida como o de Juliana e Lúcio, mas, ainda assim, buscam renunciar ao consumismo. A Folha Online ouviu casos curiosos de renúncia às compras tidas como excessivas. Algumas medidas, como a da professora Tânia Regina Vizachri, 23, chamam a atenção.

Em vez de utilizar absorventes íntimos descartáveis, ela adotou os chamados "abiosorventes". São de pano reutilizáveis.

"Isso evita ter que ir sempre comprar na farmácia e produzir mais lixo", explica ela. "Além disso, há os produtos químicos do produto industrializado que também causam impactos."

O site do produto estima: "cada uma de nós irá consumir, ao longo da vida fértil, algo em torno de 10 mil absorventes descartáveis, que ficarão aí pelo mundo por volta de uns cem anos pelo menos".

E quando seu celular quebra, você pensa em consertar ou compra outro? Como muitos desses aparelhos são baratos, o biólogo Leandro Sauer Carrillo, 26, aponta que a tendência é mesmo comprar outro. "As pessoas não se preocupam com o que vai virar depois o produto", diz.

"O visor do meu celular quebrou há cerca de dois anos, depois de um ano de uso", conta ele. "Ao invés de jogar fora, consertei, por 10% do valor do aparelho." Outra aventura do aparelho foi molhar - problema que ele diz ter resolvido ao secá-lo.

Hoje Leandro não está mais com o celular, mas o deu em boas condições de funcionamento para sua mãe, atual usuária.

Uma semana para pensar - Outra preocupação do biólogo é na hora de fazer qualquer compra: "Antes pense no seu custo-benefício por uma semana", sugere ele. "Se, no fim do período, ainda quiser comprar, OK. Senão, provavelmente era algo que você acabaria não usando."

Ele exemplifica com a última coisa em que pensou em comprar: uma máquina de fazer suco que viu em propaganda na televisão.

"Parecia legal, mas depois, ao ver funcionar, percebi que desperdiçava partes da fruta que também poderiam ser aproveitadas, gerava muito resíduo", conta Leandro, que desistiu da compra.

Outro objeto de consumo que o biólogo cobiça há cerca de quatro anos é uma TV LCD. Mas recusou até hoje a compra pela decisão consciente de esperar: "A tecnologia avança muito rápido, logo vai ter outra opção mais avançada", pondera.

"Além disso, quanto tempo vou ter para isso? Se eu tiver uma TV pior provavelmente vou ter até menos vontade de assistir e vou poder fazer outras coisas mais saudáveis."

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

GOG- Som livre para todos

O cantor de rap GOG, tem um site no qual disponibiliza seu material totalmente grátis, e tem espaço para doações se você tiver/puder/quiser ouça seus sons se possível contribua para esse tipo de artista que tem uma atitude altamente rara.

http://gograpnacional.com.br/?page_id=42

Coração acorrentado

O meu coração está acorrentado no fundo do oceano
Antes
Acostumado a andar alguns metros quadrados para o resto da vida
Acostumado a girar em círculos para morder o próprio rabo
Acostumado à ração dada somente nas horas certas
Acostumado a lamber as mãos do dono depois de apanhar
Hoje
O meu coração vira-lata late
Tensiona a corrente
Não aceita a ração
Quer voar e respirar ao mesmo tempo
A vizinhança inteira uiva
Esperando a noite de lua cheia

