Keith Jones, diretor do documentário |
É com muito orgulho que depois de termos passado dos 100 mil acessos no blog e acabarmos de ter postado uma entrevista com a banda Estamira, agora vamos publicar nossa primeira entrevista internacional, e em 3 idiomas! Sim, isso mesmo! Para melhor ajudar a acessibilidade do blog. Estamos muito felizes por comemorar nossos cem mil acessos com a entrevista com Keith Jones um dos diretores do documentário Punk in Africa que concedeu ao Terra Sem Lei uma entrevista exclusiva (e até agora a única entrevista em português) sobre o documentário que traz o lema "3 acordes, 3 países uma revolução" retratando a cena punk tanto em seu começo nos anos 70/80 quanto hoje em dia em 3 países da África, sendo deles, África do Sul, Moçambique e Zimbábue. Essa é a primeira de uma série de entrevistas relacionadas ao Punk na África. Antes de postar a entrevista, queria agradecer muito à todo mundo que ajudou essa entrevista acontecer, ao Keith que deu uma força enorme, ao brother Felipe Prado e a Marcela que revisou a entrevista em espanhol e à todo mundo que acessa o blog. Sem delongas aqui vai nossa primeira entrevista internacional, e viva o punk!
Entrevista em PT-BR
1. Qual é o seu contato com a cena desses 3 países?
Eu sou interessado em todas as formas do underground e da música alternativa, particularmente da África onde eu trabalho frequentemente, também da Europa onde vivo, Meu contato com a cena punk nestes três países foi muito inspirada no processo de fazer o filme – em particular a pesquisa abriu espaço para uma história que que não tinha sido contada antes, e mostrou que mesmo existindo várias diferentes gerações nós não estávamos cientes de cada uma delas. Então eu me tornei um dos primeiros à sistematicamente traçar todas essas pessoas das diferentes eras do punk Sul Africano e suas ramificações, desde os anos 70 até agora. Meu sócio de negócios e de criação Deon Maas foi participante de primeira mão em todas cenas na Cidade do Cabo, Durban e Joanesburgo durante os anos 80, então isso foi um começo. Também, muitos dos meus amigos são músicos, assim eu meio que já conhecia os caras da 340ml e Hog Hoggidy Hog.
Deon tinha trabalhado com Fuzigish, Powerage, The Genuines e várias outras bandas então nós conhecíamos gente suficiente para ramificar e encontrar o resto. Zimbábue foi o país mais difícil como a Internet não segue as mesmas regras de compartilhamento de informação lá, e também por lá não ter muitos espaço abertos para bandas dissidentes tocarem. Mas Deon e eu temos algo da história do Zimbábue e gostamos de visitar lá, então nós encontramos todo mundo que precisávamos. De fato, uma das minhas bandas preferidas da nova geração punk da África é Chikwata 263 de Harare.
(trailer do documentário em inglês, trailer en english)
2. Quando você viu que era possível fazer um documentário sobre o punk na África?
A ideia cresceu do nosso documentário anterior Durban Poison sobre o teatro de protesto na África do Sul, meu trabalho com um filme no festival de documentários de música em Praga na mesma época e várias conversas entre Deon e eu, também nosso produtor assistente na África do Sul, que é uma espécie de empresário da cena punk que ajuda as bandas e os produtos de toda cena. Eu penso que que ideia final veio junto quando eu comecei a pesquisar isso propriamente (veja a entrevista comigo e Deon no site Read Write para mais detalhes no processo todo).
3. Como foi o processo de produção do documentário?, os investimentos, todas as coisas para produzir, como você conseguiu?
Nós recebemos inicialmente apoio da National Film (Nacional Filmes) e Video Fundation of South Africa (Fundação do Vídeo da África do Sul), como nós tinhamos uma boa relação de trabalho com eles depois de completar vários documentários políticos em cooperação com eles, e então nós lançamos a ideia num fórum em Berlin no fim de 2009, onde nós encontramos nosso agente de vendas da Alemanha e atraímos interesse do grupo Red Bull Medien na Áustria. Isso nos permitiu fazer o filme – Eu também investi dinheiro por minha conta, Deon colocou os fundos de sua companhia por trás disso, basicamente fizemos um filme FVM (faça-você-mesm@), embora, nós fomos cuidadosos para não comprometer artisticamente e trabalhamos com profissionais sérios de filme. Mas nós aproximamos tudo em um espírito independente.
