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sábado, 12 de outubro de 2013

Adentrando nas Grutas do Passado de Bom Jesus da Lapa! [Parte 02 Final]

Nesta parte final da entrevista, falaremos com Ozzyries, agitador cultural na cidade de Bom Jesus da Lapa e membrx da banda Ratoeira, confira aqui junto conosco suas lembranças sobre a cena de Bom Jesus da Lapa e região da década passada e sobre hoje em dia.

1. Como era a cena na década passada?
Quais eram as bandas? Eram autorais? Havia muita gente?

Não era muito diferente do que é hoje. Faltavam espaços pra tocar, existiam poucas bandas na cidade, mas diferente de hoje, sobrava vontade de fazer rock, tanto das bandas quanto do publico.
As poucas bandas locais tinham um publico fiel que não perdia nenhuma oportunidade de vê-los ao vivo. As festas de rock eram constantes. E ainda tinha o Rock Rio São Francisco, o Tubaína Rock, o Metal Obscuro.
As bandas que tinham na cidade eram a Extremokaos, Ratoeira, Milha Verde, Dislate, Arkhadia, e Evil Cave, que foi provavelmente a maior banda que existiu na cidade na década passada. Dessas, só a Extremokaos, Milha Verde e Evil Cave tinham trabalhos autorais.


2. Quais os problemas que a cena de Lapa enfrentava naquela época?

Os principais problemas eram a falta de estrutura das bandas, e ausência de espaços para tocar.

3. Algumas vezes trocando ideia com amigxs falo que a cena de Lapa era como o Titanic em dimensões culturais do rock da região, e que inacreditavelmente afundou, o que acha dessa afirmação?

É uma afirmação curiosa. A cena da Lapa tinha realmente um Titanic, que era o Rock Rio São Francisco. Ele foi fundamental para o surgimento e crescimento da cena na cidade. As bandas queriam tocar nele, e quem não tinha banda queria ter banda pra tocar no festival. Um evento grande pro porte da cidade, que trazia bandas de toda a Bahia, com 3 dias de duração, que aconteceu por três anos seguidos e que afundou. E junto com ele a cena local.

4. O que sobreviveu ao tempo se tratando do rock da cidade?

Das bandas, só a Ratoeira.

5. Como é a cena do rock em Lapa hoje em dia?

Hoje existem ainda menos bandas, mas existem mais oportunidades pra tocar.

6. Ainda tem bandas na ativa?

Sim. Tem a “Beiço de Jegue”, a Ratoeira, que já citei antes, e está comemorando 15 anos de existência esse ano e Thunga Marques, que tem um trabalho solo, autoral e que também produz eventos na cidade.

7. Fazendo uma comparação com antes e hoje, qual é a diferença?

Antes tinham mais bandas, hoje tem mais espaço.

8. O que seria o maior mérito da cena de hoje em dia na cidade?

Tem espaço pra tocar, mas não tem banda na cidade. Então a gente chama a galera de fora, vai atrás, se vira pra bancar passagem, hospedagem, alimentação.
O maior mérito talvez seja o esforço pra não deixar se apagar essa chama roqueira na cidade.

9. Quais são/eram os principais eventos da cidade? Hoje em dia tem algum evento/local que ainda dá espaço para o rock na cidade?

Os principais eram o Rock Rio São Francisco, o Tubaína Rock e o Metal Obscuro. Desses o que mais sinto falta é o Metal Obscuro, com certeza. O Metal Obscuro era um bloco alternativo, que reunia boa parte da galera que movimentou a cidade na década passada.
Hoje existem sim eventos que dão espaço pro rock na cidade. Os principais são “A Noite do Pop Rock” que acontece geralmente em abril, o “Independência Rock” que sempre rola no 7 de setembro, e o Musica na Casa que acontece na Casa da Música mensalmente.


10. Espaço final aberto para sua fala

Muito bom relembrar a década passada, deu até um gás pra continuar a realizar eventos na cidade.

Muito obrigado ao Ozzyries pelas respostas e por você pela leitura espero que tenha gostado, até a próxima!


Adentrando nas Grutas do Passado de Bom Jesus da Lapa!