 
Por Aluína
=D

Medo

Em verdade temos medo.
Nascemos escuro.
As existências são poucas:
Carteiro, ditador, soldado.
Nosso destino, incompleto.
E fomos educados para o medo.
Cheiramos flores de medo.
Vestimos panos de medo.
De medo, vermelhos rios
vadeamos.
Somos apenas uns homens
e a natureza traiu-nos.
Há as árvores, as fábricas,
Doenças galopantes, fomes.
Refugiamo-nos no amor,
este célebre sentimento,
e o amor faltou: chovia,
ventava, fazia frio em São Paulo.
Fazia frio em São Paulo…
Nevava.
O medo, com sua capa,
nos dissimula e nos berça.
Fiquei com medo de ti,
meu companheiro moreno,
De nós, de vós: e de tudo.
Estou com medo da honra.
Assim nos criam burgueses,
Nosso caminho: traçado.
Por que morrer em conjunto?
E se todos nós vivêssemos?
Vem, harmonia do medo,
vem, ó terror das estradas,
susto na noite, receio
de águas poluídas. Muletas
do homem só. Ajudai-nos,
lentos poderes do láudano.
Até a canção medrosa
se parte, se transe e cala-se.
Faremos casas de medo,
duros tijolos de medo,
medrosos caules, repuxos,
ruas só de medo e calma.
E com asas de prudência,
com resplendores covardes,
atingiremos o cimo
de nossa cauta subida.
O medo, com sua física,
tanto produz: carcereiros,
edifícios, escritores,
este poema; outras vidas.
Tenhamos o maior pavor,
Os mais velhos compreendem.
O medo cristalizou-os.
Estátuas sábias, adeus.
Adeus: vamos para a frente,
recuando de olhos acesos.
Nossos filhos tão felizes…
Fiéis herdeiros do medo,
eles povoam a cidade.
Depois da cidade, o mundo.
Depois do mundo, as estrelas,
dançando o baile do medo.

Carlos Drumond de Andrade

A Flor e a Náusea


Preso à minha classe e a algumas roupas,
Vou de branco pela rua cinzenta.
Melancolias, mercadorias espreitam-me.
Devo seguir até o enjôo?
Posso, sem armas, revoltar-me'?

Olhos sujos no relógio da torre:
Não, o tempo não chegou de completa justiça.
O tempo é ainda de fezes, maus poemas, alucinações e espera.
O tempo pobre, o poeta pobre
fundem-se no mesmo impasse.

Em vão me tento explicar, os muros são surdos.
Sob a pele das palavras há cifras e códigos.
O sol consola os doentes e não os renova.
As coisas. Que tristes são as coisas, consideradas sem ênfase.

Vomitar esse tédio sobre a cidade.
Quarenta anos e nenhum problema
resolvido, sequer colocado.
Nenhuma carta escrita nem recebida.
Todos os homens voltam para casa.
Estão menos livres mas levam jornais
e soletram o mundo, sabendo que o perdem.

Crimes da terra, como perdoá-los?
Tomei parte em muitos, outros escondi.
Alguns achei belos, foram publicados.
Crimes suaves, que ajudam a viver.
Ração diária de erro, distribuída em casa.
Os ferozes padeiros do mal.
Os ferozes leiteiros do mal.

Pôr fogo em tudo, inclusive em mim.
Ao menino de 1918 chamavam anarquista.
Porém meu ódio é o melhor de mim.
Com ele me salvo
e dou a poucos uma esperança mínima.

Uma flor nasceu na rua!
Passem de longe, bondes, ônibus, rio de aço do tráfego.
Uma flor ainda desbotada
ilude a polícia, rompe o asfalto.
Façam completo silêncio, paralisem os negócios,
garanto que uma flor nasceu.

Sua cor não se percebe.
Suas pétalas não se abrem.
Seu nome não está nos livros.
É feia. Mas é realmente uma flor.

Sento-me no chão da capital do país às cinco horas da tarde
e lentamente passo a mão nessa forma insegura.
Do lado das montanhas, nuvens maciças avolumam-se.
Pequenos pontos brancos movem-se no mar, galinhas em pânico.
É feia. Mas é uma flor. Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio.


Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

sábado, 16 de janeiro de 2010

Abaixo-Assinado em Defesa do Código Florestal

Gente, olha que legal, mais um abaixo-assinado pra vocês colocarem na coleção: assinando e repassando para seus amigos... É do Instituto Ambiente em Foco, e houve um ato público na ESALQ ano passado contra esse projeto de lei bizonho.

Leia na íntegra o manifesto:
http://www.institutoaf.org.br/2009/11/manifesto-em-defesa-do-codigo-florestal/
Assine aqui:
http://www.institutoaf.org.br/geral/codigoflorestal/abaixo-assinado/

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Ajuda ao Vivo 4 cancelado

Por várias razões o Ajuda 4 ao Vivo não irá acontecer, não se sabe quando ele vai acontecer, esperamos que num futuro próximo aconteça, até vamos seguir a resistência de outros modos.
Um grande abraço a todos que ajudaram esta idéia.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Cartaz do Gig Anarcopunk em Cruz das Almas


