Quando estivemos no Rio de Janeiro pegamos o 2º Guardião Fest em Itatiaia (interior do Rio), várias bandas tocaram e inclusive a resenha do evento você pode ler aqui.
Entre elas teve a Ricto Máfia uma banda de terminal pop, a seguir vai a entrevista e alguns links para você se inteirar mais sobre a banda.
Last Fm da banda
Myspace
Demo Antes Ele Do Que Eu (download)
Perfil no Orkut
Mais infos
Vídeo da Entrevista
quinta-feira, 31 de março de 2011
quarta-feira, 30 de março de 2011
Resenha Rock Feminino e Bazar Pedalinas
Novas de Sampa! Aqui vão duas resenhas de duas (reuniões? eventos? movimentos?) coisas (=P) bem legais que tive o prazer de participar, vamos começar então pelo evento de Rock Feminino em Rio Claro...
Não consegui pegar o Rock na íntegra, sejam todos os dias do evento, seja o próprio show principal, que cheguei mais tarde e fiquei conversando com uma galera bem legal, do CAPRE, que colou por lá. Falando apenas pelos quais eu estive presente, comecemos pela Exposição de Artes Visuais que houve no casarão da Cultura. Achei legal a proposta, onde os artistas mostravam em uma folha A4 o registro de alguma intervenção ou algo relacionado ao sexo oposto, porém alguns achei meio banais e aleatórios, e por exemplo, o recurso de se travestir foi bastante utilizado. Uma das artistas fez uma intervenção com uma gangorra, que ficava no meio do salão e foi apresentada, posteriormente a dinâmica de funcionamento, mas eu já não estava mais presente, só fiquei sabendo depois.
Dia 17 teve o workshop de guitarra e bateria, achei uma pena que as inscrições ficaram bagunçadas e no final foi aberto, porque me matei pra conseguir fazê-las, sempre questionando, e as informaçõe se desencontravam. O fato de ter muita gente fez com que as aulas fossem mais impessoais e nem todxs pudessem efetivamente tocar os instrumentos, poucas meninas foram, pessoas iniciantes menos ainda, acabou tarde e também houve um problema com o som na aula de bateria, tendo desestruturado o plano de aula e deixado tudo meio aleatório.
O show dia 19 foi aquela mistura de vários estilos que acho bem válida, porém não acho que a presença apenas de um vocal feminino ou apenas uma mulher no meio de muitos caras seja rock feminino, sem feminismo pra mim não há propósito e corre-se o risco de cair no lugar comum de só ter banda pra ser comercial, falando as mesmas coisas sem sentido, só com a guria pra dar uma enfeitada e vender mais porque é bonitinha... as bandas que eu mais curti foram a Oye e a Tipo Uísque, das que eu vi (vi poucas, uma inclusive curti mas não descobri o nome), pois achei o som mais diferenciado e tal. Girlschool que foi perfeito, as minas mandaram muito e animaram total (praticamente todo mundo estava ali para vê-las, muita gente de fora), show lotado, demais. Ainda levei uns zines pra vender a preço de custo, arrumei um cantinho na mesa da organização, legal ter visto que algumas pessoas compraram e tal, conhecendo e contribuindo com essa cultura underground diy. E ainda não acabou, dia 2 ainda tem o resultado do concurso literário!
O bazar das Pedalinas foi realizado na casa da Ana, nesse fds passado. Teve muita hospitalidade, comidinhas vegetarianas, meninas animadas, experiências e vivências de bike, roupas, bijus, acesórios de bike, revistas. Adorei, foi demais, fiquei com vontade de andar mais de bike como as meninas... e vendo que algumas andavam há menos tempo que eu e manjavam muito mais, numa cidade enooorme, perigosa e neurótica como Sampa... Obrigada meninas, pelas risadas e boas horas compartilhadas... conheçam elas em http://pedalinas.wordpress.com/
Não consegui pegar o Rock na íntegra, sejam todos os dias do evento, seja o próprio show principal, que cheguei mais tarde e fiquei conversando com uma galera bem legal, do CAPRE, que colou por lá. Falando apenas pelos quais eu estive presente, comecemos pela Exposição de Artes Visuais que houve no casarão da Cultura. Achei legal a proposta, onde os artistas mostravam em uma folha A4 o registro de alguma intervenção ou algo relacionado ao sexo oposto, porém alguns achei meio banais e aleatórios, e por exemplo, o recurso de se travestir foi bastante utilizado. Uma das artistas fez uma intervenção com uma gangorra, que ficava no meio do salão e foi apresentada, posteriormente a dinâmica de funcionamento, mas eu já não estava mais presente, só fiquei sabendo depois.
Dia 17 teve o workshop de guitarra e bateria, achei uma pena que as inscrições ficaram bagunçadas e no final foi aberto, porque me matei pra conseguir fazê-las, sempre questionando, e as informaçõe se desencontravam. O fato de ter muita gente fez com que as aulas fossem mais impessoais e nem todxs pudessem efetivamente tocar os instrumentos, poucas meninas foram, pessoas iniciantes menos ainda, acabou tarde e também houve um problema com o som na aula de bateria, tendo desestruturado o plano de aula e deixado tudo meio aleatório.
O show dia 19 foi aquela mistura de vários estilos que acho bem válida, porém não acho que a presença apenas de um vocal feminino ou apenas uma mulher no meio de muitos caras seja rock feminino, sem feminismo pra mim não há propósito e corre-se o risco de cair no lugar comum de só ter banda pra ser comercial, falando as mesmas coisas sem sentido, só com a guria pra dar uma enfeitada e vender mais porque é bonitinha... as bandas que eu mais curti foram a Oye e a Tipo Uísque, das que eu vi (vi poucas, uma inclusive curti mas não descobri o nome), pois achei o som mais diferenciado e tal. Girlschool que foi perfeito, as minas mandaram muito e animaram total (praticamente todo mundo estava ali para vê-las, muita gente de fora), show lotado, demais. Ainda levei uns zines pra vender a preço de custo, arrumei um cantinho na mesa da organização, legal ter visto que algumas pessoas compraram e tal, conhecendo e contribuindo com essa cultura underground diy. E ainda não acabou, dia 2 ainda tem o resultado do concurso literário!