Banda Evil Cave no Rock in Rio São Francisco
  Olá pessoal, hoje estamos trazendo uma matéria exclusiva com um conteúdo bem interessante e atrativo para várias gerações do rock da região, para xs mais antigxs, esta entrevista vai trazer a memória vários momentos bons do passado, axs novxs na cena, um conhecimento sobre como era a cena rock and roll de Bom Jesus da Lapa na década passada, a entrevista foi feita em duas partes; no primeiro momento vamos saber como era  a cena pela ótica da banda Evil Cave, um dos grandes nomes do metal regional da década passada, banda que obteve grandes êxitos como tocar no Rock in Rio São Francisco e conseguir gravar em estúdio uma demo naquela época, a segunda parte é feita com Ozzyries, um membrx da cena contemporâneo do pessoal da Evil Cave, membrx também da banda Ratoeira e hoje em dia agitador cultural na cidade.
  Antes de postarmos a entrevista queremos de novo agradecer ao pessoal que colaborou com as respostas e material enviado, muito obrigado! E a você que está lendo esperamos que curta e valorizem cada vez mais a cena da sua cidade!

Fabrício
1. De onde surgiu a ideia de montar a Evil Cave?
Max: A ideia surgiu na época em que havia um evento chamado Metal Obscuro, o qual somos fundadores, e queríamos fazer algo diferente naquele ano. Decidimos então formar a banda com intuito de fazer cover de algumas bandas de Heavy Metal, entretanto, tocando da nossa maneira.
2. E o nome da banda, qual é o seu significado?
Max: Caverna Maldita, o nome se deu em razão da Gruta de Bom Jesus da Lapa que alguns julgam ser santa... A ideia era mostrar um outro aspecto, aquele que não é visto em virtude da fé que cega a maioria das pessoas.
Ao vivo em Santa Maria da Vitória
3. Como era a cena de Bom Jesus da Lapa naquela época?
Fabrício: A cena estava em ascensão, tinha sempre alguém novo começando a curtir o rock/metal. Creio que tenha sido a época de ouro do movimento rock em Bom Jesus da Lapa, por isso que o Evil Cave deixou de ser apenas um projeto pra se tornar uma banda de verdade.
4. Como era a receptividade do público dentro da cidade e pela região?
Ao vivo no clássico Metal Obscuro
Fabrício: Onde nós tocamos sempre fomos bem recebidos, além do fato de tocarmos grandes clássicos do metal, havia uma carência de bandas daquele estilo na época. Acho que esses foram os pontos cruciais para a boa aceitação que tivemos.
5. Quais foram as maiores experiências que a banda lhe proporcionou, quais os maiores êxitos da banda, e quais as maiores dificuldades que a banda encontrou?
Max: A banda foi praticamente meu primeiro trabalho, muito embora não era remunerado, era algo que eu gostava de fazer e que me fez aprender a aceitar opiniões diferentes da minha. Algo que é muito difícil. A maiores conquistas da banda foram as gravações e a aceitação do público que sempre elogiava o nosso trabalho e comparecia em nossas apresentações. A maior dificuldade foi a distância, nem todos os integrantes moravam na mesma cidade e isso inviabilizou o projeto.
Rock in Rio São Francisco
6. Como foi o processo de gravação do material da banda? Ficou algo sem gravar?