Levantamos cartazes e a moral


Não consigo ver injustiça, não consigo consentir alienação, vou lá, faço um cartaz, me expresso, minha arte são panfletos colados, faixas estendidas, mas não vou ficar só nisso, não quero me tornar só mais um dedo apontado na cara do estado, quero usar essa mesma mão para escrever meus sentimentos, fazer com que eu mesmo escreva minha história nas páginas da vida ou no papel invisível da internet, não quero que um escritor(a) que nada tem a ver comigo use minha história pra por em um livro e ganhar dinheiro com uma vida que lutou contra pessoas como ele(a), a história tem que ser livre, por isso ela está aqui, está nas ruas. Tenho nojo de literatas que vivem sua vida apenas para se expor e de nada contribuem para o mundo, apenas derrubando mais matas para fazerem seus livros vazios e sem sentido que a burguesia e a academia aprovam com tanto louvor.
O que move minha indignação é que todos nós podemos, nos expressar, revolucionar conceitos, se podemos fazer tanta coisa por que parar sentar no bar e tomar mais um gole de intorpecência social?
Literatura salva, literatura também mata

Ajudando o Rancho dos Gnomos


O Santuário Ecológico Rancho dos Gnomos não tem nenhum auxílio do Governo, Estado ou Prefeitura. Toda a renda que sustenta o Santuário vem de simpatizantes da causa que nos ajudam mensalmente ou esporadicamente, além de algumas empresas parceiras que disponibilizam produtos ou outras formas de ajuda. Contamos com os bons corações para continuar a manter o Santuário ativo e recebendo animais vítimas de diversas e tristes situações, porém necessitamos mais do que nunca de auxílio para a alimentação dos animais já abrigados.

Ao todo são mais de 400 animais de diversas espécies silvestres, domésticas e até exóticas. São animais que precisamos alimentar, prestar auxílio veterinário, abrigar em recintos que muitas vezes são temporários e que precisam de uma estrutura nova, além de todo o gasto com o corpo de funcionários que trabalham cuidando destes animais, da limpeza e da alimentação dos mesmos.
O Rancho dos Gnomos merece ganhar este caminhão de ração para garantir que muitos cães e gatos tenham as barriguinhas cheias por muito mais tempo. Não somente os nossos animais seriam beneficiados, mas também os animais de pessoas humildes que vivem nas redondezas do Rancho com quem dividimos a ração ganhada quando podemos, como em outras ocasiões.
Contamos com a ajuda de todos para que 2010 comece com a alimentação garantida dos nossos cãe e gatos que, ao todo, somam mais de 160 animais. Toda ajuda é necessária e todos podemos nos unir em prol disso. O Rancho dos Gnomos há 18 anos realiza o árduo, mas necessário e gratificante trabalho de salvar vidas, apaziguando as dores físicas e aconchegando as dores da alma. Esta ajuda da Total Alimentos seria valiosa para os nossos animais neste momento.
Para votar no Rancho dos Gnomos e ajudá-lo, clique no link abaixo:
http://www.totalalimentos.ind.br/campanha_feliz_natal_com_max/votacao/ongs/ong32.php
Você também pode nos ajudar divulgando este link para votação.
Nosso muito obrigado!
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Quem não conhece o Rancho dos Gnomos é um santuário onde se encontra toda espécie de animais que foram rejeitados ou colocados à mercê do ego humano, lá se encontram cães, gatos, animais silvestres e até exóticos, é um espaço que desde 91 vem realizando essa luta em favor dos que não podem se proteger da Máquina.
Site do Rancho:

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ibama autua empresa que explora urânio em Caetité/BA

A Indústrias Nucleares do Brasil S/A - INB, empresa que explora a mina de urânio no município de Caetité, foi autuada na quinta-feira (19) pelo Ibama por descumprimento de condicionante da Licença Ambiental (condicionante 1.4 da Licença de Operação nº 274 de 2002), que determina o imediato informe ao órgão de qualquer acidente ocorrido no empreendimento. Por este motivo, a INB foi multada no valor de R$ 1 milhão.
O Ibama também notificou a empresa a apresentar relatório detalhado sobre o acidente na Unidade de Concentração de Urânio - URA, envolvendo vazamento de solvente orgânico com urânio no dia 28 de outubro de 2009. Este relatório circunstanciado, de acordo com a equipe técnica, deve conter a análise de todos os efeitos decorrentes, das medidas de controle e o monitoramento do ocorrido.

