This post isn't translate because it is more important to local people.
Bom, para começar as atualizações, para quem não sabe o Rock in Rio São Francisco, que acontece em Bom Jesus da Lapa, tradicional evento de rock/cultura alternativa da região Oeste da Bahia, está de volta em sua 5ª edição, sob uma nova equipe na organização prometendo fazer valer o nome do evento que tem caído muito em suas últimas edições. O evento já teve várias edições que marcaram a memória de todo@s que pegaram ou ouviram falar do evento. As inscrições para as bandas que se interessam em tocar no evento já estão abertas, basta ter um perfil no site Toque no Brasil (TNB) e se inscrever através da página do evento: http://tnb.art.br/oportunidades/rock-rio-sao-francisco-5%C2%B0-edicao/ Outra novidade é que agora dia 10 de novembro em Santa Maria da Vitória irá acontecer a primeira edição do evento Rock 01x0 Fome que terá um formato parecido com o Ajuda Ao Vivo - Rock Vs Fome, evento de Correntina, onde a entrada do evento servirá de doação à pessoas necessitadas. No line up do evento terão as bandas Bastard (death metal) de Santa Maria da Vitória, a clássica do punk rock da região, banda Vomitos da cidade de Barreiras-BA, a Road Warriors banda santamariense de metal clássico, além de covers a banda tem algumas músicas autorais, de ótima qualidade por sinal. Por último, temos a banda headliner do evento a Kaos e Afins da cidade de Guanambi-BA que tem vários covers em seu repertório. Venha prestigiar a cena local!
Hello everybody, this post is just about to tell the people that speak english that now you can feel free to keep contact with us from the blog Terra Sem Lei, in wich, your language is "Outlaw Lands", and the adress the blog that is Aonde Raios Eu Vim Parar means "Where The Hell I End Up" or something like that. Sorry for the english, but is all that I know... We're will be posting more translates, and we'll be very glad to receive comments from people of other countries. So, the Terra Sem Lei is yours! Take a piece!
This a punk-anarchist-vegan-cyclist-zine-alternative-counter culture blog, so, if you enjoy or wants to know about this, here is the place!
Olá pessoal, quem não sabe a banda Vomitos gravou seu 1º clipe, da música Facada, a música é inspirada na violência contra os homossexuais da parada gay, segundo a banda a música foi composta depois que mataram um um homossexual que saia da parada gay de Salvador. Facada também é o primeiro videoclipe gravado por uma banda de rock da região (oeste da Bahia). Sem mais delongas, o clipe:
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English:
Hey buddies from now the blog will be one translation to the posts whenever it will be possible, today I bring to you the 1º videoclip from a band of the region (west of Bahia), the band's name is Vomitos, and this video is from the music Facada, the music is a irreverent way to bring a warn about the violence against the homossexual people.
Check the video:
É com muito orgulho que depois de termos passado dos 100 mil acessos no blog e acabarmos de ter postado uma entrevista com a banda Estamira, agora vamos publicar nossa primeira entrevista internacional, e em 3 idiomas! Sim, isso mesmo! Para melhor ajudar a acessibilidade do blog. Estamos muito felizes por comemorar nossos cem mil acessos com a entrevista com Keith Jones um dos diretores do documentário Punk in Africa que concedeu ao Terra Sem Lei uma entrevista exclusiva (e até agora a única entrevista em português) sobre o documentário que traz o lema "3 acordes, 3 países uma revolução" retratando a cena punk tanto em seu começo nos anos 70/80 quanto hoje em dia em 3 países da África, sendo deles, África do Sul, Moçambique e Zimbábue. Essa é a primeira de uma série de entrevistas relacionadas ao Punk na África. Antes de postar a entrevista, queria agradecer muito à todo mundo que ajudou essa entrevista acontecer, ao Keith que deu uma força enorme, ao brother Felipe Prado e a Marcela que revisou a entrevista em espanhol e à todo mundo que acessa o blog. Sem delongas aqui vai nossa primeira entrevista internacional, e viva o punk!
Entrevista em PT-BR
1. Qual é o seu contato com a cena desses 3 países?
Eu sou interessado em todas as formas do underground e da música alternativa, particularmente da África onde eu trabalho frequentemente, também da Europa onde vivo, Meu contato com a cena punk nestes três países foi muito inspirada no processo de fazer o filme – em particular a pesquisa abriu espaço para uma história que que não tinha sido contada antes, e mostrou que mesmo existindo várias diferentes gerações nós não estávamos cientes de cada uma delas. Então eu me tornei um dos primeiros à sistematicamente traçar todas essas pessoas das diferentes eras do punk Sul Africano e suas ramificações, desde os anos 70 até agora. Meu sócio de negócios e de criação Deon Maas foi participante de primeira mão em todas cenas na Cidade do Cabo, Durban e Joanesburgo durante os anos 80, então isso foi um começo. Também, muitos dos meus amigos são músicos, assim eu meio que já conhecia os caras da 340ml e Hog Hoggidy Hog.
Deon tinha trabalhado com Fuzigish, Powerage, The Genuines e várias outras bandas então nós conhecíamos gente suficiente para ramificar e encontrar o resto. Zimbábue foi o país mais difícil como a Internet não segue as mesmas regras de compartilhamento de informação lá, e também por lá não ter muitos espaço abertos para bandas dissidentes tocarem. Mas Deon e eu temos algo da história do Zimbábue e gostamos de visitar lá, então nós encontramos todo mundo que precisávamos. De fato, uma das minhas bandas preferidas da nova geração punk da África é Chikwata 263 de Harare.
