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quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Tem debut novo na praça!





Depois do lançamento do EP Ao Vivo no Circo Voador, a Mundo Ácido finalmente lança seu primeiro álbum, o homônimo vem com 8 faixas, com um retoque psicodelíssimo dado pelo DJ Kultrix e sua manipulação de sons. As faixas desse CD são uma mistura básica de rock, música brasileira, (dub) reggae e é claro, psicodelia.
Ouvindo o cd, dá pra sentir a sensibilidade extrema que foi usada na hora de compor essas músicas. Sensibilidade à prova de balas, resistente e protestante contra a violência, contra o caos, que essa Babilônia instaurada pelo neoliberalismo facista se configura no dia a dia. É uma sensibilidade que rompe padrões, que faz com que quando ouçamos pensemos 'isso veio mesmo do rio?'. Mas bem além o rítmo segue, o baixo e a bateria constroem o corpo do som, enquanto a guitarra de Pedro Loty viaja os cosmos, explorando nossa mente, numa expedição astral que tem como objetivo levar mensagens sobre como é viver Mais Um Dia Na Babilônia, sobre como nossa realidade é corroída, sobre como esse mundo é realmente um Mundo Ácido.
O CD vem de forma transcendental, a cada segundo, a cada minuto vai se transformando, num instrumental muito bem articulado, singelo até, mas sempre tão lindo quanto os detalhes da vida, seu fim dá início a música A Falta, que tem a pegada brasileira muito bem composta, atual, rocker, mas totalmente brasileira, Kultrix sutilmente aparece com seus sons a cada momento, enquanto a música segue falando sobre a vida cotidiana, imperceptivelmente a música não acaba, se transforma, na próxima faixa, Downtempo, calma, sublime, uma verdadeira canção que nos leva realmente a dar um tempo, relaxar, acender um se for 4:20. Em seguida, ferver, e ver além, como Timothy Leary propunha à décadas passadas, ver além, ver como essa sociedade é tão decadente, tão hipócrita, e o quanto a realidade não passa de uma matéria sendo corroída, corroída pelo Mundo Ácido, “pois um sorriso no mundo ácido é como um cuspe na cara de um padre”.
Com certeza Metáfora é a música punk do álbum, qualquer visão mais centrada vai conseguir sentir a fúria na letra, mas não uma fúria qualquer, uma fúria punk, uma fúria de excluídos, mas não apenas isso, uma letra contra o preconceito linguístico, contra a estagnação social.
Encerrando finalmente o álbum vem a misteriosa 16/12 que tem uma crítica muuuito bem elaborada que mostra a contradição do cd, porque ela não é nada direta como Loty propõe em Metáfora, mas deixo para quem comprar o cd e ouvir a música entender seu real significado, é muito bom ainda terem bandas que nos façam usar bem mais do que o corpo pra curtir, Mundo Ácido, muito obrigado por existir! Lembrando que as 5 faixas do cd podem ser ouvidas pelo soundcloudhttp://soundcloud.com/kultrix/sets/mundo-cido-cd-1/  se você por acaso comprar as faixas digitais por 5 reais precisará pagar apenas o frete quando o cd físico sair. Para comprar o cd completo basta entrar em contato em alguns dos seguintes endereços:

bandamundoacido@gmail.com

O preço do cd é 5R$, e logo o cd físico será lançado por 7R$.
Mundo Ácido: MyspaceLast Fm

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segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Cuba dominada pelo comunismo: podridão, crime e infâmia

Ouso enviar um recado a Santos e a Garzón: a “causa da paz” que os ditadores cubanos defendem, é aquela dos cemitérios, sobretudo com os defuntos sepultados sem nome, para que nunca mais seus parentes possam encontrá-los e pranteá-los dignamente!
No princípio da noite da sexta-feira 14 de outubro, faleceu em Havana a líder e fundadora do grupo “Damas de Branco”, Laura Pollán, uma mulher valente, destemida e que levou grande parte de sua vida a defender a liberdade em Cuba. Laura era esposa do ex-preso político Héctor Maseda, um dos 75 do que ficou conhecido como “A Primavera Negra” de Cuba, em 2003, quando decidiu fundar este movimento pacífico pedindo a liberdade dos seus maridos, irmãos e pais.
laura pollan Laura Pollán: silenciada definitivamente pelos Castro?
A última manifestação a que Laura participou foi no dia 24 de setembro, quando uma turba da polícia política do regime castro-comunista agrediu várias destas senhoras, e muito particularmente a Laura em sua própria casa. Os verdadeiros opositores ao regime contam que até esse momento Laura, apesar de ser diabética, estava bem de saúde. Horas depois começou a passar mal quando foi levada ao Hospital Calixto García, vindo a falecer às 7:50 da noite do dia 14 de outubro.
Chama a atenção alguns fatos denunciados pela jornalista cubana Angélica Mora em seu artigo “Antecedentes”, onde ela relata que outras mulheres pertencentes às Damas de Branco afirmam terem sido “injetadas” nas manifestações por agentes da polícia política, com alguma substância que as teria feito passar mal em seguida. No artigo “Desperta inquietudes o caso de Laura Pollán”, Angélica nos conta que durante o ataque sofrido para impedi-las de ir à igreja no dia de Virgen de la Merced no dia 24 de setembro, Laura foi arranhada. Teriam os agentes castristas nessa ocasião inoculado algum vírus na pacífica guerreira e que levou-a ao óbito?