A vistoria à área em que ocorreu o acidente foi efetuada no dia 18/11, quando os técnicos do Ibama, acompanhados pelo gerente da Unidade de Concentração de Urânio, percorreram alguns pontos dentro do empreendimento onde foram detectados o vazamento.

De acordo com o relatório técnico, a equipe constatou a efetividade do vazamento do solvente orgânico contendo urânio, que transbordou dos tanques de processamento para a caixa de brita. Devido à forte chuva, esse material transbordou ainda para o sistema de drenagem das águas pluviais, atingindo a canaleta de drenagem, que direciona a água para a Barragem do Córrego do Engenho.

Como resultado, constatou-se a contaminação de 15 metros cúbicos de material (terra e brita), retirado da caixa de brita, e 33 metros cúbicos de solo contaminado da canaleta de drenagem.

Esse material, de acordo com informações da empresa, foi retirado do local e colocado em área de segurança. “Os 16 metros cúbicos de material contaminado foram enviados para a pilha de lixiviação e os 33 metros cúbicos de solo contaminado foram enviados para o depósito de ésteres”, diz o documento.

Os técnicos também investigaram outra denúncia envolvendo a empresa - esta do dia 16/11, sobre um desabamento de rochas na mina de exploração de urânio. Após a vistoria no local, eles consideram o fato de pequenas proporções, mas recomendaram à empresa que sejam realizados procedimentos de segurança visando evitar novas ocorrências.

A equipe do Ibama que vistoriou a área de ocorrência, em Caetité, foi composta por um técnico de emergência ambiental, dois técnicos do setor de Licenciamento Ambiental, um técnico da Superintendência do Ibama na Bahia – Supes/BA e outro do Escritório Regional do Ibama em Vitória da Conquista. Também integrou a equipe um representante do Ingá, a convite da Supes-BA. (Fonte: Ibama)

Desvendando um horizonte obscuro

Afinal de contas, o que somos se não pessoas?

Nesse questionamento seguimos a linha de raciocínio de que nada vale as organizações, sem primeiro conhecer as pessoas que a fazem. Em todo lugar sempre vai ter alguém com anseios, esperanças por um mundo melhor. Um exemplo muito tocante sobre isso é ver o pessoal que curte rock nas cidades pequenas, esses pequenos grandes heróis, que fazem a diferença num nicho de fofoca e falta de recursos sejam eles quais forem, neste espírito entrevistamos Cristiane do município de Jardim Ingá de Luziânia-GO, para saber sobre a vida dela e da cena local por lá.

Blog: Primeiro fala aí como é sua cidade

Cristiane: A cidade fica entre Luziânia e o Distrito Federal, é meio que uma cidade abandonada, mas o pessoal daqui se vira, não há muita pavimentação nem rede de esgoto. Por aqui tem muitas cenas, desde os Rappers até os Roqueiros do Underground.

Blog: Pode falar mais se quiser, o espaço é livre...

Cristiane: Não há casas muito ricas, mais tem uns donos de chácaras boiadeiros, tem gente que sai daqui para estudar em outras cidades.

Blog: Até que nível escolar a cidade oferece?

Cristiane: Oferece até o ensino médio, mas os horários não favorecem muito o noturno aqui a violência é muito constante e as escolas ficam muito distantes de casa.

Blog: Fala aí sobre os movimentos culturais da cidade (contra-cultura)

CrC C Cristiane: A cultura aqui é vasta, mas, nada que seja de muito aproveitamento. Não tem nada mesmo que seja bom!

Blog: Sobre o movimento dos vegetarianos na cidade, como é?

Cristiane: São poucos, mas eles seguem a linha, e tentam levar quem não é para o lado deles. Sem muito sensacionalismo, e eles nem fazem manifestações! Tipo, sair de casa com a cara pintada bandeiras, tocando o foda-se por ai!

Blog: Então como eles agem por aí?

Cristiane: Eles conversam com a galera, falam dos benefícios e o que acontece com os animais e talz.

Blog: Você é vegetariana?

Cristiane: Não, mas eu tentei uma ou duas vezes ser!

Blog: E por que não conseguiu continuar?