O bazar das Pedalinas foi realizado na casa da Ana, nesse fds passado. Teve muita hospitalidade, comidinhas vegetarianas, meninas animadas, experiências e vivências de bike, roupas, bijus, acesórios de bike, revistas. Adorei, foi demais, fiquei com vontade de andar mais de bike como as meninas... e vendo que algumas andavam há menos tempo que eu e manjavam muito mais, numa cidade enooorme, perigosa e neurótica como Sampa... Obrigada meninas, pelas risadas e boas horas compartilhadas... conheçam elas em http://pedalinas.wordpress.com/
sábado, 26 de março de 2011
Mainá Distro
Galera, aqui vai o catálogo da Distro Mainá, que eu e She estamos levando, não temos moooita coisa mas temos cds e zines bem legais =D, aí vai uma relação pra vocês conhecerem, queria mesmo era fazer um flickr com as fotos das capas dos zines e cds, mas isso vejo direito mais pra frente...
Separei os zines por temas, aí tem de vários estados e datas, alguns não existem mais e as pessoas nem devem estar na ativa ainda, mas o legado foi foda...
Feminismo:
Hardcore/sxe:
- Pillow Fight Zine (#2)
- Bhakti Zine (#1 e 2)
- Planetamor (#2)
Poesia:
- poesias para trabalho
- Literatura da Rua
- Poetas Suburbanos
- L@ PUToema (3 edições)
Agroecologia:
- A Hortaliça (#2)
Misto:
- Zine Cultural Manifesto (#1 e 2)
Brochurinhas (textos):
- O Movimento Autônomo Anarquista Insurrecional - Uma História Esquecida - parte I (2004)
Depois vou tentar falar um pouco de cada zine aqui, pra quem não conhece e tal ter uma noção... ainda não terminei de escanear todas as capas, mas vamos atualizando o post e sempre vai ter coisa nova aqui, ok?
Algumas capas estão coloridas mas como vamos copiar provavelmente vão ficar preto e branco... talvez uma folha reciclada, se rolar e tal... qualquer dúvida comente ou mande e-mail para contatoprojetil@gmail.com
Algumas capas estão coloridas mas como vamos copiar provavelmente vão ficar preto e branco... talvez uma folha reciclada, se rolar e tal... qualquer dúvida comente ou mande e-mail para contatoprojetil@gmail.com
quinta-feira, 24 de março de 2011
O velho oeste queima!
Tanta coisa tem acontecido por aqui que resolvi fazer um post só, vou começar pelas paradas mais antigas.
Não sei se tod@s leitor@s do blog sabem mas tem uma galera querendo trazer o Matanza pra cá, particularmente nem ligo pra isso, acho uma grande perca de tempo e dinheiro, mas o pessoal da Vomitos mandou um recado falando pra postar na comunidade pra eles tocarem coisa de votação, mas aí comecei a postar la, falando que achava a banda uma merda, e quando vi as pessoas que estavam na organização disse o mesmo sobre a organização, nisso saí da comunidade, mas então semana passada o organizador do evento mais um cara que tá ajudando ele me pararam na rua, e falaram um monte de coisa pra mim, inclusive me ameaçaram, como estava com duas amigas não podia fazer nada, fiquei coagido por eles que em NENHUM momento procurou resolver o problema só mesmo por pressão como se mudasse alguma coisa... Eu pedi desculpas (era isso ou ficar sendo ameaçado direto, muitas opções de escolha né?) e acho (espero) que o problema esteja resolvido afinal tenho problemas demais já.
Outra novidade, é que vai rolar um show aqui dia 9 de abril, que vai ser a estréia da banda Las Víboradoras, primeira banda de meninas de Barreiras, o nome da banda foi idéia minha, tem a ver com garotas tendo prazer sozinhas e ser nocivas à sociedade machista, mas além disso, vai ser também a minha primeira vez no beco do rock por que todos shows que rolaram lá não me chamavam pra tocar (hehe eu sei muita gente me odeia), vai ser um show muito especial até por que vai ser a primeira apresentação da Repugnantes uma banda nova da cidade.
O cartaz do evento não está pronto, o que está rolando na net está com informações erradas, então, assim que sair o definitivo estará por aqui, deixo vocês com os dois vídeos das meninas que estão na net, por enquanto a bateria está nas mãos de Rick Vomito, mas é enquanto não aparece uma garota baterista pra banda.
Las Víboradoras- Não
Las Víboradoras- Cherry Bomb [Runaways Cover]
Não sei se tod@s leitor@s do blog sabem mas tem uma galera querendo trazer o Matanza pra cá, particularmente nem ligo pra isso, acho uma grande perca de tempo e dinheiro, mas o pessoal da Vomitos mandou um recado falando pra postar na comunidade pra eles tocarem coisa de votação, mas aí comecei a postar la, falando que achava a banda uma merda, e quando vi as pessoas que estavam na organização disse o mesmo sobre a organização, nisso saí da comunidade, mas então semana passada o organizador do evento mais um cara que tá ajudando ele me pararam na rua, e falaram um monte de coisa pra mim, inclusive me ameaçaram, como estava com duas amigas não podia fazer nada, fiquei coagido por eles que em NENHUM momento procurou resolver o problema só mesmo por pressão como se mudasse alguma coisa... Eu pedi desculpas (era isso ou ficar sendo ameaçado direto, muitas opções de escolha né?) e acho (espero) que o problema esteja resolvido afinal tenho problemas demais já.
Outra novidade, é que vai rolar um show aqui dia 9 de abril, que vai ser a estréia da banda Las Víboradoras, primeira banda de meninas de Barreiras, o nome da banda foi idéia minha, tem a ver com garotas tendo prazer sozinhas e ser nocivas à sociedade machista, mas além disso, vai ser também a minha primeira vez no beco do rock por que todos shows que rolaram lá não me chamavam pra tocar (hehe eu sei muita gente me odeia), vai ser um show muito especial até por que vai ser a primeira apresentação da Repugnantes uma banda nova da cidade.