Fabrício: Foi um sonho realizado! Você poder eternizar algo que você se dedica tanto, é sempre muito gratificante. Trabalhamos duro e conseguimos. Conseguimos conquistar fãs também através do nosso trabalho em estúdio e isso é muito bom. Temos outra música que, infelizmente, não gravamos. Ela seria a mais rápida do Evil Cave, mas quem sabe um dia a gente grave ela.
7. Existe alguma possibilidade de reunião da E.C.?
Max: Não sei, cada um seguiu seu caminho, e hoje em dia é difícil nos reencontrarmos, mas acredito que essa seja a vontade de todos.
Fabrício: Sempre irá existir, pois todos nós somos amigos e a qualquer momento pode rolar um tempo sobrando de cada um, pra gente se reunir novamente!
8. Por que a banda se desfez?
Fabrício: DISTÂNCIA e TEMPO! Cada um seguiu para um lado. Eu fui pra Vitória da Conquista, os guitarristas foram pra Salvador e o restante permaneceu em Bom Jesus da Lapa. A questão do tempo, por cada um ter uma ocupação que requere dedicação e tempo. Dificilmente temos um tempinho em que possamos estar juntos.
9. O que você diz da cena de Bom Jesus da Lapa hoje?
Fabrício: Estou meio por fora. Sei que há algumas bandas fazendo um som por lá, mas creio que no ramo do rock. Metal está meio em baixa, mas espero que a galera mais jovem volte a curtir e viver o rock’n’roll como vivemos naquela época!
10. Finalizando deixe suas palavras sobre alguma coisa que a entrevista não contemplou, agradecimentos, etc.
Fabrício: Inicialmente queria agradecer ao blog pela a entrevista e possibilitar que a galera conheça um pouco da história do Evil Cave. É sempre bom ser lembrado, mesmo estando a tanto tempo fora da ativa. Quem sabe um dia possamos nos reunir novamente e fazer aquele “Brutal Heavy Metal” !! Segundo quero desejar sucesso à todas as bandas que ainda estão batalhando pra manter nossa cena forte! Grande abraço...
A E.C. foi formada por:
Fabrício -  Vocal
Max - Guitarra
Léo - Guitarra
Álex Vítor - Baixo
Libório - Teclado
Cleilson -  Bateria

E durante seu percurso ainda fizeram parte da história da banda:
Luciano - Guitarra
Vítor - Bateria

E você, ficou curiosx para ouvir esta banda? Nós do Terra Sem Lei conseguimos recuperar as mp3 da banda diretamente das antigas comunidades de rock da região no falecido orkut!




Godslayer lança sua primeira música

A banda nascida em Guanambi-BA Godslayer, acaba de lançar seu primeiro single que fará parte do EP que futuramente será gravado. A banda está confirmada em alguns eventos da região, não vá para o show sem conhecer o som! Aproveite e ouça agora a música Old Gods:

Curta a página da banda no facebook e fique por dentro de todas as notícias dos seus próximos lançamentos e shows: https://www.facebook.com/GodslayerMetal?

Acontecendo pela região

Neste fim de ano, a cena alternativa/underground do interior da Bahia está fervilhando com vários eventos, vejamos aqui alguns deles:

I Black Vomit Metal Festival (Brumado-BA)


 Este evento será o primeiro focado ao metal e suas vertentes na cidade de Brumado.
 Acontecerá no dia 16 de Novembro às 18 horas no Espaço Bruhmet, a entrada será no valor de 10 reais. 
Seu line up é formado pelas bandas: Four sins (Brumado), Headmaster (Brumado), Hellraiser B.S (Santa Maria da Vitória), Godslayer (Guanambi), Nazgûl (Vitória da conquista) e Chaos Conspiracy (Jequié) 

Compareça e fortaleça a cena underground da sua região!

Link do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/672710086072901/?fref=ts


Dezembro Underground - Santa Maria da Vitória (BA)
O evento, que acontecerá na AABB de Santa Maria da Vitória, até o momento está com duas bandas confirmadas; a God Slayer de Guanambi e a Suffocation of Soul da cidade de Poções ambas baianas, além disso já está sendo divulgado o preço da entrada do evento que será 5 reais e um quilo de alimento, mais novidades você pode conferir na página do evento no facebook: https://www.facebook.com/events/236705413152792/?fref=ts

Fucking Shit Rock 'N' Heavy - Guanambi (BA)


Este evento acontecerá na cidade de Guanambi e contará com uma série de bandas em seu line up que o colocará entre os maiores eventos que acontecerão pela região nos últimos tempos, você pode conferir a lista de bandas e informações mais detalhadas sobre o evento em sua página no facebook que é: https://www.facebook.com/events/543504259054229/?fref=ts

4ª Noite do Horror - Barreiras (BA)


Evento clássico da cena de Barreiras que já rendeu um documentário e várias histórias para contar, com promessa de ser o melhor show de rock do ano da cidade de Barreiras, esta edição traz 9 bandas tocando uma variedade de estilos numa tarde de domingo. Todxs que tenham skate ou patins que queiram mandar suas manobras haverá um espaço no evento, portanto sintam-se livres para trazer seus equipamentos de diversão!
Dúvidas, maiores informações e avisos sobre evento podem e serão postados em sua página no facebook: https://www.facebook.com/events/733208126694387/?source=1

Festival Correnteza - Correntina (BA)




Evento tradicional da cidade de Correntina, acontecerá em dezembro e logo deve postar maiores informações com cartaz, line up e tudo mais, o evento tem uma fan page que é atualizada constantemente com informações a respeito da organização do evento, você pode acompanhá-la curtindo https://www.facebook.com/FestivalCorrenteza?fref=ts

Agora é só escolher em qual evento você poderá comparecer e curtir de maneira saudável o rock and roll da região!