4. Quanto tempo durou o processo de produção do documentário?
Levou aproximadamente um ano para juntar o dinheiro e fazer a pesquisa para começar a filmar propriamente, apenas depois um ano para filmar tudo (dez de 2009 – jan de 2011), e então vários meses de pós-produção na República Tcheca. Que não é incomum para um documentário que tem um orçamento, tipo e ambição dessas.
5- Como será o processo de distribuição do documentário? Será postado no youtube ou algum canal na internet para as pessoas assistirem? O que as pessoas no Brasil que não podem ir nos locais onde o doc vai ser exibido pode fazer para assistir o filme?
Nós trabalhamos com uma companhia de vendas internacional baseada na Alemanha e fazemos vários contratos de distribuição em vários países. Nós discutimos a possibilidade de exibição com um canal de TV do Brasil e temos exibido o documentário em alguns festivais por aí – o próximo será um festival punk-anarquista-feminista em dezembro em São Paulo. E nós temos planos para um lançamento do filme em dvd de baixo custo para vendas internacional mais para o fim do ano.
Link do festival de filme anarquista: http://anarcopunk.org/festival/
Agradecimentos:
É sempre com grande prazer que apresentamos o documentário em países luso-falantes, não somente pela nossa grande afinidade com a cultura DIY em Moçambique mas também pelas relações que existem entre o Brasil e África e pela história colonial comum aos dois países e com a qual o documentário se inicia..
Assim, estamos muito alegres pelo facto de a segunda estreia do documentário ter tido lugar no Brasil, logo após África do Sul. Estamos sempre disponíveis para responder a todos os interessados no filme; Brasil e África do Sul têm muito em comum, em particular no que concerne o multiculturalismo e a abordagem diversificada para captar o som da música rock alternativa – nós, PIA, apreciamos e abraçamos o local como uma parte essencial do global.
Planeamos apresentar o documentário na cidade de São Paulo em Dezembro assim como noutros lugares no Brasil. Convidamos todos os interessados a adicionarem-nos no Facebook onde regularmente partilhamos informação sobre o tema em todas as línguas que figuram no documentário, incluíndo Português!
Xau!
Interview in English:
1. What is your contact with the punk scene from these 3 countrys?
I am interested in all forms of underground and alternative music, particularly from Africa where I work frequently, also in Europe where I live. My contact to the punk scene in these three countries was mainy inspired by the process of making the film - in particuar the research opened up a story that had not been told previously, and showed that even the different generations were not aware of each other. So I became one of the first to systematically trace all these people from the different era of the Southern African punk scene and its offshoots, from the early 70s until now. My business and creative partner Deon Maas was a firsthand participant in those scenes in Cape Town, Durban and Johannesburg during the 1980s, so that was a start. Also, many of my friends are musicians, so I just kind of already knew some of the guys from 340m and Hog Hoggidy Hog. Deon had worked with Fuzigish, Powerage, The Genuines and several other bands so we knew enough people to branch out and find the rest. Zimbabwe was the most difficult as the Internet doesn't play the same role in sharing information there, and there are not a lot of venues for openly dissenting bands to play in anyway.But Deon and I have something of a history with Zimbabwe and like to visit there, so we found everyone we needed to. In fact, one of my favourtite new african punk bands in Chikwata 263 from Harare.
2. When you see that was possible to make a documentary about the punk in Africa?
The idea grew out of our previous documentary Durban Poison about protest theatre in South Africa, my work with a film festival of music documentaries in Prague at the same time, and many conversations between Deon and myself and also our assistant producers in South Africa, who were sort of punk entrepreneurs and products of that whole scene. I think the final idea came together when i started researching it properly (see the interview with me and Deon at the site Read Write Web for more detail on this whole process).
