Vamos começar diferente de uma entrevista comum. Que tal falarmos de cara sobre os shows que rolaram em Brasília e Goiânia?
Nem - Imagine vc ter uma banda de rock no brasil. Agora imagine uma banda de Punk rock, da Bahia, ou melhor, do interior da bahia, sair desua cidade e embarcar pra tocar em Goiânia e Brasilia? totalmente fora dos padrões...e cama de jornal é isso...uma banda fora dos padrões comerciais, que consegue atraves da sua simplicidade e honestidade, espaços pra poder mostrar seu trabalho de maneira independente. E foi assim que fomos pra essa mini turnê, com a cara e a coragem, mostrar nosso som e pelo que vi lá, existe uma cena underground forte e unida. E ficamos surpresos com a receptividade ao nosso trabalho, foi muito foda!! Só vendo os videos pra saber o que estou dizendo...
http://www.youtube.com/watch?
Já tocaram quantas vezes no centro-oeste?
Como é a diferença de tocar na capital do país, comparada com a cena do interior da Bahia (apesar de Conquista ser uma cidade
relativamente grande)? É muito contrastante?
Nem - Rapaz, por incrivel que possa parecer, os shows aqui em conquista são bem organizados. A diferença dos eventos aqui pros shows de Goiania e Brasilia é que lá, é pra um publico mais específico de Punk HC. Aqui os shows são mais misturados os estilos. Já tocamos com bandas de metal, pop, alternativo, rock and roll...tudo misturado e não rola nenhuma treta entre a galera, todo mundo se respeita.relativamente grande)? É muito contrastante?
Vocês também organizam gigs, eventos, têm zine, distro ou algum outro tipo de atividade para suportar a cena punk, além de tocar? Qual a importância dessas atividades na opinião de vocês?
Nem - Acho importante pra cena sobreviver. No inicio tinhamos uma certa dificuldade em tocar num bom horario em eventos aqui, aí passei a organizar meus proprios shows, fiz vários: o "autonomia é o caminho" era uma gig que rolou em 3 edições e gerou um dvd ao vivo da cama de jornal e uma coletânea com várias bandas daqui gravadas ao vivo no evento e foi lançados pelo meu selo de divulgação "Tosco Todo". Depois passei a produzir eventos com bandas de estilos variados: "Conquista Underground" tambem em 3 edições e gerou um dvd split ao vivo com Cama de Jornal e UZT(salvador). Alem disso todos os discos da Cama de Jornal foram lançados pelo Tosco Todo. e recentemente lancei mais uma coletânea chamada "Material Reciclado" com as bandas Cama de Jornal, Horda Punk(SC), Repúdio C.G.(MS) e Blas Femea(BA). E Lázaro, nosso guitarrista mantem um zine chamado "A Célula", que tambem já lançou uma coletanea só com bandas baianas de punk, hc e grind/noise chamada "A outra face da Bahia".O que mais vocês tem visto de mudança desde quando começaram a tocar? Desde público/cena até a questão pessoal, como a banda se manteve e foi evoluindo?
O que motiva vocês continuarem tocando, mesmo com toda a fodeção que é estar nesse meio underground que é difícil pra caramba?
Nem - a gente se mantem pelo tesão de fazer, de tocar, trocar idéia, conhecer gente e lugares novos...isso que nos mantem na cena nesses 10 anos.Nem - Tem gente que diz que no inicio é dificil...eu digo que até hoje é dificil pra gente manter a banda em atividade. Desde o inicio sempre recebemos criticas sobre nosso trampo, mas nunca nos abalamos com isso, pelo contrario, usamos essas criticas para nos manter mais fortes e unidos, e durante esses 10 anos percebemos que apesar da tosqueira que fazemos, somos importantes pra muita gente, muita garotada nos acompanha, e isso faz com que a cobrança seja maior sobre a banda...mas até agora soubemos lidar com isso de maneira responsável...não podemos ser uma má influencia...pelo contrario, queremos conscientizar essa garotada.
Como é a organização de eventos em Conquista? Vocês tem toda aparelhagem pra poder tocar?
Nem - não temos nem um estudio de ensaio, pagamos pra poder ensaiar, e como não temos grana, então quase não ensaiamos...eheheheh
Como vocês encaram as famosas 'tretas', ou richas, enfim essas picuinhas que sempre rolam no underground?
Nem - Cama de Jornal acredita na união entre as pessoas, independente de qualquer coisa. Tem várias músicas da gente que diz isso.Em "Punk Rock de Conquista" dizemos: "Não quero violência/só quero protestar/não quero repressão/só liberdade pra Gritar" e em "Bandeira Mundial" gritamos "Levantar uma bandeira/uma bandeira mundial/um mundo sem fronteira/todo mundo igual"..acho que é por aí...
Que mensagem o Cama tem pra dizer para bandas de outros interiores não só da Bahia, mas de outros lugares do nordeste e cidades que ficam distantes de grandes meios?
Nem - Faça você mesmo!!! Não fique esperando as coisas cairem do céu...do céu só cai chuva...ehehehhe...faça suas próprias músicas, grave essas músicas, e principalmente faça o que vc gosta, independente do que os outros vão achar!!!Nem, o entrevistado |
O Terra Sem Lei agradece a disposição para responder as perguntas, e deixa o espaço para vocês passarem a mensagem pro pessoal, ou falar sobre algo que as perguntas não deram espaço, enfim, o espaço é de vocês, e muito obrigado!
Nem - Quero agradecer em nome da Cama de Jornal e dizer que nunca deixe de fazer o qe você quer por causa de alguma critica ou dificuldade, corra atras dos seus sonhos, por que se vc for merecedor, vai se realizar...fortaleça o underground, apóie as bandas da sua cidade...procure se informar, não acredite em tudo que vc ver na mídia...e principalmente, seja você!!! acredite em você!!! Faça você mesmo!!!Participação do Redson do Coléra |
e pra quem quiser conhecer um pouco mais sobre nossa história, pode acessar www.camadejornal.com.br e se quiser conhecer bandas undergrounds bacanas acesse www.geocities.ws/toscotodo.
E convido pra irem em nossos próximos shows: dia 30 de outubro aqui em conquista no festival suiça bahiana com o ratos de porão, e dia 06 de novembro no festival feira noise, em feira de santana.
É isso, valeu galera!!! tudo de bom procês!!!
Valeu, véio, pela força e divulgação do underground!!!
ResponderExcluirUm forte abraço e sorte procês aí nesse projeto!!!
isso é cama de jornal meu irmão
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