Qualquer esquina pode virar um Boteco Poético!


   Há algumas semanas atrás pedimos ao poeta Rique Silva que escrevesse um relato sobre sua turnê pela Chapada Diamantina, que aconteceu há alguns meses, por estarmos em uma época onde todxs que mantém o blog estar bem ocupadxs só estamos podendo postar agora, mas, antes tarde do que nunca, agradecemos ao grandioso poeta Rique pelas palavras desejamos muita força e sucesso nas próximas empreitadas e a você que está lendo a matéria, agradecemos o acesso, viva a cultura!

Como Foi Pensada a Turnê e Como Aconteceu na Prática - Sobre o direito de ir e vir
Para se conhecer o mundo, é necessário que queiras o conhecer, para que no cara a cara da realidade, tu e ele estejam vibrando de braços abertos nas mesmas sintonias; Desse modo, a troca, o dar e receber de energias será recíproco e fortuito aos dois(infinitos de milhões) de interlocutores dessa dança. Vai-se com gigantescas vontades, anseios, curiosidades é melhor, pois, ficamos sempre nos perguntando: Como poderá ser tal viagem? O que poderei fazer lá? Quem encontrarei? Em que lugar ficarei? Como comerei?... Contudo, mantenha sua mente paciente e trabalhando em amplitudes, como farei tudo isso?... Somos convidados ao encontro de gigantescos recíprocos aprendizados, somos visita na mainha, painho, filhote, irmãzona terra, assim como cá em casa não se passa fome, na nossa casa não passarei. Pensemos sempre em multiplicar coisas boas para ganharmos coisas boas, começar um dia, desejando a alguém um BOM DIA, muda o mundo, sabia? Aprendi em uma estadia, que deve se começar com pelo menos uma direção de verbo para iniciar o dia, sem isso o mundo fica meio perdido. Como foi o caso de outro amigo que um dia acordou falando merda e passou o dia inteiro a se cagar... Enfim, a estrada são caminhos que se assemelham a pedaços de você esparramado por aí; A galera das cidades, refletem as energias das cidades, a galera do vale, reflete a energia do vale. É como se estar a conversar com suas partes mentais mais vibratórias e similares a tu no todo. As energias são potentes, e é necessário que aprendas a manejá-las , quanto mais controle sobre ti tiverdes, melhor será, quanto mais se conhecer, conhecer a tudo irá. Passei uns dias no vale do capão, aonde cada frase era uma poética, e cada ventania uma poética explosão. O vento cantava uivos tremidos com ecos nas paredes da barraca, e a chuva respingava, fraquinha, insistente, quase clamando para que de dentro eu saia. O mundo é lá fora de ti, mas começa em ti, senão não é nada teu, é invenção dos outros, e isso se aprende, é aprendizado e construção, desconstrução e vai, e vai... Entretanto , vai-se com um pensamento , e volta-se com milhares. No meu caso, uma ideia se tornou infindas, de um direcionamento, foi-se para incontáveis. Portas se abrem quando abrimos a boca para falarmos conosco construído no real, e com olhos de REC, fui convidado a conhecer novos portais, fui convidado a registrar com olhos de águia afiados as experiências mais intensas vividas em tais dias. Como de práxis, quando se quer mudar, se muda, com intensidade, com amor, com leveza... Faz-se necessário que eu sinta mais e mais, que eu conheça os pedaços de mim pelo mundo, que nessa brincadeira de vida, aprendamos a ser felizes, que cresçamos não como seres destoados uns dos outros, mas seres abraçados, conectados uns com os outros. Faz-se necessário, caminhar por esse mundo, pois lá descobri que não sou poeta, sou poesia, e também me faço a caminhar pelo mundo.

Rique Silva