Cristiane : Por que eu não tinha uma alimentação muito boa, aí cortar a carne é foda! Sempre ver um oferecer comida que tem carne ou derivados, na verdade eu "caí em tentação".

Blog: Na cena daí rola zines?

Cristiane: Rola, mas esse não fica aqui no jardim Ingá, apesar de que já saiu reportagem no zine sobre a cena daqui e o pessoal da cidade conhece o Tomaz, o responsável pelo zine, o nome é Zine Official. Tem muita coisa sobre esse zine na net.

Blog: Legal, pode falar sobre as bandas da cidade, grupos de hip hop, punk, etc...

Cristiane: Aqui tem muita banda! O único problema e que elas acabam muito rápido, mas o pessoal toca muito Hardcore e Punk Rock, tem o pessoal do forró, olha que aqui tem muito disso tem também os Hip Hop, tem muitos garotos que dançam Break, e cantam Rap.Tem o pessoal do SKT também, que independente do estilo musical todos andam juntos tem até um cara do death metal que anda de skt há anos juntos com os "manos".

Blog: Legal, sobre a cena hip hop há alguma manifestação que não seja musical (grafite, eventos...)

Cristiane: Tem batalha de free style, e batalha de DJ'S, batalha de B.Boys concursos de grafite... É só, mais isso rola muito na igreja Renascer e na Sara Nossa Terra.

Blog: Quer dizer que não há movimento negro independente?

Cristiane: Independente de cor, religião, bens, todos se respeitam, quem tá junto nos movimentos citados acima não tem preconceito! "É todo mundo irmão"

Blog: Na sua opinião, qual é bom lado de viver por aí?

Cristiane: O lado bom!? Na minha opinião mesmo, só na hora da diversão! Quando rola Show de Rock!

Blog: Mas a organização dos eventos é atrelada á igreja, ou alguma outra instituição ?

Cristiane: Na maioria das vezes sim, o governo nem apóia muito o movimento hip hop aqui não!

Blog: Certo, tem mais alguma coisa que você queira falar sobre a cidade?

Cristiane: Tem sim! Aqui por ser uma cidade abandonada, há muita coisa boa e muitas ruins também, Tem o Underground que é uma cena muito boa que a galera se reúne, troca idéias, e curte independente do estilo [punk, metal, hc, etc]. Tem uma galera que curte há mais tempo que eu, que são muito legais, tem os esnobes mais fazer o que né!? Acabou?

Blog: Não, hehe, o espaço fica aberto para suas falas finais, agradecimentos, reclamações, etc...

Cristiane: Falar que o pessoal aqui é amigo, e é legal viver aqui por mais que não tenha muitos recursos, e que a cena aqui é boa até o D.Z.K. tocou aqui. Só isso mesmo.

Blog: pô beleza, pô velho, valeu aí pela entrevista, foi bem legal.

Links Externos:

Site do Zine Oficial: http://www.zineoficial.com.br

Link para banda Reféns da Violência (Cristiane faz vocal em "Eis a Questão")- http://palcomp3.com/refensdaviolencia/

Myspace da Banda: myspace.com/refensdaviolenciahc








A Terra Sem Lei se extende pela rede!

Nosso amigo xJoãoxGofox criou uma comunidade para o blog na rede social Orkut, para acessar a comunidade basta clicar aqui, contatos, dúvidas e qualquer outro esclarecimento você quiser que seja feito agora pode contar com mais essa ferramenta, também viemos dizer que temos uma pasta on line no 4shared nosso endereço é: http://aonderaioseuvimparar.4shared.com/ sinta-se livre para baixar ou subir arquivos por lá.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Repassando a mensagem

Olá caros leitores, quase nunca escrevo algo, pois assim prefiro, sou muito violento passional quando o assunto é maus tratos com os animais, mas vamos ao que interessa:

Pra quem ainda não sabe o projeto de lei PL 4548/98 que exclui animais domésticos e domesticados do artigo 32 da lei 9605/98, foi aprovado por unanimidade pela Comissão de Constituição Justiça e Cidadania. Desta forma maus-tratos contra esses animais não serão mais crime, vou ser mais categórico: se esta lei for aprovada, o seu vizinho poderá matar, enforcar, queimar, arrancar os olhos, cortar as patas, cortar no meio, enfiar espetos entre outros em seu cachorro ou em qualquer cachorro que ele quiser, pois isto não será mais crime algum neste país.