(HD trailer, trailer em alta qualidade, alta definicion trailer)
3. How was the process of make the documentary, the investiments, all the stuff to produce this, how did you get?
We received initial support from the National Film and Video Foundation of South Africa, as we have a pretty good working relationship with them after completing several political documentaries in cooperation with them, and then pitched the idea at a forum in Berlin in late 2009, where we met our sales agent from Germany and attracted interest from the Red Bull Medien group in Austria. That allowed us to make the film - I also invested money of my own, Deon put his company resources behind it, basically we made a DIY film, although we were careful not to compromise artistically and worked with serious film professionals. But we approached everything in an independent spirit.
4. How long take process of making the documentary?
It took approximately one year to raise the money and do the reseacrh to begin shooting properly, just over one year to shoot everything (Dec 2009 - Jan 2011), and then several months of post-production in Czech Republic. Which is not uncommon for a documentary of this type and budget and ambition.
5. How will be the process of ditribuition of the documentary? Will be posted on Youtube or some channel on internet to people watch? What people in Brasil that can't go to the festivals can do to wacth the film
We work with an international sales company based in Germany and do numerous deals for distribution in various countries. We have had discussions with a TV station in Brazil and have already shown in some festivals there - the next one will be a punk-anarchist-feminist festival in December in Sao Paolo. And we also plan to release a low-cost international DVD later in the year.
Final Words:
Message to those in Brazil interested in Punk in Africa: we are always very happy to show out film in Portuguese-speaking countries due to our strong affinity with the DIY culture in Mozambique, and also deeper connections between Brazil and Africa due to a shared history of colonialism, which our film itself starts by mentioning...
for this reason we were also very happy that Brazil was in fact the second country in the world where we screened the film, after our world premiere in South Africa.
We always have time for those in Brazil interested in the film and find many similarities between the country and Southern Africa, especially in terms of multiculturalism and a diverse approach to localizing the sound of alternative rock music - we at PIA appreciate and welcome the local as an essential part of the global.
We are making plans to be able to show the film in Sao Paolo in December, and hopefully elsewhere in Brazil. We welcome all Brazil friends to follow us on FB where we post regularly in all of the languages of the film, including also Portuguese!
ok talk to you soon then!
Bye!
Entrevista En Español:
01- Cual és su contacto con la escena de estos 3 paises?
Yo soy un interesado en todas las formas del underground y de la musica alternativa, particularmente de Africa, donde yo trabajo frecuentemente, tambien de Europa, donde vivo. Mi contacto con la escena punk en estos tres paises fue muy inspirado en el proceso de hacer la película en particular el estudo abrio espacio para una historia que no habia sido contada antes, y mostro que aun asi existiendo varias generaciones nosotros no estavamos concientes de cada una de ellas. Entonces yo me torne en uno de los primeros en indagar a todas esas personas de las diferentes generaciones del punk sul africano y sus ramificaciones, desde los años 70 hasta ahora.
Mi socio de negocios y de creación Deon Mass fue participante de la primera mano de todas las escenas en la Ciudad del Cabo, Durban y Joanes burgo durante los años 80, entonces eso fue un comienzo. Tambien muchos de mis amigos son musicos, asi yo ya conocia a la gente de 340ml y Hog Hoggigy Hog.
Deon ya habia trabajado con Fuzigish, Powerage, The Genuines y varias otras bandas, entonces nosotros conociamos gente suficiente para ramificar y enco ntrar al resto. Zimbabue fue el país más difícil, ya que Internet no sigue las mismas normas para compartir las informaciones por alla, y tambien porque no hay muchos espacios abiertos para que toquen bandas disidentes . Pero Deon y yo sabiamos algo de la historia de Zimbabue y nos gusto ir allá encontrando a toda la gente que precisabamos. Es mas, una de las bandas favoritas de la nueva geración de punk en Africa és Chikwata 263 de Harare.
02- Cuando usted vio que era posible hacer un documental sobre el punk en Africa?