O cartaz do evento não está pronto, o que está rolando na net está com informações erradas, então, assim que sair o definitivo estará por aqui, deixo vocês com os dois vídeos das meninas que estão na net, por enquanto a bateria está nas mãos de Rick Vomito, mas é enquanto não aparece uma garota baterista pra banda.
Las Víboradoras- Não
Las Víboradoras- Cherry Bomb [Runaways Cover]
segunda-feira, 21 de março de 2011
"O medicamento que cura completamente não é rentável"
[O Prêmio Nobel de Medicina de1993, Richard J. Roberts, revela em entrevista ao La Vanguardia que muitas das doenças hoje crônicas são curáveis, mas para os laboratórios farmacêuticos não é rentável curá-las completamente; os poderes políticos sabem, mas esses laboratórios compram seu silêncio, financiando suas campanhas eleitorais.]
Pergunta > Qual é o modelo de investigação que lhe parece mais eficaz, o americano ou europeu?
Richard J. Roberts < É óbvio que o americano; onde o capital privado tem parte ativa é muito mais eficiente. Tomemos por exemplo o progresso espetacular da indústria de informática, onde o dinheiro privado é que financia a pesquisa básica e aplicada, mas para a indústria da saúde... Eu tenho minhas reservas.
Pergunta > Eu o ouço.
Richard < A pesquisa em saúde humana não pode depender somente de sua rentabilidade econômica. O que é bom para os dividendos das empresas nem sempre é bom para as pessoas.
Pergunta > Explique.
Richard < A indústria farmacêutica quer servir ao mercado de capitais...
Pergunta > Como qualquer outra indústria.
Richard < Não é apenas qualquer outra indústria: estamos falando sobre a nossa saúde, nossas vidas e as de nossos filhos e milhões de seres humanos.
Pergunta > Mas se são rentáveis, investigariam melhor.
Richard < Se só pensar nos benefícios, você para de se preocupar em servir às pessoas.
Pergunta > Por exemplo...
Richard < Eu verifiquei, como em alguns casos, que pesquisadores dependentes de fundos privados descobriram medicamentos muito eficazes, que eliminariam completamente uma doença...
Pergunta > E por que deixam de pesquisar?
Richard < Porque as companhias farmacêuticas muitas vezes não estão tão interessadas em curá-lo quanto em obter de dinheiro, de modo que a investigação, de repente, é desviada para a descoberta de medicamentos que não curam completamente, e sim tornam crônica a doença; fazem experimentar uma melhoria, que desaparece quando deixa de tomar a droga.
Pergunta > É uma acusação grave.
Richard < É comum que os farmacêuticos estejam interessados em linhas de pesquisa, não para curar, mas apenas tornar crônicas doenças com drogas mais rentáveis que as que curam de uma vez e para sempre. E não tem mais que seguir a análise financeira da indústria farmacêutica e verificar o que digo.
Pergunta > Existem os dividendos que matam.
Richard < Por isso lhe dizia que a saúde não pode ser um mercado, não pode ser entendida meramente como um meio de ganhar dinheiro. E por isso eu acho que o modelo europeu de capital público e privado misto torna menos fácil estimular esses abusos.
Pergunta > Um exemplo desses abusos?
Richard < Deixaram de pesquisar antibiótico porque são muito eficazes e curavam completamente. Como não foram desenvolvidos novos antibióticos, os microorganismos infecciosos tornaram-se resistentes e hoje a tuberculose, na minha infância havia sido derrotada, está ressurgindo, matando neste ano passado um milhão de pessoas.
Pergunta > Você não está falando do Terceiro Mundo?
Richard < Este é outro capítulo triste: apenas investigam as doenças do Terceiro Mundo, porque os medicamentos que as combateriam não seriam rentáveis. Mas eu estou falando sobre o nosso Primeiro Mundo: o remédio que cura completamente não é rentável e, portanto, não irão investigá-lo.
Pergunta > Os políticos não estão envolvidos?
Richard < Não fique muito esperançoso: no nosso sistema, os políticos são meros empregados dos grandes capitais, que investem o necessário para eleger os seus filhos, e, se não são, compram aqueles eleitos.
Pergunta > Há de tudo...
Richard < Ao capital só interessa se multiplicar. Quase todos os políticos - e eu sei o que digo - dependem descaradamente dessas multinacionais farmacêuticas, que financiam suas campanhas. O resto são palavras...
agência de notícias anarquistas-ana
Em câmera lenta
preguiça na imbaubeira
passa a outro galho.
preguiça na imbaubeira
passa a outro galho.
Anibal Beça
sexta-feira, 18 de março de 2011
Agnostic Front é Facista? (veja matéria e comentários)
Aproveitando que essa semana fui ameaçado por um facista, vim comemorar postando esse texto que já não tenho mais o link, esse conteúdo seria colocado no meu zine, o dança do caos, mas como não rolou, tá aqui o texto.
Tradução de Alana Soares
Tradução de Alana Soares
Agnostic Front
Agnostic Front é uma das bandas pioneiras da música Hard Core nos Estados Unidos, responsáveis pelo “boom”desse estilo musical. A formação original de 1981 não contava com o conhecido vocalista Roger Miret, sendo John Watson o então vocalista, Vinnie o guitarrista, Diego no baixo e Rob Crypt Crash na bateria. Posteriormente tiveram outros três vocalistas: James Contra, Jimmy, “The Russian”, e Keith, do Cause For Alarm, até que finalmente entrou Roger Miret. Nesta época realizaram seu primeiro trabalho, um disco de vinil que compartilharam com a banda WHITE PRIDE, e onde a demo do Agnostic Front aparecia no lado B. Enquanto o White Pride não eram estritamente nacionalistas, isso não foi impedimento para que seus shows fossem boicotados pela extrema-esquerda. Há alguns anos a gravadora RAC Sunwheel Records publicou um CD compilando quase todas as suas canções, cujo título era “Your loss is our gain” – “Sua Perda é Nosso Ganho”.