A lei Federal existente nº 9.605/98, artigo 32 já é uma grande porcaria para não dizer outra coisa, mesmo assim é a melhor que temos em defesa desses animais. O ex Dep. Fed. José Thomaz Nono é criador deste projeto totalmente contestável.

Mas agora vem algo muito curioso, existe um grande interesse neste projeto medíocre, e são como sempre puramente econômicos, os interessados na aprovação deste projeto querem que rodeios, vaquejadas, farra do boi entre outros sejam algo legal perante a lei, pois alegam que isso é importante para preservar o direito do povo brasileiro, suas tradições e seu folclore além da geração de empregos e renda para os municípios.

Se esta lei for aprovada, preparem-se. Tranquem seus animais em casa, coloquem cerca elétrica no muro ou e se possível saiam desse país levando seus bichinhos consigo, pois o negócio vai ficar feio, feio não, horroroso, pois feio já é. Protetores dos animais do Brasil inteiro já sofrem muito com o desamparo do governo, milhares de pessoas vivem seus dias arrecadando dinheiro e fazendo campanhas para resgatarem esses animais, alimentá-los, tratá-los, castrá-los e depois conseguir um lar adotivo, os casos são dos mais variados, em conversa com algumas pessoas que desenvolve este trabalho percebi que as atrocidades são muito piores do que se pensa, muitos são resgatados por serem estuprados por seus tutores, isso mesmo leitor, estuprados, outros estão puro coro e osso, alguns sem membros, cegos, queimados... mutilações que vão de A a Z.

Existem muitas ONGs no Brasil que trabalham em resgatar esses animais, mas para que vocês tenham noção do problema, se multiplicássemos por 10 o números de ONGs, mesmo assim não seria possível atender nem em sonho todos que precisam, não é difícil vermos animais abandonados e mau-tratados nas ruas, e ainda assim, querem dificultar esta boa ação de muitos voluntários pelo país a fora.

Citarei um comentário do leitor André Luiz Melo que vi no blog Dois Espressos a respeito do projeto de lei em questão:

"Parabéns ao digníssimo deputado José Thomaz Nonô pela grande iniciativa de legalizar os maus-tratos aos animais para a distração e divertimento do povo. Como bem lembrado, os maus-tratos aos animais já estão arraigados na cultura popular, merecendo então ser preservados. Partindo disso, acredito que o brilhante deputado também lute pela manutenção de diversos outros aspectos sociais e culturais do país, como a miséria, a desigualdade e o analfabetismo. Todos nós sabemos que em diversas regiões do Brasil, essas três condições existem há centenas de anos e, da mesma forma, também estão arraigados na sociedade brasileira. Sendo assim, devemos perpetuar a miséria, a desigualdade e o analfabetismo, pois também fazem parte de uma condição histórica do povo e da cultura brasileira. Assim como Nonô, acredito que preservar a cultura é tudo…"

O que podemos fazer?

- Assine essas duas Petições Online, ajude a continuar a luta pelo bem estar animal:
Petição WSPA
Petição VEDDAS

- Ligue para câmara: 0800-619619... Fale que você é contra o PL 4548/98 do ex-deputado José Thomaz Nonô, que exclui os animais domésticos e domesticados do artigo 32 da Lei 9605/98 de crimes ambientais. Caso o atendente diga que o PL 4548/98 está arquivado, diga-lhe que ele está apensado ao PL 3981/2000.

- Mande um e-mail para: cidadao@camara.gov.br falando que não concorda com o PL 4548/98 do ex-deputado José Thomaz Nonô.

-  Repasse está mensagem e vídeo de todas as maneiras possíveis, por e-mail,  orkut, twitter, sites, blogs entre outros.

- Copie na caixa o Link deste banner e cole em seu site, blog, orkut e etc. Assim, quando um usuário clicar na imagem será redirecionado para está postagem, ajude-nos a divulgar está matéria:





Seja a voz do povo brasileiro que se cala perante o carnaval de nossos governantes, seja você um agente direto contra este projeto, não precisa amar os animais para tomar partido, é preciso apenas bom senso e respeitar á vida.