No hospital Laura foi diagnosticada com o Vírus Respiratório Sincitial (VRS), entretanto, esse diagnóstico veio tarde demais e apenas a deixaram no soro e oxigênio, sendo feita uma traqueostomia um dia antes de seu falecimento mas absolutamente NADA de medicação para combater o tal vírus lhe foi ministrado.
Quem conhece bem o regime cubano sabe que em matéria de virologia eles estão bem avançados, inclusive criam vírus para uma provável guerra bacteriológica contra os Estados Unidos. Então, aí fica a pergunta que não quer calar: se a medicina cubana é este “assombro” que se propaga, por que não identificaram o mal que a afetava e a trataram devidamente, em vez de deixá-la morrer aos poucos sem medicação adequada? Se ela foi inoculada com um vírus letal JAMAIS se saberá, posto que, mesmo que algum médico tenha descoberto o crime que se cometia, com certeza esse será um segredo que ele levará para o túmulo, pois é a sua própria vida que está em jogo. Ademais, em quem confiar para fazer uma necrópsia fidedigna se tudo está sob o controle férreo dos ditadores? O que podemos fazer, nós que a admirávamos de longe, é rogar a Deus que a acolha em Seu Reino e que um dia toda a verdade destes crimes comunistas seja julgado com o peso da Sua Justiça. Que em paz descanse, Laura!
Quando em julho passado escrevi o artigo “Cubazuela ou Venecuba, uma amarga realidade”, já demonstrava ali que os verdadeiros donos do poder na Venezuela não eram o seu povo, mas sim os cubanos, comandados pelos ditadores Castro. Na semana passada outro fato impensável, demonstrando o domínio e controle desta gente em todos os seguimentos da vida nacional venezuelana, escandalizou mesmo aqueles que estão fartos de saber e denunciar a ingerência dos ditadores na soberania de seu país.
ParamacayNo Forte Paramacay, a bandeira de Cuba era içada ANTES da venezuelana.
Desde a segunda-feira passada pôde-se ver na parte interna das instalações do Forte Paramacay, subordinado à 41ª Brigada Blindada, no estado Carabobo, a bandeira de Cuba içada ao lado da bandeira venezuelana. Segundo denunciou o secretário da Universidade de Carabobo, Pablo Aure, ele recebeu a informação de que a bandeira cubana era içada às seis da manhã, ANTES de ser içada a venezuelana. “Hastear a bandeira de um país estrangeiro em instalações militares não pode ter uma interpretação distinta à da submissão militar aos desígnios desse país. Poderíamos dizer que os chefes militares venezuelanos estão a mercê de Cuba e depois da Venezuela”, afirmou Aure, acrescentando que “desde há algum tempo se vem afirmando que os cubanos dão ordens em nossos quartéis”.
Agora, a gravidade deste fato absurdo se amplia quando se toma conhecimento de que um forte desta natureza proíbe, em muitas ocasiões, a entrada de civis venezuelanos, por ser considerado “zona de segurança”, inclusive restringe-se a presença de estrangeiros. Como, então, a bandeira cubana tremulava impávida ao lado da venezuelana, sem que isto se considere uma ingerência ou uma insolência e cumplicidade do Estado venezuelano na perda de sua soberania nacional? Para o vice-almirante (r) Rafael Huizi Clavier, presidente da “Frente Institucional Militar”, “isto só pode ser uma espécie de provocação para que os que não estão de acordo reajam, e assim fazer uma nova ‘purificação’ do corpo castrense, onde ficarão os mais leais, porque isto é inaceitável!”.
Então, aí está a foto para quem duvide da aberração. Muitos leitores da matéria comentaram ter testemunhado o fato e, diante das críticas dos jornais, cobrando uma explicação, a bandeira foi retirada na sexta-feira com a desculpa patética do General/D Clíver Alcalá Cordones, comandante da IV Divisão Blindada e Guarnição de Maracay, a quem o forte está subordinado, alegando que a bandeira fora içada como “gesto de cortesia” com militares cubanos que visitavam o forte. Ora, mas como os cubanos podem e os próprios venezuelanos não podem sequer visitar essas instalações? Lembro que há alguns anos (não quantos, com exatidão), três soldados que se encontravam presos no Forte Tiuna, onde também funciona o Ministério de Defesa da Venezuela, foram incendiados por um militar cubano que tinha um alto posto ali, onde dois deles faleceram e o sobrevivente foi silenciado, com a promessa de aumento substancial no soldo, viagens, casa, etc. ONotalatina denunciou isto na ocasião, e quem quiser se aventurar a pesquisar, vai encontrar no blog.