(trailer do documentário em inglês, trailer en english)
2. Quando você viu que era possível fazer um documentário sobre o punk na África?
A ideia cresceu do nosso documentário anterior Durban Poison sobre o teatro de protesto na África do Sul, meu trabalho com um filme no festival de documentários de música em Praga na mesma época e várias conversas entre Deon e eu, também nosso produtor assistente na África do Sul, que é uma espécie de empresário da cena punk que ajuda as bandas e os produtos de toda cena. Eu penso que que ideia final veio junto quando eu comecei a pesquisar isso propriamente (veja a entrevista comigo e Deon no site Read Write para mais detalhes no processo todo).
3. Como foi o processo de produção do documentário?, os investimentos, todas as coisas para produzir, como você conseguiu?
Nós recebemos inicialmente apoio da National Film (Nacional Filmes) e Video Fundation of South Africa (Fundação do Vídeo da África do Sul), como nós tinhamos uma boa relação de trabalho com eles depois de completar vários documentários políticos em cooperação com eles, e então nós lançamos a ideia num fórum em Berlin no fim de 2009, onde nós encontramos nosso agente de vendas da Alemanha e atraímos interesse do grupo Red Bull Medien na Áustria. Isso nos permitiu fazer o filme – Eu também investi dinheiro por minha conta, Deon colocou os fundos de sua companhia por trás disso, basicamente fizemos um filme FVM (faça-você-mesm@), embora, nós fomos cuidadosos para não comprometer artisticamente e trabalhamos com profissionais sérios de filme. Mas nós aproximamos tudo em um espírito independente.
4. Quanto tempo durou o processo de produção do documentário?
Levou aproximadamente um ano para juntar o dinheiro e fazer a pesquisa para começar a filmar propriamente, apenas depois um ano para filmar tudo (dez de 2009 – jan de 2011), e então vários meses de pós-produção na República Tcheca. Que não é incomum para um documentário que tem um orçamento, tipo e ambição dessas.
5- Como será o processo de distribuição do documentário? Será postado no youtube ou algum canal na internet para as pessoas assistirem? O que as pessoas no Brasil que não podem ir nos locais onde o doc vai ser exibido pode fazer para assistir o filme?
Nós trabalhamos com uma companhia de vendas internacional baseada na Alemanha e fazemos vários contratos de distribuição em vários países. Nós discutimos a possibilidade de exibição com um canal de TV do Brasil e temos exibido o documentário em alguns festivais por aí – o próximo será um festival punk-anarquista-feminista em dezembro em São Paulo. E nós temos planos para um lançamento do filme em dvd de baixo custo para vendas internacional mais para o fim do ano.
É sempre com grande prazer que apresentamos o documentário em países luso-falantes, não somente pela nossa grande afinidade com a cultura DIY em Moçambique mas também pelas relações que existem entre o Brasil e África e pela história colonial comum aos dois países e com a qual o documentário se inicia..
Assim, estamos muito alegres pelo facto de a segunda estreia do documentário ter tido lugar no Brasil, logo após África do Sul. Estamos sempre disponíveis para responder a todos os interessados no filme; Brasil e África do Sul têm muito em comum, em particular no que concerne o multiculturalismo e a abordagem diversificada para captar o som da música rock alternativa – nós, PIA, apreciamos e abraçamos o local como uma parte essencial do global.
Planeamos apresentar o documentário na cidade de São Paulo em Dezembro assim como noutros lugares no Brasil. Convidamos todos os interessados a adicionarem-nos no Facebook onde regularmente partilhamos informação sobre o tema em todas as línguas que figuram no documentário, incluíndo Português!
Xau!
Interview in English:
1. What is your contact with the punk scene from these 3 countrys?
I am interested in all forms of underground and alternative music, particularly from Africa where I work frequently, also in Europe where I live. My contact to the punk scene in these three countries was mainy inspired by the process of making the film - in particuar the research opened up a story that had not been told previously, and showed that even the different generations were not aware of each other. So I became one of the first to systematically trace all these people from the different era of the Southern African punk scene and its offshoots, from the early 70s until now. My business and creative partner Deon Maas was a firsthand participant in those scenes in Cape Town, Durban and Johannesburg during the 1980s, so that was a start. Also, many of my friends are musicians, so I just kind of already knew some of the guys from 340m and Hog Hoggidy Hog. Deon had worked with Fuzigish, Powerage, The Genuines and several other bands so we knew enough people to branch out and find the rest. Zimbabwe was the most difficult as the Internet doesn't play the same role in sharing information there, and there are not a lot of venues for openly dissenting bands to play in anyway.But Deon and I have something of a history with Zimbabwe and like to visit there, so we found everyone we needed to. In fact, one of my favourtite new african punk bands in Chikwata 263 from Harare.
2. When you see that was possible to make a documentary about the punk in Africa?
The idea grew out of our previous documentary Durban Poison about protest theatre in South Africa, my work with a film festival of music documentaries in Prague at the same time, and many conversations between Deon and myself and also our assistant producers in South Africa, who were sort of punk entrepreneurs and products of that whole scene. I think the final idea came together when i started researching it properly (see the interview with me and Deon at the site Read Write Web for more detail on this whole process).
