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sábado, 16 de outubro de 2010

poesia da consolação - desespero

(Porque cada linha é uma história, que só eu entendo.)
21/09/2010 xsuxsuzetex

Acontecem coisas lá fora, tanto boas como ruins
E eu aqui sentada olhando as sombras da caverna,
como um bicho que não quer sair do cativeiro,
que tem medo do céu e prefere noite o dia inteiro,
que não tem culpa da maldade que o circunda, como eu tenho.

Há vários jeitos de se levarem as coisas,
e eu prefiro a metade ao inteiro,
o acordado ao pesadelo,
como se não sonhar me impedisse de dormir acordada.

E as paredes guardam as marcas de coisas que nunca vivi,
e nelas nem penso em deixar minhas marcas,
porque são todas borrões,
e as cores se fundem num tom pardacento e indescritível.

A vontade, essa me abandonou porta afora,
quando eu disse que não precisava dela,
já que ela veio de um jeito tão traumático que eu não tinha forças pra dizer não...
Agora o foda é a sina,
o descontentar a cada esquina,
de saber que não há mais nada em minhas mãos,
e que todas as fórmulas estão gastas e despidas,
e que realmente a melhor maneira era aquela que acreditávamos ser a pior de todas.

Não aguento mais esse certo que vira duvidoso,
e o mudar de meus conceitos para te agradar que viram lixo,
que o meu pensar verdadeiro não é mais fixo,
e não é de um jeito bom que mostra o meu maturar,
e sim algo moldado pra te agradar.

A fumaça desse baseado me sufoca na sala,
enquanto eu percebo suas falhas, e tento corrigir as minhas.
Mas você peca de primeira, ou eu me desconto em outros somas? (b)

O pão de trigo não tem amor
que isso é bem escasso
o que ponho amor não tem trigo,
e fica intragável.
Não te ouço lamentar minhas lamúrias
ou melhor, aguentá-las
que até eu me cansei delas
e me conformei com a falta de atenção e zelo...
As falhas de teu cuidado foram como facas cegas
que você não se preocupa pois não ofendem...

E ele desce de mês em mês,
sustentando minha dependência por drogas, meu ponto fraco.

Quando ela nascer vou tentar fazer tudo certo, pois os outros ignoraram meus conselhos...
Mas eu também ignorei os deles, em que alguns estavam certos...

O corte dói. Inflama. O pular do muro não resolveu as coisas. A porta estava trancada.
A noite caiu cedo, ou eu ignorei o dia. Talvez porque no meio eu queria acelerar o tempo, queria o que não podia...

Ela machuca minhas pernas, minha bunda, minhas mãos, minha coluna. Mas eu ainda gosto dela.

Volta, êxtase de uma tarde. Ou de uma noite. Madrugada.
Só volta. Que eu me lembro das coisas e não preciso mais nada. Só lembrar, no dia seguinte, o que decidi.

;*

Um comentário:

  1. Suzana, vc está se superando a cada dia!
    Adoro suas poesias, muitão mesmo!

    Bjos!

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