Postado originalmente em: http://planetavegetariano.blogspot.com/2009/12/pl-454898-violencia-e-estupidez.html

Manifesto Masculinista





1 - CABECINHA
Nas questões ligadas à discriminação e aos papéis sexuais, as mulheres já estão na sua, os homosexuais idem, os bi também, e até os machões se organizam e se solidarizam, como se viu no caso daquele cara que ferrou a mulher no rosto e teve apoio da Associação dos Maridos Traídos, fundada no Ceará. Todos os setores se mobilizam. E como ficamos nós, que não somos mulheres, nem homosexuais, nem bi, e rejeitamos o modelo machista que nos é imposto desde criancinhas como a marca da masculinidade? A resposta está no masculinismo – uma movimentação crítico-autocrítica, reivindicativa, desfrutativa, solidarista e convivencial.
Sabendo que de carta de princípio e discursos generosos a humanidade já está de sacos e ovários repletíssimos, colocamos os dedos nas feridas através de um manifesto e proclamamos, indicativamente, o que rejeitamos e pretendemos transformar para viver melhor.
2 - COMEÇO DE PENETRAÇÃO
MMN - Movimentação Masculina Nordestina.
Símbolo: um cacto ereto ou em repouso.
Observação: um cacto sem espinhos.

  • contra o terror machista.
  • contra a ditadura clitoriana.
  • contra o homosexualismo autoritário.
  • pela reconciliação do espermatozóide com o óvulo.
Renunciamos a todas as prerrogativas do poder machista.
Que omem seja escrito sem "H".
Não nos consideramos superiores nem inferiores às mulheres, aos homosexuais e aos bi: somos diferentes e iguais.
Rejeitamos todos os modelos pré-fabricados de sexualidade, caretosos ou vanguardeiros, partindo de três princípios: 1) carência não se inventa; 2) receita, somente de bolo; 3) vanguarda também é massa.
Somos solidários com qualquer saída (ou entrada) sexual que a humanidade venha a inventar e curtir, desde que não haja imposição e violência. E exigimos que se respeite a nossa opção fundamental: gostamos é de mulher.
3 - APROFUNDANDO A ENTRADA
  • Abaixo o guarda-chuva preto. Não somos urubus.
  • Abaixo as exigências do paletó e da gravata.
  • Contra o relógio bolachão.
  • Pelo direito de mijar sentado.
  • Pelo respeito ao pudor masculino: mictórios privativos.
  • Pelo amparo aos pais solteiros e abandonados pelas mulheres amadas desalmadas: creches nos bares.
  • Queremos pensão por viuvez, auxílio alimentação e licença paternidade.
  • Não amamentamos mas podemos trocar fraldinha.
  • Pela liberação da lágrima masculina
  • Contra o fechamento do mercado de trabalho aos homens: queremos ser secretários, telefonistas, babás, etc.
  • Não queremos ser "chefes" de família nem regentes sexuais. Igualdade fora e em cima da cama.
  • Queremos trepar mais por baixo.
  • Queremos ser tirados pra dançar.
  • Queremos ser cantados e comidos.
  • Pelo nosso direito de dizer não sem grilos nem questionamentos da nossa masculinidade.
  • Pelo direito de brochar sem explicação. Mulher também brocha. Aquele ou aquela que nunca brochou que atire a primeira pedra.
  • Abaixo a máscara da fortaleza masculina. Queremos ter o direito de assumir nossas fragilidades.
  • Abaixo o complexo de corno. Por que mulher não é corna? Fidelidade ou infidelidade recíproca.
  • Cavalheirismo é cansativo e custoso. Delicadeza é unisex. Que seja extinto o cavalheirismo ou se instaure, também, o damismo.
  • Queremos receber flores.
  • Exigimos a modificação do Pai Nosso:
    a) Pai e Mãe nossos que estais no céu...;
    b) bendito seja o fruto do vosso ventre, do nosso semen.
  • Pela capacitação dos homens, desde a infância, para as tarefas tidas como "essencialmente feministas". Reciclagem geral. Queremos aprender corte e costura, culinária, cuidado de crianças etc. Em contra partida, ensinaremos às mulheres: trocar pneu de carro, bujão e fusivel; dar porrada, atirar e espantar ladrão; matar barata e rato.
  • Pela paternidade responsável e contra a gravidez e os filhos serem utilizados como elementos de chantagem sentimental sobre nós.
  • Pelo respeito à intuição masculina.
  • Denunciamos a utilização depreciativa das expressões "cacete", "caralho", "pra cacete", "pra caralho". Exigimos que cada um ou cada uma se posicione: cacete/caralho é bom ou não é? Se é bom, respeitem como ao seu pai ou a sua mãe.
  • Protestamos contra o fato do nosso órgão do amor ser representado, simbolicamente, por espadas, canhões, porretes, e outros instrumentos de agressão e guerra. Só aceitamos a simbolização a partir de coisas gostosas e sadias: chocolates, biscoitos, bananas, batons, picolés, pirulitos, etc.
  • Denunciamos como principais vias condutoras do machismo: as vovozinhas cândidas, as mulherezinhas dondocas, as mãezinhas possessivas e as professoronas assexuadas.
4 - EMPURRADINHA FINAL
Considerando que muitos masculinistas trabalham dois expedientes, estudam e frequentam um milhão de reuniões e eventos, sem falar das poligamias possíveis, não iríamos incorrer na atitude fascista de inventar mais uma reunião para a comunidade masculinista. Portanto, o nosso princípio de organização é o seguinte: grupos de um, cada grupo obedece a seu chefe. Assembléias gerais com ego, id e superego. Voto de minerva para ego.
Convencidos de que a perfeição não é uma meta e é um mito, procuramos fazer um esforço no sentido de romper com 70% do nosso machismo atual e acrescentar sempre novos itens neste manifesto, aceitando a contribuição crítica e propositiva de todos os masculinistas e outros segmentos sexuais, preservada a nossa opção fundamental pelas mulheres.
Denunciamos os machões enrustidos, que utilizando o discurso masculinista, pretendem apenas dar os anéis para não perder os dedos: recuam em 30% de machismo para manter os 70%. É a Nova República do machismo.
Somos todos oprimidos. E sendo os homens, estatisticamente, minoritários diante das mulheres, isto já nos caracteriza como minoria oprimida. Nós, homens masculinistas, sofremos a pressão dos machões, das feministas sectárias e dos homossexuais autoritários – o que nos caracteriza como a menor minoria oprimida. Requeremos, portanto, o apoio extremo e a solidariedade máxima por parte da sociedade inservil.

