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sexta-feira, 13 de maio de 2011

Eu vi um roqueiro com uma camisa de banda

Parafraseando a música da Vomitos, trago esse texto para inserir alguns questionamentos sobre viver numa cena de rock, mais precisamente aqui no oeste da Bahia.
Existe uma certa fúria não pensada, uma espécie de preconceito da parte da sociedade com o rock, muito normal, pois sabemos que na sociedade que nós vivemos tudo que ameace o padrão da sociedade vai sofrer represálias.
E por sairmos dessa sociedade para uma que achamos melhor acabamos trazendo os mesmo preconceitos, mas dessa forma eles vêm travestido de preto, se você car@ leitxrx me permite fazer esse tipo de comparação.
Um dos principais preconceitos é com @s pagodeir@s, axézeir@s, enfim, pessoas que ouve músicas tradicionais da nossa região. Você pode estar pensando; 'lá vem ele defender os pagodeiros?!' Não, calma. Apenas continue lendo.
As pessoas tem o direito e devem ouvir o que elas acharem melhor, sei que no pagode tem muitas músicas escrotas (e pra caralho por sinal) mas o problema é que as mesmas pessoas ouvem músicas que tem praticamente a mesma letra, só que a diferença é o rítimo que ela está sendo tocada.
Por exemplo vamos ao jargão sexo, drogas e rock and roll, um lema que mostrava o estilo de vida d@s roqueiros dos anos 70, ou seja de aproximadamente 40 e poucos anos atrás! Não acha que isso seja ultrapassado? Se não veja, vivemos numa sociedade totalmente diferente, onde os problemas enfrentados são muito mais relacionados com a preguiça das pessoas em fazer alguma coisa do que a imposição delas em cima de nós para fazer algo como era na ditadura na época, outra coisa é que no pagode, existe a mesma coisa, o que é senão um carnaval? Sexo, drogas e pagode, como podem ver, que a única diferença de certas ideias que foram pregadas no rock são muito similares aos estilos de música que o pessoal do rock diz odiar, como podem perceber, apenas um preconceito que nem sequer foi pensado antes de ser executado.
Um outro ponto que temos aqui é que vejo com os pagodeiros um empenho quanto a adoração do seu estilo que infelizmente não vejo no pessoal do rock, que empenho é esse? Bem, vejo muitos pagodeiros trabalharem duro como serventes de pedreiro ou profissões similares, que exigem um grande esforço físico para ganhar um dinheiro pra gastar comprando um abadá de cento e tantos reais, não que eu concorde com o preço de um abadá, mas o pessoal do rock não paga nem cinco reais na entrada de um show, gastam mais dinheiro com drogas lícitas com o próprio rock local, coisa que os pagodeiros não fazem, eles gastam de boa porque valorizam o que eles gostam.
Para finalizar vou por o último tema, que já é direcionado diretamente à letra da música que é “Eu vi um pagodeiro com uma camisa de abadá, um mês depois com uma camisa de abadá(...)”
Qual é o problema do cara usar uma camisa que ele quer? Quantas pessoas no rock não fazem a mesma coisa? Mas duvido que uma banda vá fazer uma letra criticando o cara que só usa camisa de banda, pois ele vai estar dentro dos padrões que a cultura local do rock já estabeleceu.
Bem longe de críticas pessoal, o texto é uma SUGESTÃO para questionamentos que vocês podem se fazer, podem concordar ou não comigo, mas questionem sempre o que vocês tem como verdade.
Pra encerrar o texto deixo duas frases épicas;
“Uma cena nunca vai pra frente enquanto a galera gastar mais com cachaça do que com a própria cena”
“Questione sua verdade, ela pode ser sua vacuidade”
(Adaptado da música Question Your Truth do Street Bulldogs, hardcore melódico brasileiro)
Vídeo da Vomitos Tocando Abadá para quem não conhece o som:

Um comentário:

  1. muito bem colocado cara
    uma coisa a se pensar
    quando eu era mais novo as vezes eu gastava toda a grana em goró e ia mendigar na frente da gig alguma grana pra poder entrar, hoje eu faço o contrário, gasto a grana na gig e comprando discos e mendigo a grana pro goró hahahaha

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