E, finalmente, o fato mais asqueroso e indignante foi protagonizado pelo Vice-presidente da Colômbia, o sindicalista Angelino Garzón, que esteve por dois dias em Cuba firmando acordos comerciais. O governo de Juan Manuel Santos já havia dado mostras de seu esquerdismo desde a posse, quando um dia apenas de haver-se tornado presidente da Colômbia, já estava aos beijos e abraços com Chávez, a quem passou a chamar de “meu mais novo melhor amigo”. Desta vez, entretanto, Santos e seu repugnante vice escancaram suas preferências, fazendo rapapés a tiranos assassinos que são responsáveis pelas mortes de milhares de seus compatriotas, através do apoio que dão às FARC, ao ELN e a quanto narcoterrorista exista naquele país.
Segundo leio no site “La Hora de la Verdad”, da parte do mandatário Juan Manuel Santos, Garzón enviou uma saudação fraternal ao Governo e povo de Cuba, e de maneira especial ao presidente Raúl Castro e também nossa saudação a quem consideramos um grande amigo da causa da paz na Colômbia, o comandante Fidel Castro. E no site semi-oficial da ditadura castrista, outra pérola: “Admiramos como ponto de referência de Cuba a importância que se lhe concede aos seres humanos”expressou Garzón.
O que me chamou a atenção e envergonhou, foi um fato dessa magnitude e crueldade para com a memória das milhares de vítimas desses bandos terroristas homiziados e apadrinhados pelos assassinos ditadores cubanos, é que na grande imprensa colombiana nem uma mísera palavra de repúdio tenha sido pronunciada! Nada se disse, nada se comentou, ninguém se sentiu aviltado nem com o mais leve incômodo. Somente - como sempre e que ocorre também no Brasil - os jornalistas e escritores independentes, geralmente de blogs e sites, condenaram tais aberrantes afirmações.
Então, ouso enviar um recado a Santos e a Garzón: a “causa da paz” que os ditadores cubanos defendem, é aquela dos cemitérios, sobretudo com os defuntos sepultados sem nome, para que nunca mais seus parentes possam encontrá-los e pranteá-los dignamente! A “importância” que este velho abutre assassino “concede aos seres humanos”, seu Angelino, é ainda pior àquela que se dispensa a um cão sarnento de rua, pois se assim não fosse, não teria fuzilado tantos inocentes, nem teria calado o grito daqueles que reclamam por direito à dignidade humana, ou matado de fome e desnutrição a tantos inocentes, com a falsa desculpa do “bloqueio” norte-americano. Tampouco teria adotado como norma de Estado o aborto de cem mil bebês por nascer ao ano, para que a substância negra fetal sirva de medicamento para curar os males dos “capitalistas burgueses” que enchem suas arcas pessoais com dólares e euros, que é sistematicamente negado aos cubanos a pé!
Santos e Garzón “se esquecem”, muito providencialmente, que estes abutres velhos treinaram, apoiaram e acoitaram na ilha terroristas das FARC. Ou já se esqueceram para onde foi levado “Rodrigo Granda”, depois da lamentável falha de Uribe para atender o pedido do presidente Sarkozy? Já esqueceram também que as FARC, que dizima com requintes de violência milhares de seus compatriotas, é sócia dos inumanos ditadores Castro no Foro de São Paulo?
Não, não é possível calar diante de tanta ignomínia, de tanta traição à Pátria em troca de “acordos” que não vão beneficiar o pobre povo cubano, tampouco o colombiano, mas apenas enriquecer ainda mais os verdugos Castro.
Onde está a dignidade dos colombianos que não se levanta em bloco e condena tamanho escárnio e traição à pátria? Fiquem com Deus e até a próxima!