(HD trailer, trailer em alta qualidade, alta definicion trailer)
3. How was the process of make the documentary, the investiments, all the stuff to produce this, how did you get?
We received initial support from the National Film and Video Foundation of South Africa, as we have a pretty good working relationship with them after completing several political documentaries in cooperation with them, and then pitched the idea at a forum in Berlin in late 2009, where we met our sales agent from Germany and attracted interest from the Red Bull Medien group in Austria. That allowed us to make the film - I also invested money of my own, Deon put his company resources behind it, basically we made a DIY film, although we were careful not to compromise artistically and worked with serious film professionals. But we approached everything in an independent spirit.
4. How long take process of making the documentary?
It took approximately one year to raise the money and do the reseacrh to begin shooting properly, just over one year to shoot everything (Dec 2009 - Jan 2011), and then several months of post-production in Czech Republic. Which is not uncommon for a documentary of this type and budget and ambition.
5. How will be the process of ditribuition of the documentary? Will be posted on Youtube or some channel on internet to people watch? What people in Brasil that can't go to the festivals can do to wacth the film
We work with an international sales company based in Germany and do numerous deals for distribution in various countries. We have had discussions with a TV station in Brazil and have already shown in some festivals there - the next one will be a punk-anarchist-feminist festival in December in Sao Paolo. And we also plan to release a low-cost international DVD later in the year.
Final Words:
Message to those in Brazil interested in Punk in Africa: we are always very happy to show out film in Portuguese-speaking countries due to our strong affinity with the DIY culture in Mozambique, and also deeper connections between Brazil and Africa due to a shared history of colonialism, which our film itself starts by mentioning...
for this reason we were also very happy that Brazil was in fact the second country in the world where we screened the film, after our world premiere in South Africa.
We always have time for those in Brazil interested in the film and find many similarities between the country and Southern Africa, especially in terms of multiculturalism and a diverse approach to localizing the sound of alternative rock music - we at PIA appreciate and welcome the local as an essential part of the global.
We are making plans to be able to show the film in Sao Paolo in December, and hopefully elsewhere in Brazil. We welcome all Brazil friends to follow us on FB where we post regularly in all of the languages of the film, including also Portuguese!
ok talk to you soon then!
Bye!
Entrevista En Español:
01- Cual és su contacto con la escena de estos 3 paises?
Yo soy un interesado en todas las formas del underground y de la musica alternativa, particularmente de Africa, donde yo trabajo frecuentemente, tambien de Europa, donde vivo. Mi contacto con la escena punk en estos tres paises fue muy inspirado en el proceso de hacer la película en particular el estudo abrio espacio para una historia que no habia sido contada antes, y mostro que aun asi existiendo varias generaciones nosotros no estavamos concientes de cada una de ellas. Entonces yo me torne en uno de los primeros en indagar a todas esas personas de las diferentes generaciones del punk sul africano y sus ramificaciones, desde los años 70 hasta ahora.
Mi socio de negocios y de creación Deon Mass fue participante de la primera mano de todas las escenas en la Ciudad del Cabo, Durban y Joanes burgo durante los años 80, entonces eso fue un comienzo. Tambien muchos de mis amigos son musicos, asi yo ya conocia a la gente de 340ml y Hog Hoggigy Hog.
Deon ya habia trabajado con Fuzigish, Powerage, The Genuines y varias otras bandas, entonces nosotros conociamos gente suficiente para ramificar y enco ntrar al resto. Zimbabue fue el país más difícil, ya que Internet no sigue las mismas normas para compartir las informaciones por alla, y tambien porque no hay muchos espacios abiertos para que toquen bandas disidentes . Pero Deon y yo sabiamos algo de la historia de Zimbabue y nos gusto ir allá encontrando a toda la gente que precisabamos. Es mas, una de las bandas favoritas de la nueva geración de punk en Africa és Chikwata 263 de Harare.
02- Cuando usted vio que era posible hacer un documental sobre el punk en Africa?
La idea surgió de nuestro documental anterior Durban Poison, sobre el teatro de protesta en Africa del sur, mi trabajo en una película en el festival de documentales de musica en Praga en la misma epoca muchas conversaciónes entre Deon y yo, tambien nuestro productor asistente en Africa del sur, que és como una espécie de empresario de la escena punk que ayuda las bandas y los productos de toda la escena. Yo pienso que la idea final vino cuando yo comenze a pesquisar mas adecuadamente. (ver la entrevista de Deon conmigo en el sitio Read Write para obtener más informacion y detalles de todo el proceso)
03- Como fue el proceso de produción del documental? Lós investimentos todas lãs cosas para produzir, como lãs conseguiste Nosotros recibimos inialmente apoyo de la National Film y Video Foundation of Sout Africa, como nosotros teniamos una buena relacion de trabajo con ellos después de hacer varios documentales politicos en cooperación con ellos, y entonces nosotros sacamos la ideia en un foro en Berlin a finales de 2009, donde nosotros encontramos nuestro agente de Alemania y atrajimos el interes del grupo Red Bull Medien en Austria. Eso nos permitió hacer la película yo tambien inverti dinero por mi cuenta, Deon puso los fondos de su compañía detrás de esto, básicamente hicimos una pelicula HTM (Hazlo Tu Mism@),en todo caso nosotros tuvimos cuidado para no comprometer artísticamente,y trabajamos seriamente en la película . Pero nosotros hicimos todo con un espiritu independiente.
