“Quem tem uma metralhadora nas mãos imagina que porventura poderá usá-la...”
É com grande preocupação que vimos expor a todos, sobre os acontecimentos ocorridos na UNEB - CAMPUS XIII (Itaberaba), envolvendo policiais militares ( alguns deles estudantes da instituição) e estudantes do movimento estudantil.
Entre os meses de agosto e outubro, verificou-se a presença de PMs, fardados e portando armas de fogo nas dependências da Universidade, fato tratado como algo natural pelos seguranças, funcionários, e parte da comunidade acadêmica. Aos estudantes, o fato provocou a insatisfação. Questionávamos num dado momento o fato dos PMs estarem usando o carro policial, gastando a gasolina paga com o dinheiro da sociedade, para fins pessoais. Não estavam realizando NENHUMA ATIVIDADE Policial, nem sequer foram solicitados para estarem no âmbito universitário. Outra motivação perpassa uma conotação ideológica que perfaz a seguinte reflexão: O símbolo da policia, da arma de fogo numa unidade de ensino opõe-se ideologicamente a emancipação. Pressupomos que a repressão não garante a educação. A universidade dispõe de seguranças próprios, qual a necessidade da policia? Ao que querem reprimir?
Ao percebemos a naturalidade que a farda e arma encontravam neste espaço acadêmico, e movidos pelos inquietantes questionamentos, sugerimos a reflexão aos próprios policiais, sobretudo aos que embora alunos da universidade, estavam fardados e armados, em serviço, roubando da sociedade a presteza dos seus serviços quando estavam em outro espaço senão aquele para que foram contratados. Sugerimos a reflexão que é epigrafe deste texto: “Quem tem uma metralhadora nas mãos imagina que porventura poderá usá-la...” Só então, depois da reflexão, e do conflito existente com a força policial que não esta acostumada com o diálogo, o diretor do departamento Ariosvaldo Novaes, convocou os estudantes para uma sindicância na tentativa implícita de criminalizar o movimento estudantil. Escolheu dois dos estudantes, mas a tentativa foi de fazer ecoar aos nossos pares que as nossas inquietações não são válidas, tentando calar o movimento estudantil. Cabe pontuar que depois da tentativa de diálogo com os policiais, a presença dos pm´s acentuou-se perversamente dentro da universidade, mesmo tendo o conselho departamental garantido deliberações para sanar o desconforto gerado aos estudantes em dividir espaço com fardas e armas. Os policias, viram a tentativa de diálogo com uma afronta ao poder que desfrutam “fardados e armados”, e fizeram disso mote para presença constante no departamento, chegando ao ponto de ameaçar o coordenador do diretório de pedagogia, quando numa dessas visitas o mesmo questionou novamente, e foi respondido pela sugestão de um dos policias em chamar a viatura, caso insistisse em questionar sua presença no campus, emergindo a possibilidade, através do seu discurso, de prisão por desacato a “autoridade”.
O abuso da policia militar em Itaberaba contra estudantes não é um fato novo, testemunhamo- os em muitos momentos, seja no fato ocorrido em 2008 envolvendo um jovem e um estudante da uneb numa abordagem violenta que tomou a proporção de espancamento, seja nos fóruns em que o movimento estudantil se articula para discutir e propor idéias ao estado, sendo recepcionados com armas, gás , balas de borracha, seja nas festas em que sem serem chamados aparecem para “averiguar”, seja no dia-a-dia intimidando com cara “amarrada”, farda e arma toda a tentativa de diálogo que buscamos estabelecer, deixando claro a repressão prometendo reagir contra as reclamações dos estudantes. Na ultima sexta feira (09/10/2009) , fomos surpreendido com a informação, por um dos militantes do movimento estudantil, de que os policiais virão na próxima quinta-feira (15/10), no intuito de testar se os estudantes vão questionar a presença deles para “partir pra cima”. Deste modo, em virtude das afrontas estabelecidas, reafirmamos que o movimento estudantil desde sempre buscou o diálogo como forma de intervir nas situações que envolvem a dicotomia posta PM X ESTUDANTES. Assim, convocamos a tod@S companheir@s para combater essa ação canalha, arbitrária, autoritária, repulsiva, desta estrutura falida de estado burguês. Precisamos garantir um espaço que homens e mulheres sintam-se livres para pensar, agir, sonhar e promover o ideário da emancipação humana.
Por uma Universidade sem repressão! A Policia não é a solução.
Karinne Nascimento – (Letras)
Priscila Natividade – (História)
Vinicius Oliveira – (DA pedagogia)
Na verdade algumas pessoas que entram para a universidade seja ela até uma universidade sem estrutura e com o nivél de concorrência baixissimo a beira do insignificante, como é o caso da Uneb de Itaberaba, acham que são os donos da verdade.Já passei por isso até em cursinho pré-vestibular, alunos despreparados sem conhecimento de seus deveres, só cobram os direitos, em um País hipocrita como o nosso, isso chega a ser até normal.Mas contudo, é bom esclarecermos que o porte de arma é inerente ao policial e na constituição existe um artigo que fala o seguinte: todos tem o direito de ir e vir: tá entendendo estudante sem esclarecimento? e mais, quando a PM faz algum tipo de paralização reivindicando melhores condições de trabalho para servir uma sociedade hipocrita e mesquinha que só pensa nela, vocês estudantes assima de tudo e de todos nem se quer saem de suas casas com medo: entendeu.
ResponderExcluirEm uma sociedade democrática por direito, em que todos são livres para ir e vir, me parece um tanto quanto ridículo a preocupação de alguns "estudandes" com a presença policial na sala de aula. Pelo pouco que conheço de gente, essa parecela estudantil deve está mais interessada em causar motim ou medir forças com os colegas policias a estar realmente preocupada com a questão da segurança.
ResponderExcluirDevia-se sim, preocupoar-se se fosse algum indivíduo com má conduta, mas em se tratando de um profissional de segurança...Para os menos esclarecidos até promotores e juízes podem ter porte de arma. Se algum magistrado estivesse nessa condição alguém questionária?? Dessa forma percebemos que o pré-conceito aflora de tal maneira que fica óbvio que nem sempre ser universitário significa ser imparcial ou ter senso crítico acima de qualquer crítica.
A questão é simples, em um país em que alguns poucos tem acesso ao meio acadêmico essa pequena minoria se sente privilegiada ao ponto de tirar de um cidadão de bem o direito de assistir aulas.
Pra variar a mão forte e amiga do estado se defende.
ResponderExcluirQue lindo.
Espero que não batam por ter postado esse texto, assim como fizeram (e fazem) com os estudantes.