Além de compartilhar discos com bandas “politicamente incorretas”, também alternaram com Skins NS da cidade de Nova York... E na verdade os skinheads NS americanos ainda ouvem essa banda. Na edição original de seu primeiro EP “United Blood” aparecia uma pequena imagem celta no canto do verso da capa do vinil.
Mais tarde, dividiram palco com grupos declaradamente NS, como Youth Defense League (os quais tinham canções como “Skinheads 88”, “Youth of America”, “New Glory” e “Voice of Brooklyn”, versão de “Voice of Britain”, do Skrewdriver), e No Alibi (considerados os pioneiros do Hate Core), coisas que também fizeram bandas como Warzone, Cro-Mags, Sick Of It All, Youth of Today, Cannible Corpse e Accused, porque a essa altura ainda não era moda ser antirracista nem existia a SHARP.
Outra coisa curiosa é que no disco “Cause for Alarm”, do Agnostic Front, há uma dedicatória e parte dos agradecimentos aos Bully Boys, uma das bandas NS mais conhecidas dos EUA. Anos depois aconteceu uma anedota relacionada a isso, como Roger Miret relatava em uma entrevista para o fanzine “Useless”: nele Miret reclamava que a cidade de Los Angeles e os estados do Sul eram onde mais skinheads NS haviam participado de seus shows, coisa que na Europa não acontecia. Assim, finalizava dizendo que enquanto se preparavam para uma apresentação no Texas, apareceram os Confederate Hammerskins (Confederação “Pele de Martelo”) dispostos a dar-lhes um pequeno “corretivo”. Quando pensaram que eles quebrariam sua cabeça, reconhece que “... o que nos salvou foi uma grande Confederate Skin que tocava em uma banda chamada Bully Boys, que costumavam ser como nós, mas se tornaram nazis. Eles evitaram que chutassem nossas bundas”. Aquele enorme Hammerskin era Scott, vocalista do Bully Boys, mas o que é mentira é o fato deles terem se tornado nazis: os que mudaram de atitude foram Miret e companhia, que junto a outros como Warzone, resolveram pregar o anti-racismo.
Isso não quer dizer que o Agnostic Front era uma banda NS, ou que seus componentes eram, coisa que seria estranha, já que Roger Miret é de origem cubana, sempre tocando com uma bandana em que está a bandeira de Cuba e tendo tatuado no braço: “100% Latino”; queremos apenas refrear a mudança de posição dessas pessoas, que passaram a dividir palco e discos tanto com bandas nacionalistas a anti-facistas raiovosos.
14-01-2004
Trecho de uma entrevista com o líder da veterana banda NS “No Alibi”.
É verdade que começamos no Hard Core Nacionalista com letras que tinham WP (White Power/Poder Branco), apesar de não serem muito extremas. Isto nos permitiu tocar com grandes bandas do momento, como Cannibal Corpse, Warzone, Youth of Today, Agnostic Front, etc., e transmitir nossa mensagem. Hoje em dia é uma história totalmente diferente, as grandes bandas são ou SHAPs, ou esquerdistas, e os Skinheads WP têm seus próprios jornais, gravadoras e mídias, e não precisamos de publicidade comercial para transmitir nossa mensagem, de modo que não fazemos, a não ser que seja para estourar um show vermelho (de esquerda)! Tocar nesses shows também dá a possibilidade de conhecer gente que te apóia, que você nunca pensaria estar lá fora, por exemplo, uma vez ao acabar um show, o técnico de som veio até nós dizendo que gostava de nossa imagem, de nossa música, e que iria tentar nos lançar numa grande gravadora. Ele era o guitarrista da popular banda “Overkill”, e assim você sempre tem que olhar o lado positivo de qualquer situação.
No início da carreira vocês tocaram com Agnostic Front, Warzone... Qual sua opinião sobre eles com o passar dos anos?
Hahaha, boa pergunta! Especialmente o vocalista do Warzone, que morreu de AIDS, é irônico porque sempre subia ao palco com um “X” pintado nas mãos, pregando o não consumo de drogas, e depois morre com uma doença de drogado... O Agnostic Front era uma banda “fence sitter” (termo que se usa na cena Punk-HC para bandas ou indivíduos cujas posturas cercam ou refletem uma inclinação para o racismo, ou sexismo, ou homofobia, ou o nacionalismo exacerbado ou o anticomunismo), com um cubano como vocalista. Sabe aquela vez que o Agnostic Front tocou em Buffalo, estado de Nova York, num clube chamado “Metal Shop”, e levaram os Skinheads WP do Brooklyn, Nova York, para fazer o “serviço de segurança”? Quando estavam tocando, com estes caras ao pé do palco, os skinheads começaram a fazer a saudação com o braço levantado (Hailing) ao Vinny, e depois Vinny e o cara café-com-leite Roger Miret lhes devolveram a saudação, erguendo o braço! Hahaha, os Vermelhos (de esquerda) de verdade no público ficaram totalmente atônitos, e depois disso começaram a queimar a camiseta do Agnostic Front “skinhead”, que levava a Cruz de Ferro. A notícia chegou até os fanzines daqui que diziam que eram nazis! Como um velho ditado diz: “conheça seu inimigo e fique perto dele”, essa é a melhor forma de lutas contra suas mentiras. Agindo secretamente!