04- ¿ Cuanto tiempo duro el proceso de produción del documental?
llevo aproximadamente un año para juntar dinero y hacer la investigación para empezar las tomas de imagenes correctamente, sólo después de un año para filmar todo (diciembre de 2009 - enero 2011), y entonces varios meses de póst-producción en la República Checa. Esto no es raro para un documental que tiene un presupuesto y ambicion de este tipo .
05- Como sera el proceso de distribuición del documental? Será publicado en youtube o algun sitio de internet para que las personas puedan ver? O La gente de Brasil que no puede asistir a lós lugares donde será exibido, donde puede ver la pelicula?
Nosotros trabajamos en una compañia de ventas internacional ubicada en Alemania y hacemos varios contratos de distribucion en varios paises. Nosotros discutimos la posibilidad de exibición en un canal de televisión en Brasil y hemos exibido el documental en algunos festivales por ahi el proximo será en un festival punk anarquista feminista en diciembre en San Pablo. Y tenemos planes para un lanzamiento en dvd de bajo costo para ventas internacionales más para finales de año.
Message to those in Brazil interested in Punk in Africa:
És siempre con mucho gusto que apresentamos el documental en paises que haban portugues y otros idiomas, no sólo por la grande afinidad con la cultura Hazlo Tu Mismo en Mozambique pero tambien por las relaciones que hay entre Brasil y Africa y por la historia de la colonial común a de los dos paises y en la cual el documenta empieza.
Asi, estamos muy alegres por el fator de la segunda exibicion ocorrir en Brasil, después de Sudáfrica. Estamos siempre disponibles para contestar a todos los que tienen interese por la película, Brasil y Sudáfrica tiene mucho en común, particularmente en lo que respecta el multiculturalismo y el enfoque de a diversidad para recoger el son de la musica rock alternativa_ nosotros, PIA, abrazamos el local como una parte esencial del global. Planeamos apresentar el documental en a ciudad de Sao Pauo en diciembre, asi como en otros locales en Brasil. Invitamos a tod@s los interesados a que nos agregen en facebook donde compartimos informacion acerca del tema en todos los idiomas que estan en documental, incluso el portugues.
Aqui vai uma entrevista com uma banda de mina muito foda de Brasília, a Estamira. Dia 11 de Novembro agora elas vão abrir o show da Crucified Barbara (Suécia) no Brasil, quem estiver por lá faça questão de comparecer! Inclusive elas estão fazendo a gravação de um videoclipe com cenas de um show ao vivo e outras, para lançar até o fim desse ano, pois ano que vem a vocalista Ludmila estará fora do país e a banda entrará num hiato (que esperamos que seja curto e que venham uns projetos paralelos por aí! ;P). - Dados sobre a banda: Quanto tempo ela tem, influências musicais e não musicais... A Banda Estamira existe há mais de cinco anos. Já passou por várias formações, com excelentes musicistas e amigas. Temos várias influências distintas, pois além de ouvirmos muita coisa, viemos de percursos musicais diferentes e cada uma das mulheres que passou pela banda deixou sua marca nela. Quanto às influências, Como o trabalho das mulheres sempre foi (e ainda é) pouco mostrado, mesmo porque elas podem não se sentir confortáveis neste espaço que é o palco, tudo produzido por mulheres e de qualidade que foi chegando aos nossos ouvidos foi servindo de influência, mesmo que fora do metal core, que é o som que temos produzido ultimamente. Se fizermos uma retrospectiva que vai subindo, desde os anos 60/70 temos Mutantes, Janis Joplin, Patty Smith, Warlock, Roxette, Bangles, Joan Jett, New Order, B 52's, Siouxe and the Banches, Vixen, L7, Biquini Kill, Sonic Youth, Hole, Alanis Morissete, Dominatrix, Smashing Pumpkins, A perfect Circle, Walls of Jericho, Bleeding Through, In this Moment, Paramore, Otep, Kittie, Arch Enemy, The Agonist, Light this city, Straight line stitch e muuuuitas outras. Nos orgulhamos muito de no Distrito Federal termos acompanhado os trabalhos da Kaos Klitoriano, Bulimia, RTL, Valhalla, Mezulla, Mayombe, Senha Moral, 10zer04, Medjah, Disforme, Toda Dor do Mundo, Silente, Flanco, Lamá Sabactâni, Pulso, Helianto, Stay Away, Medjah, Poena, Gilbertos come bacon etc. Há ainda os trabalhos que tem sido feito atualmente no Brasil e que também acabam nos influenciando, pois nos dão força para continuar. É o caso da Eletrodomesticks, Penúra Zero, Dança da Vingança, Soror, Arandu Arakuá, Negando Valores, Rebel Shot Party, Egrégora, Nervosa, Scatha, Girlie Hell, No sense, Panndora, Putamadres, Anti-Corpos, Madrecita, Macumba Love, LoveKills, Sapamá, The Fluxo, Come alive, Darksides, Bertha Lutz, BabyLizz, Noskill, Bonecas de Trapo, etc. E você tem musicistas importantes ainda na cena rock como a super talentosa baixista Paula Zimbres, a Adriana (antiga Kaos Klitoriano, agora na ótima Terror Revolucionário), a Ellen Oléria (atualmente também na Soatá) que são figuras que nunca param de produzir algo novo. De bandas mistas ou de caras podemos citar Sepultura, Pantera, Lamb of God, Norma Jean, The Bleed, Deftones, Killswicth Engage, Meshuggah, All Shall Perish, Rage Against The Machine, System of a Down, Slipknot, Caliban, Suicide Silence, Dispised Icon, ... E as bandas independentes de nossa cidade, como Lesto!, Optical Faze, OTreze, Bootlegs, Arcanjo, Body in Flames, Etno, Cabadra, Flashover, Galinha Preta, More Tools, Podrera, Device, Phrenesy, Lost in Hate, Slow Bledding, Subversão, Trampa, Podrera, Yacoby... Aqui no DF tem muita banda foda, não dá nem para citar todas que gostamos!
