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quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Relatos sobre a Verdurada /Festival de Hardcore 2011 (Parte 1)

                         
Verdurada, novo local, novo ano...
O show começou com a apresentação da banda Homem Elefante, uma apresentação que lembra e muito o Black Flag, todo o sentimento carregado nos vocais, com um quê de demência social, foi realmente inesquecível, só quem estava lá, e encarou o vocalista com suas descidas do palco e o tendo no meio do galera, sabe o que é o Homem Elefante em ação. Logo após um breve intervalo entra a Jah-Hell Kick, com um hardcore que soa um tanto quanto melódico, show agitado, cada vez mais gente chegando e se agitando, refrões sendo cantados em coro, assim foi o show do Jah-Hell Kick, que logo sai do palco e deixando suas mensagens em discursos breves sobre o Verdurada, e atitudes que as pessoas tomam durante o decorrer da vida.
Enquanto os outros membros do Western Day se arrumavam um dos vocalistas entra no palco com uma capa de chuva, simbolizando a desolação enfrentada  pelas pessoas vítimas das chuvas,  um jeito mais subversivo de dizer "Nunkassab quando as chuvas vão acabar", sem mais nem menos o som começa, uma agressividade sem conta chega aos nossos ouvidos, o guitarrista solo que estava vestindo uma camisa do Dimmu Borgir, lançava solos cada vez mais nervosos enquanto os vocalistas ensandecidos berravam no microfone palavras de um modo desesperador, a casa já estava mais lotada nessa hora o shows tinham uma cadência de agitação e de lotação que nessa primeira parte tinha chegado ao seu ápice, logo depois de horrorizar o lugar com seu som o Western sai, e deixa o espaço livre para a palestra do pessoal do CICAS contar sobre seus feitos de recuperação social por meio de autogestão anti-governamental, no fim da resenha deixarei mais informações sobre o CICAS, quando a palestra acabou, deu um brecha pra comprar aquele lanchezinho vegan, um mupy que estava sendo vendido lá por 1 real e dois por 1 e 50, ótima iniciativa por parte da organização, por falar nisso vale lembrar que a água lá era 50 centavos, também depois da palestra houve um sorteio de 3 shapes de skates, que junto com o número para o sorteio era dado sementes de ipê para serem plantadas, mostrando o lado ambiental da empresa que não era só falação.

Sem sombra de dúvida os shows mais eletrizantes estavam no final do evento, Sweet Suburbia com seu punk rock 77 total, fez uma apresentação que particularmente nem sei descrever, pois eu curti muito mesmo, não havia tempo pra pensar em nada só em dançar aquela música agitada, vibrar juntos com os solos e cantar nos refrões, aqui abro uma brecha pessoal para dizer que eu curti o Sweet Suburbia como eu mesmo nem esperava curtir uma banda no Verdurada, mais uma vez a organização do evento acertou em cheio na escolhas das bandas o primeiro dia estava excelente, sem reclamações da minha parte. Além de um som muito legal o Sweet Suburbia tem o verdadeiro espírito do punk rock, em sua banca (para quem não conhece o Verdurada as bandas que tocam no evento tem direito a venderem seus cds em banquinhas no evento) os cds estavam sendo vendidos a preço de pirata, isso mesmo, apenas 5 reais um cd, os patches da banda eram brindes para quem comprasse algo haviam três modelos de patches, além disso na banca tinha camisa da banda com uma estampa bem massa também.. Voltando ao show, agora era a hora mais esperada por muito ali, thrashers apareceram (antes eles só estavam enchendo o saco no show do Sweet Suburbia com uma falta de respeito tremenda, gritando que queriam o Violator logo, um grande desrespeito com o próprio Violator que é um símbolo de únião entre estilos e que tanto valoriza a união no undeground), os zumbis sairam de suas covas, os esqueletos chegaram para curtir os reis do thrash brasileiro, o Violator! Sem sombra de dúvida só de ver os caras no palco dava pra se notar a agitação nos corpos sedentos por mais e mais thrash. Quando os primeiros riffs de guitarra soaram a agitação tomou conta do pequeno espaço,havia uma quantidade enorme de gente que subia insana no palco para se jogar no mosh, e por mais que você imagine um monte de gente se agredindo, não foi assim que aconteceu, ao contrário havia muito respeito na roda, havia mesmo o clima de libertação animal proposto pelo evento onde animais humanos de todos os genêros estavam juntos num amaranhado de gente onde o principal motivo os unia e não separava que era a diversão,
um maravilhoso e verdadeiro circle pit se manifestava no meio do show, uma das partes mais marcantes do show, também sem violência mas muito agressivo, foi muito lindo de se ver e estar ali naquela hora. A banda vez vários discursos no show, sobre união no underground, onde nas palavras do vocalista chamou o lugar de uma rede de amigos coisa cada vez mais rara na cena undergrund, onde cada dia se criam crews,
e todo esse tipo de separatismo só para enfraquecer a cena.Outro discurso marcante e hilário foi sobre deus, onde o vocalista disse que em Brasília eles foram mal recebidos por que falaram mal de deus, mas como ele mesmo disse, "um padre é sempre um padre onde quer que formos." Foi num clima de cordialidade entre culturas e muita diversão que acabou o show do Violator, depois só restou suor, sede e fome, ainda quando os caras estavam desplugando os intrumentos eu subi lá agredeci pelo show e perguntei se eles ainda iam beber as águas que a organização deu pra eles por que eu tava morrendo de sede! Os caras deram umas garrafas pra mim, depois sai pra fora com Suzana e Marco, para ir pra fila do excepcional jantar vegano que é uma das qualidades marcantes do Verdurada.
É isso aí até a próxima resenha do segundo dia.









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