Sei que para os Skinheads WP é difícil de entender como pudemos tocar com essas bandas no passado, então eu vou tentar explicar da melhor forma. Em 1986, quando começamos, não havia um movimento skinhead nem no estado nem em nossa cidade. Todos éramos NS e WP, eescutávamos Skrewdriver, Brutal Attack, Carnivore... Mas os “skinheads” que reuniam massas de mais de 300 pessoas eram bandas pseudo-esquerdistas como Warzone, Biohazard, etc. Era uma decisão que tivemos de tomar, e hoje considero que foi 100% correta. Tocamos com essas bandas para dar uma alternativa aos jovens brancos frente ao veneno “vermelho” dos “pseudo-skinheads”. Se tivéssemos organizado shows por nossa própria conta, teríamos um público de 5 pessoas, [...] com o passar dos shows, cada vez tocávamos para mais gente, e mais NS/WP começaram a aparecer e ver que aquilo era algo grande. Isto nos permitiu criar um núcleo de seguidores. Não tivemos o luxo do Skrewdriver, ou Brutal Attack de poder tocar para 500 skinheads WP. Nós tivemos que começar do zero, da lama, e trazer à tona os verdadeiros skinheads. Ainda hoje estouram shows dos vermelhos quando menos se espera, como eu mencionei na primeira pergunta. A todos os que alguma vez disseram por ignorância “No Alibi é uma banda de vermelhos que tocam com o SHARP”, dizemos que são apenas estúpidas e que não agüentariam 10 minutos nas situações tensas que tivemos que ver. Sempre temos sido pioneiros do WP, e sempre seremos, lutando pela verdadeira liberdade.
Hoje em dia é uma história totalmente diferente, temos nossas próprias mídias, organizamos nossos próprios shows WP com mais de 200 pessoas, eliminamos o som de merda que tinham as bandas WP há alguns anos, e agora rompemos com os estereótipos difundidos pelos meios de comunicação judios.
Billy Milano e S.O.D.
Billy Milano foi o fundador da banda estadounidense S.O.D. (Stormtroopers of Death), e também de uma banda chamada M.O.D., e colaborador do Anthrax, esse cara era conhecido por ter sido skinhead e ter tendências declaradamente racistas, voltando atrás depois. Atualmente Billy Milano é o empresário do Agnostic Front. O primeiro disco do S.O.D., lançado em 1985, se chamava “Speak English or Die”. Esta banda acabou em 1986, mas voltou a se juntar em 1999, mas devido às críticas recebidas pelo primeiro álbum, acusados de racistas, sexistas e violentos, decidiram mudar de linha.
Harley Flanagan e Cro-Mags
Harley Flanagan é o baixista e vocalista da banda de hardcore Cro-Mags. Em sua juventude era muito amigo de skins NS, além de haver fotos dele por aí com integrantes das bandas NS “Aggravated Assault” e “Blue Eyed Devil”. Harley também tem sido visto em vários shows da banda Aggravated Assault, assim como da “Bound of Glory” (isso foi confirmado pelo camarada “Ed”, vocalista e líder da banda Bound of Glory), embora isso tenha sido há alguns anos. Os Cro-Mags também foram uma das bandas pioneirasda cena hardcore, e após um período de separação e volta aos palcos com o nome de “White Devil” e “Samsara”, voltaram a se reunir há não muito tempo com o nome de Cro-Mags, que naturalmente se declaram anti-racistas e que nunca tinham tido “amizades perigosas” nem dividiram palco com bandas “politicamente incorretas”...
Lemmy e Motörhead
Não vamos descobrir nada de novo sobre esse assunto, já que as tendências de Ian Fraser Kilmister, mais conhecido como Lemmy, vocalista do Motörhead, são amplamente conhecidas, apesar disso, porém, tentaremos apresentar alguns dados concretos. Primeiramente cabe frisar que, como o guitarrista do Slayer, Lemmy tem o costume de colecionar itens do III Reich. Em muitas entrevistas ele tem sido perguntado por que, e aqui estão suas respostas: “Tenho duas namoradas negras aqui nessa cidade (Los Angeles), então devo ser o pior nazista que você já encontrou. Metade dos meus amigos negros e judeus podem ir ao meu apartamento e não se incomodar (pela coleção)”. Na continuação, porém, Lemmy põe em dúvida que o holocausto tenha matado mais de 6 milhões de judeus: “Há fotos, mas qualquer um pode fazer fotos. Acho que metade disso é verdade, e metade mentira”.
SUN: Em sua coleção de mobília nazista, não sente medo das pessoas pensarem que você tem idéias erradas?
Lemmy: Não posso ajudar se as pessoas são f---- estúpidas. Se eu colecionasse bilhetes de trem, eles pensariam que ando em trens o dia todo? Você só coleciona coisas porque é uma parte interessante da história, e porque fizeram muitas coisas. Os britânicos não têm adagas cerimoniais. Nem os americanos.
Quer dizer que uma razão para colecionar objetos nazis, como adagas com a inscrição “Minha honra se chama Fidelidade” é que nem ingleses nem americanos têm adagas cerimoniais... Curioso sem dúvida. Este afinco levou Lemmy a ter a 5ª maior coleção das Américas de objetos do II Reich, chegando a comprar a coleção completa de objetos nazis de Ozzy Osbourne, incluindo bandeiras, medalhas e adagas. Não deixa de ser estranho que Ozzy por que nós não sabemos se ele é judeu, sua esposa Sharon sim é judia.
Mesmo assim Lemmy sempre se declarou apolítico, e não só coleciona objetos da II GM, mas também de outras épocas, como a napoleônica, um exemplo é que ele gastou 3.000 dólares em um objeto napoleônico. Sobre este tipo de perguntas há um caso curioso: numa entrevista que apareceu na revista “Metal Hammer” o tema era tratado de maneira diferente segundo a edição que foi; na edição que foi para a Inglaterra o tema era central na revista, na edição francesa foi só uma pergunta, e na edição da Alemanha não se mencionava absolutamente nada sobre o tema. Para não criar escândalo e prejudicar a banda?
Para terminar, cabe ressaltar os “enfeites” que Lemmy utiliza, como Cruzes de Ferro, anéis de caveira com capacete estilo alemão na II Guerra, etc. O mascote da banda, o emblema “Warpig” desenhado por Joe Petagno que aparece em muitas capas tinha originalmente uma suástica, mas foi retirada já que poderia ofender algumas pessoas. Ainda assim Lemmy conservou a Cruz de Ferro no peito.