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Entreviste o Clemente dos Inocentes!

É isso aí galera, estamos agitando uma entrevista com o Clemente do Inocentes, que já disse que topa fazer uma entrevista no show em Brasília que vai ser nesse próximo sábado (15), nisso vamos compartilhar esse momento histórico com as nobres almas perdidas que lêem esse blog. Vai funcionar do seguinte modo. Para participar da promoção tem que ser seguidor do blog  (se você não é clique aqui) e fazer um comentário nesta postagem com a pergunta e seu nome, as melhores perguntas irão fazer parte da entrevista que será filmada e logo estará sendo postada por aqui, vale lembrar que as perguntas devem ser postadas até o dia às 19h do dia 14 próximo (sexta-feira).


Inocentes
Beijos e boa sorte!

sábado, 8 de outubro de 2011

O rock é massa?!

   Bem, há quem diga que o rock morreu no fim dos anos 50, há quem diga que ele nunca vai morrer, a base principal pra poder determinar esse tipo de pensamento é poder determinar o que é ou não rock de fato. Nos tempos de hoje, vivemos sob um sistema assimilador onde todos os valores mais cedo ou mais tarde se deturpam e se transformam em cultura para as massas, não importa que valor isso tenha, seja algo subversivo, seja a cultura de um povo tradicional, tudo um dia vai ser engolido e transformado pelo capitalismo em cultura de massa. Hoje temos aí o triste estado que o sertanejo tomou, o que antes era música de povos do sertão, gente de baixa renda e muita fé, se tornou cada vez mais norte-americano que virou música country e ainda sim chamado de sertanejo, hoje em dia temos a música pop americana, que nem tem mais nada de “rural” engolindo a cultura popular, intitulando esse processo de sertanejo universitário.
   Acabamos de sair do rock in rio que deu muito o que falar por aí, muitos roqueiros reclamando do line up do evento, que era muito misto, entre outras queixas. O RiR foi patrocinado por grandes empresas, assim como todo grande evento, aqui queria começar a questionar, se é que me é permitido fazer isso, precisamos mesmo de um evento tão grande? A primeira resposta é, sim, claro, afinal são bandas de renome, neste ponto eu diria, o que faz mesmo o rock hoje em dia? São as grandes estruturas? São os mega equipamentos de luz? Ou é a música? Deixo a resposta a cargo de quem estiver lendo este texto.
Se pegarmos o histórico do evento o povo do Brasil já tem tantos motivos para boicotar esse evento que é possível listá-los, razões que mostram que o RiR na verdade só existe em prol da grana, e que se for possível, ele vai sabotar o espírito do rock.
  O evento que faz parte da história do rock nacional, desde sua origem, que mudou a vida de tantas pessoas no país já desde o começo tinha o cárater de experimentação do rock com os rítmos brasileiros, para ver isso, basta ir ao rock in rio de 91 e ver o Red Hot Chili Peppers tocando com uma escola de samba, mas essa mistura nunca desceu na garganta do público, vide o Carlinhos Brown, Nx0, Cláudia Leite e até o Lobão tomaram vaia do pessoal, desconheço a razão do Lobão mas todos os outros foram por razões obvias de incompatibilidade com o evento.
  Logo com as propostas das gringas, o evento foi usurpado do Brasil e o Rock in Rio sai para se prostituir pelo mundo, deixando o Rio e o Brasil sem rock. Aqui temos a primeira razão que o público brasileiro deveria deixar de pagar para um evento como esse. Além de tudo, eventos como o RiR criam uma imagem do rock que simplesmente foi implementada pelas gravadoras, que rock é luxo, é algo superespetacular, enfim essa coisa megalomaníaca que temos hoje.
  É muito triste ver por exemplo as pessoas que gostam de rock irem à um evento desse porte e financiar bandas como Nx0 e Glória, que são colocados estrategicamente em dias que outras bandas que trazem um grande público pro evento vão tocar, já que se paga por dia, quem por exemplo foi ver Red Hot Chili Peppers PAGOU PRO Nx0, por falar em RHCP é bom lembrar que a camisa que o vocalista da banda o Anthony Kieds usou durante o show era parte de um contrato com a Ambev do Peru, grupo da cerveja Brahma, esta camisa só foi trocada por uma outra que foi em homenagem ao filho da Ciça Guimarães, que morreu atropelado por um cara que dirigia bêbado, vale lembrar que a Heineken foi a única marca de cerveja que podia circular no evento. Dá pra sacar de longe que a banda realmente liga pra alguma coisa a não ser tocar e ganhar milhões por isso.
   Nessa história toda temos um público que vai cegamente seja por ignorância, hipocrisia, comodismo, conformismo, enfim qualquer razão que seja, o que rola mesmo é um comercialismo consentido pelo próprio pessoal que depois ainda tem coragem de falar mal do próprio evento.
   Claro que o RiR é uma opção bem mais barata de se pegar bandas de fora, pois nenhuma banda de fora do país toca aqui com preços acessíveis, muitas vezes os ingressos das famosas áreas “vip” (very idiot people) custam mais caros que um salário mínimo, mostrando que não tem outra razão para a banda estar por aqui se não dinheiro, pelo lado financeiro o RiR realmente é uma das melhores opções do mercado para tod@s que querem consumir o rock (pois é, não consumo rock eu vivo!).

