Nesta parte final da entrevista, falaremos com Ozzyries, agitador cultural na cidade de Bom Jesus da Lapa e membrx da banda Ratoeira, confira aqui junto conosco suas lembranças sobre a cena de Bom Jesus da Lapa e região da década passada e sobre hoje em dia.
1.
Como era a cena na década passada?
Quais
eram as bandas? Eram autorais? Havia muita gente?
Não
era muito diferente do que é hoje. Faltavam espaços pra tocar,
existiam poucas bandas na cidade, mas diferente de hoje, sobrava
vontade de fazer rock, tanto das bandas quanto do publico.
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As
bandas que tinham na cidade eram a Extremokaos, Ratoeira, Milha
Verde, Dislate, Arkhadia, e Evil Cave, que foi provavelmente a maior
banda que existiu na cidade na década passada. Dessas, só a
Extremokaos, Milha Verde e Evil Cave tinham trabalhos autorais.
2.
Quais os problemas que a cena de Lapa enfrentava naquela época?
Os
principais problemas eram a falta de estrutura das bandas, e ausência
de espaços para tocar.
3.
Algumas vezes trocando ideia com amigxs falo que a cena de Lapa era
como o Titanic em dimensões culturais do rock da região, e que
inacreditavelmente afundou, o que acha dessa afirmação?
É
uma afirmação curiosa. A cena da Lapa tinha realmente um Titanic,
que era o Rock Rio São Francisco. Ele foi fundamental para o
surgimento e crescimento da cena na cidade. As bandas queriam tocar
nele, e quem não tinha banda queria ter banda pra tocar no festival.
Um evento grande pro porte da cidade, que trazia bandas de toda a
Bahia, com 3 dias de duração, que aconteceu por três anos seguidos
e que afundou. E junto com ele a cena local.
4.
O que sobreviveu ao tempo se tratando do rock da cidade?
Das
bandas, só a Ratoeira.
5.
Como é a cena do rock em Lapa hoje em dia?
Hoje
existem ainda menos bandas, mas existem mais oportunidades pra tocar.
6.
Ainda tem bandas na ativa?
Sim.
Tem a “Beiço de Jegue”, a Ratoeira, que já citei antes, e está
comemorando 15 anos de existência esse ano e Thunga Marques, que tem
um trabalho solo, autoral e que também produz eventos na cidade.
7.
Fazendo uma comparação com antes e hoje, qual é a diferença?
Antes
tinham mais bandas, hoje tem mais espaço.
8.
O que seria o maior mérito da cena de hoje em dia na cidade?
Tem
espaço pra tocar, mas não tem banda na cidade. Então a gente chama
a galera de fora, vai atrás, se vira pra bancar passagem,
hospedagem, alimentação.
O
maior mérito talvez seja o esforço pra não deixar se apagar essa
chama roqueira na cidade.
9.
Quais são/eram os principais eventos da cidade? Hoje em dia tem
algum evento/local que ainda dá espaço para o rock na cidade?
Os
principais eram o Rock Rio São Francisco, o Tubaína Rock e o Metal
Obscuro. Desses o que mais sinto falta é o Metal Obscuro, com
certeza. O Metal Obscuro era um bloco alternativo, que reunia boa
parte da galera que movimentou a cidade na década passada.
Hoje
existem sim eventos que dão espaço pro rock na cidade. Os
principais são “A Noite do Pop Rock” que acontece geralmente em
abril, o “Independência Rock” que sempre rola no 7 de setembro,
e o Musica na Casa que acontece na Casa da Música mensalmente.
10.
Espaço final aberto para sua fala
Muito
bom relembrar a década passada, deu até um gás pra continuar a
realizar eventos na cidade.
Muito obrigado ao Ozzyries pelas respostas e por você pela leitura espero que tenha gostado, até a próxima!
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