Algumas capas de seus discos também resultaram controvérsias, como a do disco Bomber, onde aparece um bombardeiro alemão Heikel 111; o título do disco “Iron Fist” que era o nome traduzido de um esquadrão de caça do III Reich; na capa do disco “1916” aparece em clara diferença a bandeira imperial alemã e o mascote com o brasão de gala da cidade prussiana.
sexta-feira, 11 de março de 2011
Ajuda Ao Vivo 5ª Edição
O maior evento de cultura alternativa do oeste da Bahia está de volta, e com ele muitas novidades, teremos dois dias de evento, bandas de outros estados, coisa inédita na região! Além de concurso de air guitar (exclusividade da cidade de Correntina), além dos já tradicionais lanches VEGetariANOS, zines, panfletos e muito mais!
Em comemoração iremos fazer uma série de postagens contando a história das últimas edições do evento, uma por mês até quando chegar o evento, portanto não deixei de acompanhar o blog
;)
Pra ficar por dentro do evento entre na comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=35927703
Ou adicione o perfil do evento: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=13078098548043687517
Em comemoração iremos fazer uma série de postagens contando a história das últimas edições do evento, uma por mês até quando chegar o evento, portanto não deixei de acompanhar o blog
;)
Pra ficar por dentro do evento entre na comunidade no orkut: http://www.orkut.com.br/Main#Community?cmm=35927703
Ou adicione o perfil do evento: http://www.orkut.com.br/Main#Profile?uid=13078098548043687517
segunda-feira, 7 de março de 2011
Assange e feminismo
Peguei essas imagens-texto num blog muito bom chamado Maçãs Podres (http://nucleogenerosb.blogspot.com/2011/02/toda-prisao-tem-um-pouco-de-estupro-ou.html), e o post de lá é sobre aquele caso da escrivã que foi despida à força por agentes da corregedoria; mas o interessante é a comparação com o caso de Julian Assange. Ele está sendo julgado por um suposto crime, onde não há um único caso mundial de alguém que tenha feito algo semelhante que tenha sido tratado da mesma forma, isto é, os casos relativos ao abuso sexual de mulheres são sempre ignorados, e os agressores, até mesmo conhecidos, estão livres.
(não consegui colocá-las aqui de um modo que ficassem grandes o suficiente para serem lidas, mas nesses links dá pra utilizar o zoom)
domingo, 6 de março de 2011
Entrevista com os punks de Barreiras
O site Caminho do Oeste fez uma entrevista com alguns punks de Barreiras, sobre a vivência na cidade e também sobre o carnaval.
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punk rock
sexta-feira, 4 de março de 2011
Carta aberta - Em repúdio às atrocidades cometidas por skinheads e neonazistas
Em repúdio às atrocidades cometidas por skinheads e neonazistas
Por meio desta carta, dirigida aos movimentos sociais, imprensa e sociedade civil como um todo, buscamos expressar nosso repúdio ao ataque organizado por um grupo de cerca de 10 neonazistas contra o evento “Jornadas Anti-Fascistas” no último sábado (26 de fevereiro de 2011), nas proximidades do espaço autônomo Ay Carmela. Este acontecimento lamentável só frisa mais uma vez a necessidade urgente de que as discussões sobre esta problemática sejam ampliadas, e de que medidas concretas sejam tomadas.
A agressão
O ataque organizado pelo grupo buscava interromper o evento, atacar violentamente os presentes, e possivelmente destruir um espaço autônomo de práticas libertárias.
Todos os membros do grupo estavam armados com facas, bastões de madeira, soco inglês e até uma espingarda de chumbinho.
O evento contava com a presença de grupos de RAP e bandas Punks, e entre as mais de 30 pessoas presentes havia, inclusive, crianças de colo.
Nas proximidades do evento, a primeira agressão já deixou muito clara a orientação política do grupo de skinheads: um jovem negro que tem uma perna mecânica e trabalha como catador de lixo. As outras 3 vítimas também seguem essa mesma característica, são jovens negros moradores da periferia de São Paulo, que foram atacados pelo simples motivo de estarem realizando um evento em memória de todas as vítimas da intolerância. Os agressores tinham claro qual seria o alvo, acabar com a memória, coagir algumas das poucas vozes que diariamente seguem denunciando as agressões por parte desses grupos de extrema-direita.
Os skinheads ainda afirmaram para os companheiros agredidos que "haviam pego mais um 'macaco'", reforçando mais uma vez o cunho racista e intolerante de suas ações. A população que estava no local se indignou com o ocorrido e solidarizou com os companheiros feridos.
O evento
A Jornada Anti-Fascista é um ato político-cultural organizado pelo Movimento Anarco Punk de São Paulo há 11 anos, que surgiu da indignação ante ao assassinato de Edson Neris em fevereiro de 2000, espancado até a morte por um grupo de mais de 20 skinheads com chutes e golpes de soco inglês, por ser homossexual e estar de mãos dadas com outro homem.
Nestes onze anos foram organizadas durante o mês de fevereiro uma série de atividades envolvendo atos públicos, panfletagens, debates, palestras, exposições, apresentação de bandas, exibições de vídeos e sobretudo a denúncia das ações intolerantes praticadas por grupos nazi-fascistas e skinheads. Todas essas atividades sempre foram organizadas em conjunto com a participação de diversas entidades da Sociedade Civil, como ONGs, movimentos sociais, grupos culturais e etc.
Nas diversas localidades em que foram organizadas estas atividades, em regiões centrais e periféricas, a proposta presente foi o combate ao racismo, a homofobia, a xenofobia e toda forma de intolerância. Uma luta da qual também partilham grupos e movimentos sociais diversos com os quais pudemos nos unir.
Como fruto do reconhecimento deste trabalho de denuncia de atitudes, práticas e grupos intolerantes junto aos movimentos sociais, em 2005 o Movimento Anarco Punk recebeu o prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, da Associação do Orgulho GLBT de São Paulo, que conforme contato enviado pelo então presidente da associação Reinaldo Pereira Damião, "significa antes de tudo o reconhecimento dessa ação como algo de alta representatividade na vida dos homossexuais do Brasil e da sociedade de maneira geral, uma vez que o conteúdo da programação repercutiu de tal forma na militância homossexual, que hoje essa ação é seguida por vários grupos, inclusive a própria Associação do Orgulho GLBT de S. Paulo."
