Páginas

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Inversão de valores e outras coisas reacionárias

Quem achou que o Terra Sem Lei tinha morrido está redondamente enganado!
Estamos de volta depois de um tempo sem postar, e vou logo dizendo, logo mais tem banda nova estreando por aqui, e do RJ de novo em?
Aproveitando as notícias dos últimos tempos vim aqui fazer um postzinho sobre o que tá rolando em duas das maiores faculdades do Brasil a USP e a UNB, parece mentira ou sonho, mas no Brasil uma onda imensa de protestos e ações está acontecendo, boa parte é vinda dos acampamentos contra o capitalismo que estão tendo no mundo inteiro, além disso o anonymous continua com suas ações, da última vez que soube o site do BOPE do Rio de Janeiro tinha sido atacado. Mas além disso, na USP existe uma manifestação que está sendo veiculada pela mídia de modo bem desfigurado dadas as circunstâncias.
Há um bom tempo, os estudantes, professores e funcionários estão protestando na USP contra as várias falcatruas que o reitor João Rodas tem participado e contribuído para a existência, uma delas é a polícia na USP, que como rola por aí está lá depois que mataram um estudante, fato que não é veiculado é que a polícia já agia no campus na época da morte do rapaz, não apenas isso, a polícia no campus só serve para garantir a segurança do próprio reitor e seus ideais, coibindo os protestos que são contra o próprio reitor que por acaso está sendo indiciado pelo ministério público por nomeações de cargos sem concurso público, acumulação ilegal de funções, lesões aos cofres públicos e improbidade administrativa, mas claro que essas informações não estão sendo veiculadas, o movimento de pessoas que estão sofrendo abusos policiais e com a falta de condições de vida no campus (um aluno negro, pobre, baiano e estudava Filosofia. Samuel morreu dentro da USP por negligência médica da reitoria em relação a uma política de saúde nos campi da USP. Também houve a morte de Cícera, funcionária da lanchonete da Pedagogia, assassinada na favela São Remo, decorrente de uma “bala perdida” disparada pela Polícia.)
Esses são apenas alguns aspectos que eu quis levantar aqui, existem muito mais fatos sobre o assunto que estão no manifesto da ocupação escrito pelos próprios ocupantes, não pela mídia sensacionalista que vive em prol do capital. Se você tiver mais interesse sobre o assunto leia aqui: http://ocupauspcontrarepressao.blogspot.com/2011/10/manifesto-da-ocupacao-na-usp-butanta.html.
Tanta coisa por causa da maconha, é surreal pensar nisso, surreal, ver um país inteiro acreditar que a maior universidade da América Latina está sendo ocupada simplesmente por que alunos querem fumar maconha. O pior é que as famílias que em sua grande parte é liberal quanto ao álcool, ao café, às aspirinas e analgésicos se voltam contra a maconha num preconceito já praticamente secular, e tão mal fundamentado baseado simplesmente no "é errado" ou "é crime", claro que o pai da familía pode beber, o filhão pode fumar pra tirar onda de rebelde, mas maconha nunca, até mesmo o espumante dos mais abastados com seu álcool é livre, mas a maconha não, pois a maconha não é como o álcool que é apenas popular ela pode ser produzida em casa, sem custo nenhum praticamente, isso que o Estado nunca vai liberar, por isso demonizar a maconha, vale lembrar que nos EUA no início do século XX o álcool foi proibido, resultado? O povo tava morrendo por ter que beber álcool etílico, depois de muuuitas mortes, o governo voltou atrás e assim surgiu nossa democracia linda.

Além da USP na UNB outros "maconheiros" estão em ação também (queria que os punks tivessem tanta atenção quanto os maconheiros, mas acho que esse tempo talvez já tenha passado) só que eles estão numa situação fisicamente bem pior, pois em Brasília se está sendo construído o setor noroeste onde o metro quadrado está previsto para custar 10 mil reais até, o mais caro do Brasil, claro, a empreiteira conseguiu muito fácil a papelada para poder construir o setor numa reserva indígena (pois a FUNAI só serve pra isso)  como o DF já foi criado para dar vazão à especulação imobiliária não tem nada demais nisso aí, a única coisa é que não só os índios mas também os estudantes "maconheiros" da UNB estão lá apanhando de choque elétrico, cassetete e tudo que tem direito da polícia e dos seguranças da empresa que tá fazendo as obras por lá, já saiu matéria dizendo até que os índios estão reclamando dos protestos dos estudantes pois eles querem poder negociar melhor com a empresa (??).
No fim das contas temos aí, um país inteiro vivendo uma doce ilusão (mais fácil de se aceitar) sobre a maconha, maconheiros e militância social. Muita força pra quem está lutando e fazendo algo, por que aceitar o que vem de cima é fácil demais difícil é olhar pra quem está por baixo.

3 comentários:

  1. Bo post, principalmente sobre o ponto do Santuario dos Pajés... tenho vergonha desse setor Noroeste!

    ResponderExcluir
  2. Cara, muito bom ler um post desse, fazia tempo que não lia algo tão sincero. E sinceramente, é realmente muita inocência achar que tudo aquilo é por causa de maconha. E mais nobre ainda, protestar contra a construção do noroeste numa reserva indígena, sei lá, é quase como 300 de Esparta, né? É uma luta triste, porque no fim prevalece o dinheiro, o interesse do capital, mas po, talvez por isso torne tudo ainda mais admirável!

    ResponderExcluir
  3. Eu quero poder fazer algo. Resistência, amigos.

    ResponderExcluir