Esse manifesto foi afixado nas paredes de um colégio em 1985. Não se sabe onde foi publicado e se tem notícias do autor, Marcelo Mario de Melo. 
Texto retirado do site: http://www.thats.com.br/estar/botequim/manimasc.htm

Terra Sem Lei de cara nova

Faltando 16 dias para um ano de Terra Sem Lei nós já estreamos o nosso ano com cara nova provavelmente definitiva (pelo menos para esse ano), com isso desejamos que todo o pó das terras malditas fiquem para trás, neste ano vamos seguir em frente, com o poder das flores que derrubam os canhões, nunca é claro esquecendo das armas lendárias do povo, enxadas, foices, molotovs, livros, papel, caneta, microfone guitarra e baixo.
Fica aqui nosso post de abertura (não tão abertura assim pq esse ano já postamos coisas antes deste post) do ano de 2010.
Vamos fazer a revolução para que sejamos também moradores de Atlântis!

Veganismo aplicado

Hoje em dia, muitas pessoas encaram o veganismo como sua luta, seu objetivo de vida, não compram nada que advém de animais não humanos, mas será que ser vegano basta? No meio de tantos entrelaços de fatos e informações o aspirante a libertação pode estar preso a conceitos criados pela indústria do mercado verde.
Este livro é um ótimo elucidador sobre os aspectos da liberdade humana e não humana.
Veganarquia, uma perspectiva vegana do anarquismo, e uma perspectiva anárquica do veganismo.
 Link: http://www.4shared.com/file/184686468/78fefb9d/veganarc.html

Seguindo o embalo da libertação animal aqui vai um bom livro que com certeza vai te deixar perplexo com o seu conteúdo, pois este livro traz à luz os aspectos negativos de militâncias "verdes", (pseudo vegetarianos).
Sem mais delongas o link: http://www.4shared.com/file/185941390/fbf4153c/Zoonazismo.html

Boa leitura