No último final de semana ocorria, então, a atividade de fechamento das Jornadas de 2011, com um ato público na Praça da República e ainda um evento com atividades culturais no espaço Ay Carmela, no centro da cidade.
Combatamos o nazi-fascismo!
Declaramos aqui nosso repúdio à agressão racista e intolerante de 4 companheiros por este grupo de skinheads, lembrando ainda que este não é um fato isolado, somando-se a ele centenas de casos semelhantes que acontecem há anos com assustadora frequência não só na cidade de São Paulo mas no mundo inteiro, provocando mortes, espancamentos, e danos diversos.
Frisamos que este acontecimento não pode de forma alguma ser pensado como uma "briga entre gangues", como muitas vezes a imprensa costuma noticiar tais agressões. Faz-se necessário politizar e problematizar estas agressões, e deixar de lado a idéia de que a ação destes grupos skinheads se limita a uma inofensiva briga de jovens.
Pensar desta forma é fechar os olhos para as centenas de casos de homossexuais, negros/as, nordestinos/as, imigrantes, punks e outros tantos grupos que já sofreram agressões semelhantes; é fechar os olhos para a crescente onda nazi-fascista que tem levado inclusive a juventude de classe média paulistana a organizar manifestos contra nordestinos/as ou mesmo a recente organização de um ato de cunho xenófobo pela extradição de Casare Batisti; é esquecer os grupos fascistas que maquiam seu discurso para ingressar na política e fazer valer seus ideais intolerantes.
Segundo informações divulgadas pela policia, existem milhares de indivíduos envolvidos em movimentações neonazistas já identificados em São Paulo. Porém nada é feito de forma efetiva e concreta, e tais indivíduos e grupos permanecem agredindo pessoas sem que nenhuma atitude seja tomada pela sociedade.
Essa nota não se limita apenas a essa agressão, mas diz respeito a todas as agressões e práticas neonazistas que ainda existem - seja elas por vias violentas ou institucionais - e devem ser combatidas. Busca chamar a atenção para algo que sofremos há muito tempo: a violência intolerante e fascista!
Os casos de agressão a negros, homossexuais e imigrantes vem crescendo assustadoramente. Podemos encontrar sites, perfis de comunidades sociais na internet, e em muitos bairros da cidade indícios da existência desses grupos. Podemos encontrar no rosto, no corpo e nas mentes de nossos irmãos e até de nós mesmos as cicatrizes dessa violência. Podemos encontra na conivência e na omissão por parte do Estado e dos órgãos de "segurança" o terreno fértil para a proliferação destes grupos.
A intolerância faz parte da lógica explorador X explorado, serve para tentar nos reduzir, serve para nos coagir para que nos encaremos enquanto inferiores, serve para deixarmos no passado as agressões que já existiram e torcer pra que não soframos mais.
Essa nota tem a intenção contrária, serve para nos lembrar que somos fortes, e resistimos até agora a toda essa violência, para lembrarmos que juntos podemos construir novos alicerces baseados no respeito, no apoio mútuo e na diversidade.
Serve pra nos lembrar que, se somos atacados é porque somos um perigo para esses grupos e para essas idéias, e para lembrarmos que nenhuma agressão intolerante será tolerada e esquecida.
Somos zumbi, somos os/as camelôs, somos os/as moradores/as de rua, somos Edson Neris, somos rappers, punks, somos homossexuais, imigrantes, negros/as, amarelos/as, vermelhos/as, brancos/as e nosso colorido pode sobrepor e combater essa violência!
Com esta carta fazemos um chamado a todos/as que de alguma forma se indignam com esta realidade, para que possamos combatê-la juntos/as, das mais diversas formas e nos mais diversos meios! Nos colocamos à disposição para contatos, atuações conjuntas e tudo o que possa fortificar a luta contra o racismo, a xenofobia, a homofobia e toda forma de intolerância nazi-fascista!
A Luta Contra o Fascismo é a Luta pela Liberdade!
> Movimento Anarco Punk de São Paulo
Cx. Postal 1677 CEP 01032-970 SP/SP | map.sp@anarcopunk.org
Por meio desta carta, dirigida aos movimentos sociais, imprensa e sociedade civil como um todo, buscamos expressar nosso repúdio ao ataque organizado por um grupo de cerca de 10 neonazistas contra o evento “Jornadas Anti-Fascistas” no último sábado (26 de fevereiro de 2011), nas proximidades do espaço autônomo Ay Carmela. Este acontecimento lamentável só frisa mais uma vez a necessidade urgente de que as discussões sobre esta problemática sejam ampliadas, e de que medidas concretas sejam tomadas.
A agressão
O ataque organizado pelo grupo buscava interromper o evento, atacar violentamente os presentes, e possivelmente destruir um espaço autônomo de práticas libertárias.
Todos os membros do grupo estavam armados com facas, bastões de madeira, soco inglês e até uma espingarda de chumbinho.
O evento contava com a presença de grupos de RAP e bandas Punks, e entre as mais de 30 pessoas presentes havia, inclusive, crianças de colo.
Nas proximidades do evento, a primeira agressão já deixou muito clara a orientação política do grupo de skinheads: um jovem negro que tem uma perna mecânica e trabalha como catador de lixo. As outras 3 vítimas também seguem essa mesma característica, são jovens negros moradores da periferia de São Paulo, que foram atacados pelo simples motivo de estarem realizando um evento em memória de todas as vítimas da intolerância. Os agressores tinham claro qual seria o alvo, acabar com a memória, coagir algumas das poucas vozes que diariamente seguem denunciando as agressões por parte desses grupos de extrema-direita.
Os skinheads ainda afirmaram para os companheiros agredidos que "haviam pego mais um 'macaco'", reforçando mais uma vez o cunho racista e intolerante de suas ações. A população que estava no local se indignou com o ocorrido e solidarizou com os companheiros feridos.