La idea surgió de nuestro documental anterior Durban Poison, sobre el teatro de protesta en Africa del sur, mi trabajo en una película en el festival de documentales de musica en Praga en la misma epoca muchas conversaciónes entre Deon y yo, tambien nuestro productor asistente en Africa del sur, que és como una espécie de empresario de la escena punk que ayuda las bandas y los productos de toda la escena. Yo pienso que la idea final vino cuando yo comenze a pesquisar mas adecuadamente. (ver la entrevista de Deon conmigo en el sitio Read Write para obtener más informacion y detalles de todo el proceso)
03- Como fue el proceso de produción del documental? Lós investimentos todas lãs cosas para produzir, como lãs conseguiste Nosotros recibimos inialmente apoyo de la National Film y Video Foundation of Sout Africa, como nosotros teniamos una buena relacion de trabajo con ellos después de hacer varios documentales politicos en cooperación con ellos, y entonces nosotros sacamos la ideia en un foro en Berlin a finales de 2009, donde nosotros encontramos nuestro agente de Alemania y atrajimos el interes del grupo Red Bull Medien en Austria. Eso nos permitió hacer la película yo tambien inverti dinero por mi cuenta, Deon puso los fondos de su compañía detrás de esto, básicamente hicimos una pelicula HTM (Hazlo Tu Mism@),en todo caso nosotros tuvimos cuidado para no comprometer artísticamente,y trabajamos seriamente en la película . Pero nosotros hicimos todo con un espiritu independiente.
04- ¿ Cuanto tiempo duro el proceso de produción del documental?
llevo aproximadamente un año para juntar dinero y hacer la investigación para empezar las tomas de imagenes correctamente, sólo después de un año para filmar todo (diciembre de 2009 - enero 2011), y entonces varios meses de póst-producción en la República Checa. Esto no es raro para un documental que tiene un presupuesto y ambicion de este tipo .
05- Como sera el proceso de distribuición del documental? Será publicado en youtube o algun sitio de internet para que las personas puedan ver? O La gente de Brasil que no puede asistir a lós lugares donde será exibido, donde puede ver la pelicula?
Nosotros trabajamos en una compañia de ventas internacional ubicada en Alemania y hacemos varios contratos de distribucion en varios paises. Nosotros discutimos la posibilidad de exibición en un canal de televisión en Brasil y hemos exibido el documental en algunos festivales por ahi el proximo será en un festival punk anarquista feminista en diciembre en San Pablo. Y tenemos planes para un lanzamiento en dvd de bajo costo para ventas internacionales más para finales de año.
Link del festival Anarquista: http://anarcopunk.org/festival/
Agradecimentos
Message to those in Brazil interested in Punk in Africa:
És siempre con mucho gusto que apresentamos el documental en paises que haban portugues y otros idiomas, no sólo por la grande afinidad con la cultura Hazlo Tu Mismo en Mozambique pero tambien por las relaciones que hay entre Brasil y Africa y por la historia de la colonial común a de los dos paises y en la cual el documenta empieza.
Asi, estamos muy alegres por el fator de la segunda exibicion ocorrir en Brasil, después de Sudáfrica. Estamos siempre disponibles para contestar a todos los que tienen interese por la película, Brasil y Sudáfrica tiene mucho en común, particularmente en lo que respecta el multiculturalismo y el enfoque de a diversidad para recoger el son de la musica rock alternativa_ nosotros, PIA, abrazamos el local como una parte esencial del global. Planeamos apresentar el documental en a ciudad de Sao Pauo en diciembre, asi como en otros locales en Brasil. Invitamos a tod@s los interesados a que nos agregen en facebook donde compartimos informacion acerca del tema en todos los idiomas que estan en documental, incluso el portugues.
Site oficial: http://www.punkinafrica.co.za
PARABÉNS pela ousadia e pela divulgação deste documentário, que parece ser fascinante e que espero poder assistir!
ResponderExcluirGrande beijo!
Uma ótima e importante entrevista para a cena!
ResponderExcluirParabéns a todos os envolvidos!
Awesome! verdade que às vezes a gente imaginar tudo o que está acontecendo ao redor do mundo, e esses filmes nos ajudar a entender mais o que existe em cada país. Outros conteúdos que o seguro pode agradá-los é a revista VICE série de documentários, eles recomendam muito, Shane Smith viaja para as partes mais controversas do mundo a oferecer prestações semanais de 10 minutos com novas informações e interessante em http://www.hbomax.tv/vice-3/pode visualizar a transmissão horários deste programa, eu realmente recomendo, toca em temas de todos os tipos. Saudações!
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