Com a antiga formação, Kallyfa na bateria (Cuiabá 2009)
- Já tocavam há muito tempo? Em outras bandas (antes e agora).
Camila Soato começou a tocar violão aos 14, observando os bohêmios em rodas de choro, participou de um grupo de chorinho tocando pandeiro, depois não parou mais de participar de bandas desde pagode, funk, samba, banda de formatura, à punk, hardcore, rabicore, metal, gótico, blacktrashnewmetal... Entrou na banda Estamira em 2010 por convite da Cla (guitarrista), que a conhecia por meio do Gilbertos Come Bacon, a banda da qual fazia parte na época.
Clarissa Carvalho decidiu se tornar guitarrista ainda adolescente quando viu um clipe do Led Zeppelin. Começou a fazer aulas de violão, mas logo passou para a guitarra. Felizmente e, fora do comum, teve muito apoio de seu pai roqueiro que a ajudou não apenas com as aulas, mas com o equipamento. Teve sorte também de ter amigos e amigas que estavam aprendendo instrumentos e pôde montar a Hoochie Coochies, uma “banda de escola”, formada por garotas. Nessa época também aprendeu a tocar bateria o que lhe deu mais segurança para entender ritmo e também para compor na guitarra. Foi aí que definiu seu estilo e gosto pelo metal e consolidou-se como musicista quando foi convidada por Ludmila para tocar na banda Poena.
Ludmila Gaudad se envolveu primeiro com a feitura de zines, organização de shows, cozinha hardcoreana-metaleira para eventos roqueiros e como público, que na real é o que importa! Rs. Enquanto musicista começou como vocalista, na banda mista Poena. Quando a Poena acabou deu umas flertadas com alguns/mas músicos/musicistas da cidade, sempre no rock, mas nada firme até a Estamira.
Maiara Nunes começou a tocar bateria na igreja há poucos anos, depois foi convidada pelo Lends (seu namorado) para tocar na banda de reggae Raiz Candanga. Nessa época entrou para o projeto Ciartcum, cujo objetivo é ensinar a galera a tocar percussão e divulgar a música regional do cerrado e nordeste. Tocam maracatu, ciranda, congada, coco, etc. Maiara toca percussão e caixa no Ciartcum. Em 2011 resolveu se apresentar para a chamada que a Estamira fez para uma nova baterista. Um mês depois estreou tocando no festival Marreco’s Fest.
Sara Abreu começou a aprender violão sozinha aos 17 anos, vendo os instrumentistas na igreja e aos 20 foi pra guitarra. Teve sua primeira banda autoral (de newmetal) em 2000 Guinomos de Presépio depois e participou de bandas como Call Outside, Lamá Sabactâni (deathmetal) e Honor in Blood.
Apresentação no CONIC em 2009
- Outros coletivos e ações que fazem parte e apoiam.
Ora, se o rock tem uma tradição de ser subversivo, não é estranho que continuemos reproduzindo crenças e atitudes reacionárias e arcaicas? Portanto, achamos que as bandas têm um papel fundamental de mudança, pois a arte como um todo sempre tem a oportunidade de ser vanguarda, revolucionária, questionadora... Desta forma o rock pode (e deve!) ajudar a luta não só dos Movimentos Feministas, mas também de outros Movimentos Sociais. Esta articulação entre lutas é mais que necessária, pois estaríamos sendo hipócritas se lutássemos pelas mulheres, mas não nos importássemos com questões de raça, classe, pessoas não-humanas, ambientalismo, moradia/terra para todxs, transporte, educação libertária e de qualidade etc.
Camila não faz parte de movimento social, porém participa de alguns projetos e grupos na área das artes.
Clarissa é ativista feminista autônoma, pois não integra nenhum coletivo específico. Trabalha no governo com a temática da igualdade de gênero e enfrentamento à violência contra as mulheres. É lésbica e apóia o vegetarianismo, bem como todas as formas de discussão de desigualdades. Também é produtora de eventos artísticos para a valorização das mulheres, como a festa brasiliense “Dyke-se”.
Ludmila é feminista, lésbica, vegetariana e professora da rede pública. Mas além destas lutas anda ligada no direito ao transporte e na anti-criminalização de condutas.
Maiara considera o projeto Ciartcum como movimento, pois seu objetivo é divulgar a música regional, ensinando a galera a tocar instrumentos de percussão.
Sara está envolvida em movimentos feministas e LGBTs. Também luta pela causa vegetariana e contra a discriminação das mulheres negras.
Por que escolheram o metalcore?
Não temos muita certeza se é simples enquadrar a Estamira no que chamam de metalcore, mas o que podemos dizer é que, não foi muito bem pensado e decidido, foi acontecendo. Acho que é mais fácil pensarmos que queríamos algo pesado, viceral... Letras doídas, mas ao mesmo tempo fortes. Som rápido, mas com cadências lentas... Enfim, é uma loucura! Às vezes nos basta definirmos-nos como uma banda de metal.