O evento
A Jornada Anti-Fascista é um ato político-cultural organizado pelo Movimento Anarco Punk de São Paulo há 11 anos, que surgiu da indignação ante ao assassinato de Edson Neris em fevereiro de 2000, espancado até a morte por um grupo de mais de 20 skinheads com chutes e golpes de soco inglês, por ser homossexual e estar de mãos dadas com outro homem.
Nestes onze anos foram organizadas durante o mês de fevereiro uma série de atividades envolvendo atos públicos, panfletagens, debates, palestras, exposições, apresentação de bandas, exibições de vídeos e sobretudo a denúncia das ações intolerantes praticadas por grupos nazi-fascistas e skinheads. Todas essas atividades sempre foram organizadas em conjunto com a participação de diversas entidades da Sociedade Civil, como ONGs, movimentos sociais, grupos culturais e etc.
Nas diversas localidades em que foram organizadas estas atividades, em regiões centrais e periféricas, a proposta presente foi o combate ao racismo, a homofobia, a xenofobia e toda forma de intolerância. Uma luta da qual também partilham grupos e movimentos sociais diversos com os quais pudemos nos unir.
Como fruto do reconhecimento deste trabalho de denuncia de atitudes, práticas e grupos intolerantes junto aos movimentos sociais, em 2005 o Movimento Anarco Punk recebeu o prêmio Cidadania em Respeito à Diversidade, da Associação do Orgulho GLBT de São Paulo, que conforme contato enviado pelo então presidente da associação Reinaldo Pereira Damião, "significa antes de tudo o reconhecimento dessa ação como algo de alta representatividade na vida dos homossexuais do Brasil e da sociedade de maneira geral, uma vez que o conteúdo da programação repercutiu de tal forma na militância homossexual, que hoje essa ação é seguida por vários grupos, inclusive a própria Associação do Orgulho GLBT de S. Paulo."
No último final de semana ocorria, então, a atividade de fechamento das Jornadas de 2011, com um ato público na Praça da República e ainda um evento com atividades culturais no espaço Ay Carmela, no centro da cidade.
Combatamos o nazi-fascismo!
Declaramos aqui nosso repúdio à agressão racista e intolerante de 4 companheiros por este grupo de skinheads, lembrando ainda que este não é um fato isolado, somando-se a ele centenas de casos semelhantes que acontecem há anos com assustadora frequência não só na cidade de São Paulo mas no mundo inteiro, provocando mortes, espancamentos, e danos diversos.
Frisamos que este acontecimento não pode de forma alguma ser pensado como uma "briga entre gangues", como muitas vezes a imprensa costuma noticiar tais agressões. Faz-se necessário politizar e problematizar estas agressões, e deixar de lado a idéia de que a ação destes grupos skinheads se limita a uma inofensiva briga de jovens.
Pensar desta forma é fechar os olhos para as centenas de casos de homossexuais, negros/as, nordestinos/as, imigrantes, punks e outros tantos grupos que já sofreram agressões semelhantes; é fechar os olhos para a crescente onda nazi-fascista que tem levado inclusive a juventude de classe média paulistana a organizar manifestos contra nordestinos/as ou mesmo a recente organização de um ato de cunho xenófobo pela extradição de Casare Batisti; é esquecer os grupos fascistas que maquiam seu discurso para ingressar na política e fazer valer seus ideais intolerantes.
Segundo informações divulgadas pela policia, existem milhares de indivíduos envolvidos em movimentações neonazistas já identificados em São Paulo. Porém nada é feito de forma efetiva e concreta, e tais indivíduos e grupos permanecem agredindo pessoas sem que nenhuma atitude seja tomada pela sociedade.
Essa nota não se limita apenas a essa agressão, mas diz respeito a todas as agressões e práticas neonazistas que ainda existem - seja elas por vias violentas ou institucionais - e devem ser combatidas. Busca chamar a atenção para algo que sofremos há muito tempo: a violência intolerante e fascista!
Os casos de agressão a negros, homossexuais e imigrantes vem crescendo assustadoramente. Podemos encontrar sites, perfis de comunidades sociais na internet, e em muitos bairros da cidade indícios da existência desses grupos. Podemos encontrar no rosto, no corpo e nas mentes de nossos irmãos e até de nós mesmos as cicatrizes dessa violência. Podemos encontra na conivência e na omissão por parte do Estado e dos órgãos de "segurança" o terreno fértil para a proliferação destes grupos.
A intolerância faz parte da lógica explorador X explorado, serve para tentar nos reduzir, serve para nos coagir para que nos encaremos enquanto inferiores, serve para deixarmos no passado as agressões que já existiram e torcer pra que não soframos mais.
Essa nota tem a intenção contrária, serve para nos lembrar que somos fortes, e resistimos até agora a toda essa violência, para lembrarmos que juntos podemos construir novos alicerces baseados no respeito, no apoio mútuo e na diversidade.
Serve pra nos lembrar que, se somos atacados é porque somos um perigo para esses grupos e para essas idéias, e para lembrarmos que nenhuma agressão intolerante será tolerada e esquecida.
Somos zumbi, somos os/as camelôs, somos os/as moradores/as de rua, somos Edson Neris, somos rappers, punks, somos homossexuais, imigrantes, negros/as, amarelos/as, vermelhos/as, brancos/as e nosso colorido pode sobrepor e combater essa violência!
Com esta carta fazemos um chamado a todos/as que de alguma forma se indignam com esta realidade, para que possamos combatê-la juntos/as, das mais diversas formas e nos mais diversos meios! Nos colocamos à disposição para contatos, atuações conjuntas e tudo o que possa fortificar a luta contra o racismo, a xenofobia, a homofobia e toda forma de intolerância nazi-fascista!
A Luta Contra o Fascismo é a Luta pela Liberdade!
> Movimento Anarco Punk de São Paulo
Cx. Postal 1677 CEP 01032-970 SP/SP | map.sp@anarcopunk.org
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