Campanha internacional contra o feminicídio e tortura sexual no México
A violência contra a mulher faz parte do cotidiano de várias cidades brasileiras e do mundo. No Brasil, uma em cada 5 brasileiras já sofreu algum tipo de violência. Estima-se que a cada minuto quatro mulheres são espancadas. Mas o que vem ocorrendo no México, mais precisamente na fronteira do México com os EUA, em Ciudad Juárez onde as mulheres estão sendo assassinadas da maneira mais perversa e brutal, é vergonhoso e revoltante.
Segundo um documento elaborado pela mexicana Ana Maria Gonzáles, neste momento no Estado de Chihuahua, especificadamente em Ciudad Juárez, desde 1993 até o presente ano, foram cometidos perto de 300 homicídios de mulheres (feminicído), e centenas mais de desaparecidas através das formas mais brutais, selvagens e cruéis que existam, diante de tão grave situação a resposta do governo local e federal tem sido nulas, já que não interessa levantar os “porques” dessa história, pois são mulheres e ademais, por que são operárias, na sua maioria de famílias pobres e indígenas.
Estas séries de execuções não se limitam ao assassinato, mas que se distinguem por seu grau de sadismo e tortura que se aplicam ao corpo das mulheres vivas, que são penetradas por todo seu corpo, lhes são arrancados os seios, suas entranhas abertas, lhes removem as vísceras, são desmembradas e cortadas em pedaços, lhes destroem o crânio, são queimadas, introduzidas madeiras e substâncias tóxicas em suas vaginas e ânus, suas colunas são quebradas, e passam-lhes automóveis por cima, este horror não respeita nem mesmo as crianças.
De acordo com Ana Maria Gonzáles, estes crimes não são produto unicamente de indivíduos psicopatas, de rituais satânicos ou do narcotráfico; são, sobretudo, consequência do crescente desemprego, consequentemente da migração forçada, dos salários baixos e da miséria, da maquilização da economia mexicana, e de seu categórico fracasso, e naturalmente da cultura patriarcal. Em síntese, de um sistema corrupto, e num profundo estado de putrefação.
Alguns mexican@s pensam que Ciudad Juárez poderia ser uma zona de experimentação de testes psico-sociológicos feitos por laboratórios científicos-militares multinacionais, como acontece na Ásia, África e em alguns países da América Latina, onde muitos casos como “miséria”, “epidemias”, “terror psicológico”, “alcoolização e drogas”, “conflitos interétnicos ou religiosos”, e “experimentos biológicos”, são criados especificadamente para controlar e eliminar populações inteiras.
O exemplo de Ciudad Juárez é um assunto que deveria ser de competência federal, por que está diretamente ligado com o crime organizado. Ciudad Juárez é a ponta do iceberg da violência contra as mulheres que vai aumentando conforme a humanidade se afunda no modelo econômico neoliberal.
Neste sábado, dia 9 de novembro, libertários e libertárias daquele país, estarão indo pras ruas, alçando sua voz contra a indiferença, e denunciando mais essa história de horror contra aquelas mulheres.
Já no dia 25 de novembro, “Dia Internacional Contra a Violência Às Mulheres”, será dedicado principalmente em denunciar o horror que as mulheres e seus familiares sofrem em Ciudad Juarez.
Aqui, deixo alguns links interessantes com relatos, um de um blog pessoal que achei, falando da semelhança das fronteiras do México/EUA com do Brasil/Paraguai: http://joaowainer.com/2010/03/16/feminicidio/
E esse link aqui de onde tirei algumas fotos (tem várias fotos de cadáveres), o blog está em espanhol e é do pessoal que luta pela causa já citada: http://angelcorbalan.blogspot.com.br/2011/02/un-san-valentin-diferente-feminicidios.html
Na próxima postagem trarei a tradução (talvez o vídeo com legenda) da música Invalid Litter Departament, e também falarei um pouco sobre os filmes snuff, uma das razões mais prováveis para as mortes em Ciudad Juarez.