-Lugares que já passaram. Show mais marcante. Acontecimento inesperado.
Ludmila - Porão do Rock 2009
Estamos juntas desde 2007, tendo realizado shows em todo o DF e entorno, em cidades como Valparaíso, Gama, Ceilândia, Brasília, Planaltina, Taguatinga, Granja do Torto, Recanto das Emas, Jardim Ingá, Águas Lindas/GO e Unaí/MG. Participamos, inclusive, de festivais importantes, como II Encontro Hardcore Extremo Oeste, em Cuiabá/MT; o festival Vulva La Vida em Salvador/BA; 24º Ferrock, em Ceilândia; 5º Quaresmada, Rock Sem Fronteiras, XII Porão do Rock, Móveis convida + Rolla Pedra e Festival Caça-Bandas, em Brasília; 10º Rock Cerrado do Gama e Duelo de Bandas do Gama, tendo neste vencido a disputa em 1º lugar. Não dá para dizer que show ou lugar gostamos mais de ter tocado, mas temos percebido que quando tocamos em lugares onde costumam ter menos shows a pegada do público é muito mais empolgante. Também gostamos bastante de tocar em eventos onde não tem palco, para ficar mais perto do público, numa sintonia maior. Obviamente, como toda banda, gostamos de tocar fora das nossas cidades de origem, para conhecer pessoas novas e ver como anda a cena aí pelo mundo.
-Como é estar num meio conhecido por ser machista, com poucas mulheres tocando? E nos shows, como é a resposta do público, a surpresa?
Uma coisa é falarmos sobre a condição das mulheres, em qualquer espaço, sob a ótica feminista. Afinal, o feminismo é capaz de ter um olhar peculiar, percebe a hierarquia que existe entre mulheres e homens de forma mais profunda. Outra coisa é falarmos da subestimação das mulheres no rock - o que é evidente para todxs. A nossa análise é de que a discriminação é evidente: rock não é lugar de mulher e mulher não tem opinião nem talento musical, apenas corpo. Essa é a idéia do senso comum e que a maior parte das pessoas reproduz sem sequer perceber, mesmo que, felizmente, ela não seja compartilhada por todas as pessoas que fazem parte de algum meio rock. A discriminação é uma construção histórica e justamente por isto, as resistências a ela por variados meios, inclusive as feitas por bandas de/com mulheres estão por aí resistindo e há tempos. Mas isto não quer dizer que é fácil ocupar este espaço. Vemos que ainda há sim, apesar de a galera do rock insistir em dizer que só se importa com “som de qualidade”, piadinhas fora do palco e dirigidas a ele quando há mulheres tocando. Talvez o senso do ridículo esteja caindo em algumas pessoas e podemos dizer que a discriminação esteja se tornando cada vez mais camuflada (mas não necessariamente menor) perante a mulherada que anda produzindo coisas excelentes nos palcos. Entretanto, para Estamira não é apenas um problema que o tempo vai fazer parar naturalmente. Não, pensamos que isso é algo que tem que ser falado e combatido de frente.
Como a Estamira é uma banda de metal, já vimos vaááárias vezes pessoas estupefatas com o fato de a baterista saber usar pedal duplo, ou de uma guitarrista fazer solos e a vocalista soltar um berro gutural em que não se identifica se é um homem ou uma mulher no palco. Essa surpresa ocorre porque não se espera esse tipo de som de mulheres. E por mais que seja uma surpresa “boa”, ela já evidencia um preconceito, se não, não teria surpreendido. Se fossem caras tocando, as pessoas achariam “normal” e prestariam apenas atenção na qualidade do som. No nosso caso, primeiro a pessoa leva um tempo para acreditar que são mulheres tocando, e a partir daí esperamos que já comecem a prestar atenção no som, porém reparamos por meio das piadinhas de alguns machistas, que antes de conseguirem prestar atenção no som, perdem seu tempo reparando em nossos corpos, se somos bonitas, gostosas, sexis, e todos esses padrões esperados das mulheres quando sobem ao palco. O legal é que mesmo esse povo sexista logo se engana, pois percebem que não estamos lá pra isso e sim pelo rock, e logo um berrão em seus ouvidos os chamam pro show, hehe. Cada vez menos temos notado piadinhas machistas em nossos shows. Se não for por um aumento do respeito às mulheres em geral, já é bom saber que muitos já conhecem a banda e sabem que não toleramos isso. Quando rola esse tipo de machismo, costumamos dizer algo curto e grosso para não dar espaço a um bate-boca que pode prejudicar o show e ao mesmo tempo para evitar ficarmos submissas, como se tivéssemos que aceitar tudo como se fosse “piada ou brincadeira inofensiva”, famosa desculpa que as mulheres cansam de ouvir todos os dias .
Sara - Cuiabá 2009
Pergunta do Renato Maia via facebook:"Gostaria de saber o que o pessoal da banda acha sobre a conivência de pessoas que se dizem punks e libertárias com skinheads que, mesmo se dizendo antifascista continuam preservando elementos originais da cultura skin como o machismo, homofobia, autoritarismo e ganguismo."
