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domingo, 7 de abril de 2013

Ali, do lado de fora - Uma observação sobre a esquerda

Antes de começar a postagem em si, queria registrar umas palavras:
O blog anda bem parado, na verdade, está morto, a facilidade de conteúdo do facebook tem se juntado à vários fatores e que acabamos deixando esse pedaço de nossa vida de lado, mas, esse post é justamente pra dizer, nem que seja pra nós mesmxs, que ainda vive, ainda estamos vivxs.

Eu venho com esse post registrar um pensamento que tenho acumulado durante um bom tempo, confirmado dia após dia, um sentimento que tenho a respeito dxs vermelhxs, ou esquerda, como preferir. É sim, uma perspectiva pessoal, mas acho que muitas pessoas que estão há algum tempo na estrada das causas sociais deve perceber algo parecido. Primeiro, por que escrever sobre a esquerda e não a direita? Bom, por que a direita, é apenas o fundo do poço é uma entidade visivelmente fascista e que não há como surpreender ninguém (a menos que fosse uma surpresa boa) pois, ela em si é a melhor manifestação de violência contra a vida e os direitos humanos mais básicos, basta reparar em como os bairros periféricos com população massivamente negra são tratados, vivendo uma morte lenta seja nas ruas com esgoto a céu aberto ou numa fila de hospital, a direita é em si um mal cinicamente declarado democrático. Já a esquerda, está aí, viva nos movimentos sociais, agora mesmo estamos vivendo uma hegemonia democrática esquerdista;  temos até uma presidenta de esquerda, e não, não vou usar nenhuma aspa pois não acredito em uma esquerda verdadeira ou falsa, não acredito no poder, e nunca acreditei, por essa razão, doa a quem doer, estou pondo as variações da esquerda sob o mesmo título, mesmo que sejam diferentes, como disse são só variações.

 Ter um olho aberto com a esquerda é algo muito sensato a se fazer, visto que é tradição histórica nacional que nossxs "compas" em algum momento virem a bandeira, qualquer pessoa que se encontra em movimentos estudantis, por exemplo, já teve aquele exemplo de algumx estudante que estava lá no movimento, entrou pra algum partido vermelho, e teve dois rumos; ou entrou para o poder dominante ou fez parte do pequeno grupo socialista mais politicamente centrado; a "extrema esquerda". Embora engessada ideologicamente em ideais da época da revolução industrial,  ainda procuram intitular categorias da sociedade atual com termos como "proletário", "burguês", "patrão", etc, etc, vivem numa nostalgia política anacrônica, não quero dizer com isso, que essas figuras que citei nas aspas não existam na nossa sociedade, mas, seus papéis, tão quanto a nossa sociedade (que apenas para fins de situação, muitxs pensadorxs já colocam como hipermoderna) mudaram muito, como então, agir numa sociedade tão mutável com ideias totalmente burocráticas?

 Volto a dizer, não quero negar que a exploração não exista, bem longe disso, apenas não acho e nem concordo que uma luta pré moldada e engessada em universidade ou algum gueto intelectual(izado)  vai chegar no mínimo possível próximo da realidade das pessoas que realmente são ferradas pelo sistema. 
A esquerda, ou se vende ou passa a vida esperando a chance de chegar no poder, para assim, um dia, nós eleitorxs, termos a chance de saber se realmente valeu a pena confiar nessas pessoas, legal não? A luta socialista no sistema atual não tem um objetivo de destruí-lo, pelo contrário, seu maior desejo é se empossar das esferas altas do mesmo, para então instaurarem no momento que estiverem no poder a sua tão sonhada ditadura do povo, aí você se pergunta, qual povo? Eu respondo; o deles.

4 comentários:

  1. Entendo a frustração que entrelinha o seu texto, ao comentar que líderes de esquerda, até o momento, demonstraram ser incapazes de implantar mecanismos plenos para funcionamento de estados com menos favoritismos à burguesia (insisto no termo: a burguesia é mais forte que a palavra original!). No entanto, desacreditar que possa existir uma alternativa à economia capitalista, é quase desistir da luta por uma sociedade menos injusta... Enquanto existir estado, a direita precisa ser combatida, pois a justiça social não será defendida jamais por governantes que que institucionalizam a exploração do mais fraco pelo mais forte, ou seja, do pobre pelo rico, como fazem os governos assumidamente sob bandeira do capital. Nos momentos de desconfiança, esses governos pregam que as diferenças entre direita e esquerda ficaram em rótulos do passado. Assim, renovam seus discursos e prosseguem com a dominação dos meios de trabalho e geração de riqueza. O argumento, em geral, é simplista: dizem que sempre falaram o que realmente pensavam, ao passo que os adversários prometeram mudanças e falharam com o povo. Que povo, você se pergunta... Eu respondo: o nosso povo, os povos do mundo todo, e os povos que o imperialismo porventura alcançar no universo. Essa é a luta do bem contra o mal na qual acredito: a luta da esquerda contra a direita. Sou fundamentalista nesse ponto e, figuradamente, sei que a história está repleta de falsos messias, mas não perco a fé no socialismo.

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    1. Tomaz eu não discordo de uma linha do que você diz, eu não perdi a fé no socialismo, por que nunca a tive e resolvi escrever um texto que se situa numa posição não burocrática de representação, convivo pacificamente com xs socialistas em movimentos, mas sempre tenho um pé atrás por que já vi na pele vários casos de traição e tudo mais, mas, acho que é algo comum quando se trata desse jogo de poderes que vivemos, valeu mesmo pelo ponto de vista, só acrescenta!

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  2. Em tempo: A assinatura do texto saiu como Zine Oficial, que é uma conta que temos no Google, mas a opinião é pessoal minha (Tomaz André da Rocha).

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  3. Assino embaixo, esquerda e direita são apenas lados do poder, e todo poder só beneficia uma camada da sociedade.

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