Aqui fica os sinceros pêsames de uma alma que acredita que o rock tem salvação e que o mesmo não tem nada a ver com o que o RiR e outros eventos de massa veiculam.

sábado, 1 de outubro de 2011

Sobre Nebulosa Silenciosa, Sartre e Hilda Hilst na SELLL 2011

No penúltimo dia da SELLL, colei na discussão sobre Hilda Hilst. Já ouvi falar muito dela, porém nunca li nenhum livro da mesma... os cartazes no instituto e trechos lidos pelos debatedores da mesa me ajudaram a ter mais noção tanto de sua vida quanto de sua obra. Houve questionamento sobre o que viria a ser uma literatura feminina, por exemplo (seria a literatura intimista classificada como feminina?), sobre o obsceno (que era o tema central do debate) - que é sempre lembrado quando se fala seu nome, e pude extrair várias frases sintetizadoras de pensamento muito poéticas e profundas sobre sua linha (como "desejo é eternidade" e "nada é mais miserável que a lucidez da literatura - a consciência da miséria, o que podemos ser de mais nosso").
No filme "A Prostituta Respeitosa", de uma peça de J. P. Sartre, encaramos o obsceno não como erótico, e sim como o tratamento dado entre as personagens do filme. Numa reflexão onde mostra o patamar abaixo da sociedade em que se encontra a prostituta e o negro (que sequer tem nome), e em aspectos como coerção, agressão, ocultação do prazer e do desejo, o debate com a professora Suzi girou em torno da polarização entre o obsceno e o erotismo (pois o filme, da década de 50, não possuía nada de erótico), passando, claro, pela liberdade. Pra quem não sabia o que esperar, cada vez eu me surpreendo mais com as diferentes análises e quanta coisa pode ser dita e deduzida de uma simples história.
Nebulosa Silenciosa foi uma apresentação que visava refletir sobre a censura, principalmente a existente sobre o corpo feminino. Era a que eu mais esperava, apesar de não saber o que esperar. Quer dizer, tinha alguns pré-conceitos na cabeça: uma mulher. Nua. Fazendo alguma coisa chocante pra mostrar que tinha voz e direito a fazer o que quisesse. Igreja. E não é que algumas coisas eu acertei?
Me surpreendeu terem vários homens na peça, aliás, várias pessoas. Muitas coisas acontecendo juntas, se sobrepondo. A crítica contra a religião, a santidade do corpo da mulher, a castração, o controle. A história da peça mostrada ao fundo, com vídeos da apresentação que originou a intervenção (um trabalho de TCC), slides, imagens, explicações, declamações, citações, gritos, risadas, ações "estranhas" - mas não sem sentido, violência (leve e não gratuita, simbólica), finalizando com uma procissão.
Interessante, instigador, engraçado, convite à reflexão, peças - algumas - de um quebra-cabeça presente e atuante, de forma negativa, contra a liberdade da mulher
e toda a violência desse cerceamento,
e tudo que é mostrado como se fosse normal (também discutido no curta metragem de terça-feira, o Levante Sua Voz, lindo, estilo Ilha das Flores)
e o modo como quem não aceita isso é tratado como histeria ou falta do que fazer, enquanto ali fora tem gente que ainda é agredida e estuprada (Marcha das Vadias Campinas)
boa noite crianças...