É complicado exigir que as pessoas se afastem de todo mundo que é machista, racista, homofóbico etc porque infelizmente esses valores estão arraigados e começam dentro de casa. Ao longo de nossas vidas vamos tecendo relações muito profundas com pessoas extremamente conservadoras, que acabamos amando demais e não conseguimos simplesmente extirpá-las de nosso convívio. Além disso, sendo todos estes preconceitos estruturais, eles estão em todas as partes, inclusive em nós mesmas e é uma luta diária para cada uma de nós admitir isso e buscar ter atitudes libertárias além do discurso libertário (que, aliás, é muito simples de ser feito, não é mesmo?)
O que podemos dizer é que tentamos ser coerentes com o que acreditamos e vivemos em nosso cotidiano, por isso enquanto banda tentamos estar sempre ao lado de outras bandas que compartilham de nossos ideais e nos manter com uma distância saudável de espaços e pessoas que afrontam diretamente nossas lutas.
Contatos da banda Myspace: http://www.myspace.com/bandaestamira Twitter: https://twitter.com/BandaEstamira Facebook: http://www.facebook.com/banda.estamira
Atualização pós-postagem:
O clipe OFICIAL da banda saiu, da música Raimunda Honório, e tá foda demais! Confiram:
O CÃO DE GUARDA DA BURGUESIA - (Canis lupus centurio legionarius) - ERNESTO DEGREDO
O cão policial é uma espécie que pertence ao reino canalha, ao filo dos depravados, à classe mediária, à ordem vigentívora, à família dos Ubiratan Guimarães e dos Conte Lopes. O mais antigo animal a ser domesticado na sociedade. Seu habitat natural é a selva, todavia seu adestramento é feito em um cativeiro, conhecido como quartel. É no quartel que o simples cãozinho se transforma no defensor da ordem; no mais agressivo defensor da tradição, da família e da propriedade. Aquele que impede que os de baixo pulem as muralhas do de cima, explica o alto cão policial, o coronel Plínio Correia de Oliveira.
Ao nascer, o cão policial – ou, como alguns preferem chamar, o cão de guarda da burguesia – é apenas um cãozinho normal, como qualquer outro. Para ser um policial ele deve passar por uma metamorfose artificial, por meio do treinamento que visa atrofiar seu cérebro. Isto porque a grande maioria dos cães policiais são, a princípio, vira-latas. Ora, se a função dos cães policiais é proteger os “de raça” de outros vira-latas, seria um contra-senso mantê-los como vira-latas. Neste sentido, é necessário que o cão policial esqueça sua real condição e passe a acreditar que é um cão de raça.
O treinamento desses cachorros baseia-se no desenvolvimento do reflexo corporal em detrimento do reflexo intelectual. Para os meus meninos combaterem os meliantes, eles têm que pensar com os dentes e não com a cabeça. Têm que confiar nos extintos que ensinamos a eles. Têm que ver bandido na rua ou na favela e saber que é bandido. e tratar bandido feito bandido, sem pensar, afirma o mesmo coronel. Decerto, seu treinamento visa não só a total obediência aos donos, mas também a total agressividade para com outros seres. Se por um lado, os cães de guarda da burguesia são condicionados a sentarem-se, deitarem-se, fingirem-se de mortos e darem a patinha ao sinal de uma simples ordem do dono, por outro, aprendem a morder ferozmente pobres, negros e manifestantes. Mesmo os cãezinhos mais inocentes e bondosos que chegam à corporação, transformam-se em obedientes feras perigosas.
Aqui a raça é uma só. Você pode ser Pitt-Bull ou Labrador, num interessa, nóis faz você virá policial, afirma cabo B., que não quis identificar-se. Sem dúvida, o treinamento desses cães não deixa brecha a individualidades. Se há algum vira-lata que não se enquadra, ele logo recebe a vacina, completa o cabo. Ele não se refere à vacina anti-rábica, mas à dose de três miligramas de poder que alguns cães da corporação recebem na veia, para ficarem imunes a certos sentimentos como a piedade. Tal vacina, a fascistolida, que tem como base o vírus da raiva, é um avanço na tecnologia de poder e vem sendo aperfeiçoada em todo o mundo, desde a fundação do governo Mussolini, na Itália.
Por serem predadores de pobres, negros e comunistas, os cães policiais foram trazidos ao Brasil com a finalidade de conter essas pragas, que se disseminam e ameaçam plantações de desigualdade em latifúndios de coronéis. Com o tempo o cão policial tornou-se prolífero e é hoje um dos animais de maior população no país.
Oi pessoal, hoje na verdade eu venho aqui pedir ajuda a vocês para votarem na banda Lamadart, eles estão concorrendo para abrir um show do Dance of Days em Taubaté-SP, a banda é conhecida por nós da equipe do blog e certificamos a qualidade do caráter do pessoal e do som também.
O link para a enquete é este: http://www.facebook.com/questions/353775741380442/?notif_t=question_answer
Se você quiser sacar o som da banda veja este vídeo:
"Do Canadá para o mundo, do mundo para as capitais do Brasil, das capitais para Campinas, Araraquara, São Carlos e um dia vejo no Facebook um convite para uma reunião da organização da Marcha das Vadias em Araras. Seria num sábado, no Centro Cultural. Fui. Conhecia as meninas de vista, não tinha amizade com ninguém ainda, mas senti firmeza nessas jovens cheias de vida e meu coração pediu que eu ficasse com elas e abraçasse essa causa. E lá fui eu! Convidei colegas de luta para a segunda reunião, ofereci minha chácara para uma festa no dia 14 de agosto a fim de arrecadar fundos para a faixa (Marias do Patrocínio das Vadias), os panfletos, os pincéis, o guache e as cartolinas, desmarquei viagens, criei o Yoga, Tai Chi e Meditação na Praça Barão de Araras no dia 2 de setembro para mobilizar a cidade no Combate à Violência contra a Mulheres e as crianças e finalmente, no dia 8 de setembro, vesti minha calça hippie e a parte de cima do meu bikini preferido, me pintei feito índio e lá fui eu, barrigão de fora, marchar com elas Praça Barão afora, Rua Julio Mesquita adentro! Enquanto o microfone e a batucada retumbavam com explicações sobre a nossa causa, eu ia pela calçada. Dando panfletos para a mulherada e explicando rapidamente: “Isso é pra apoiar as mulheres, para que elas parem de apanhar caladas!” Mesmo agora, escrevendo, a emoção volta e as lágrimas me dificultam a digitação. Mulheres simples, sofridas, rostos marcados pela vida, sorriam, me agradeciam, faziam sinal de positivo com o polegar. O sol batia, o vento fresco acariciava meu corpo livre e uma sensação de bem aventurança e paz me inundaram durante todo o percurso e até hoje perdura. Resisti muito e me dei muito mal não seguindo meu coração ao longo de minha vida. Hoje aprendi e descobri quando há verdade, há paz e se há paz, há luz. E agora, tudo o que eu sinto é paz e uma vontade imensa de continuar lutando pelo direito das mulheres e das crianças ao lado dessas guerreiras e desses guerreiros que fizeram a Marcha das Vadias de Araras acontecer!!!! Me sinto extremamente honrada e grata por fazer parte do Coletivo da Marcha das Vadias que é composto por pessoas sérias, comprometidas e dignas. VALEU GALERA!!!" (Drizotti)
"Achei
legal a marcha porque Araras não tem movimento político do povo...
nunca vimos pessoas marchando nas ruas que não fosse em forma de
religião, ou uma maratona... gosto muito da
ideia de que tenhamos outras reivindicações: para a cultura, para
educação - professores e alunos, pais e diretores - , que tenhamos luta
dos trabalhadores no setor privado a favor de melhores condições,
funcionários públicos também... A questão é que Araras, a população de
Araras, nunca se demonstrou insatisfeita - por mais que se sentisse
assim... nunca se revoltou muito menos agiu para mudar alguma coisa que
não lhe agradasse na cidade - ou encontrou o que queria fora da cidade,
ou simplesmente se acostumou a viver sem. Precisamos
mostrar pra esse povo que quem faz a cidade é quem vive nela; mostrar
que estamos aqui pra fazer dessa cidade uma "cidade encantamento" ... rs Gosto
de muitas pessoas nessa cidade, mas realmente, muitas vezes, de uma
forma geral, a população se mostra conivente com as coisas que não lhes
agradam... podemos mudar esse quadro de coisas X que quero mudar... A
marcha das vadias parece que foi um start pra uma movimentação política
do povo... E
realmente uma das coisas mais horríveis é a opressão e violência...
contra a mulher, animais, adultos - nesse caso as mulheres estão de
parabéns por terem sido pioneiras na nossa cidade a marchar contra a
opressão e violência :D" (Felipe Harter) "A gente percebe quando acontece alguma coisa
feminista
ou direcionada para mulheres como a Marcha das Vadias, um evento de 8 de
Março, alguma reivindicação quando há um monte de mulheres no meio, na
organização, na frente do problema... mas não percebe que em todas as
outras coisas, quase nunca há mulheres, a não ser em coisas específicas
(como certas profissões, principalmente aquelas relacionadas a
cuidado, educação e
afazeres minuciosos ou caseiros - secretariado, limpeza, cozinha). Quantas mulheres você conhece que sei lá, possuem uma empresa, trabalham
com algo que não é incentivado na infância e vêm do desejo pessoal,
como tocar um instrumento musical? Ahn, preferecialmente aquelas lendas do capitalismo -
quantas mulheres assim você conhece que tiveram que lutar pra isso, e
não tiveram tudo no colo como a maioria dos homens (e mulheres brancas)
já ganham no kit nascimento? Poucas né? Se realizar profissionalmente,
ou em outros campos da vida, ainda não é simples pra mulher, mesmo agora
que ela conquistou esse incrível direito de sair de casa pra trabalhar
fora e realizar sua tripla jornada diária (casa, filhos e... trabalho
remunerado! - o único, também). Mas opa! Ela tem que voltar pra casa
cedo, pegar as crianças, fazer janta para o marido! Além de
tudo, se andar sozinha de noite na rua, de qualquer jeito que for, temos
a patrulha social do machismo (já não bastava toda as preocupações que lhe foram incutidas na infância), que te ronda com a possibilidade de um
estupro. E ainda tem gente que acha que feminismo é desnecessário... Tudo isso pra dizer que a necessidade de ações como essas ainda é grande, tanto a das Marchas das Vadias que aqui no Brasil tomaram proporções enormes e abraçaram pra si várias reivindicações feministas como descriminalização do aborto, real libertação sexual, não homofobia, direitos realmente iguais - igualdade no sentido de equidade - e tantas outras; quanto tantas outras lutas do dia a dia, imperceptíveis, que ganham mais fôlego pra continuar..." su
Imagens: Nathália Ferreira, Gabriela Nascimento, Rodrigo Cremasco, Eliane Pessotto, Talitha Roncolato e outrxs que por ventura esqueci no garimpo das imagens da internet...