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quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Um drama chamado UFOBA

 
É com gosto de sangue e suor que se faz uma verdadeira luta. A classe dominante, os "desgovernantes" do Brasil e do estado, estão criando finalmente a Universidade Federal do Oeste da Bahia, algo que era um sonho de muitos anos e já foi alvo de inúmeras manifestações durante a história da região oeste da Bahia.
Como já é de ciência da população a distribuição dos campus da UFOBA é muito tendenciosa e pouco útil de fato. Luís Eduardo Magalhães (antigo Mimoso do Oeste), uma das capitais do estupro ecológico no oeste da Bahia, que é do lado de Barreiras (fazendo parte dela há alguns anos atrás) vai ter um campus, nada contra as duas cidades terem um campus, na verdade seria muito justo, se todas as regiões do oeste da Bahia tivessem as mesmas condições, coisa que não é prevista no projeto original de criação da UFOBA (já que os lugares com mais universidades da região são justamente Barreiras e LEM). A bacia do Rio Corrente não tem nenhum campus previsto no projeto original, sendo que é a região que historicamente mais lutou pela educação na região.
Oportunamente o ruralista Oziel Oliveira fez uma ementa para o projeto, na qual a região ganharia um campus, mas será que o campus de Santa Maria da Vitória terá todos os privilégios em sua estruturação como os outros campus que irão ser construídos?
Como se essa problemática não fosse bastante ainda temos (mais) um problema com a criação da UFOBA, os campi da UNEB e UFBA que estão na região oeste serão incorporados, ou seja se transformarão em campi da UFOBA, como se é sabido, muitas das pessoas que estão na UFBA são de classe média alta, e já na UNEB de classe média média ou média baixa ou até menos que isso, e claro que muita gente não quer a junção justamente por isso, pra não misturar o povão com a burguesia. Além claro da diferença entre os cursos, como várias humanidades e licenciaturas na UNEB.
Pra quem não sabe, há muito que o governo estadual faz manobras para poder incapacitar o campus IX da UNEB (Barreiras), devido ao alto teor de militância social que este campus já carrega em seu histórico, a federalização do campus IX tira a “bomba” da mão do governo do estado e que se livra do “problema” que vai estar nas mãos do governo federal.
A união das duas faculdades é algo bom (!?), principalmente para quem estuda na estadual devido a precariedade da faculdade, que passará a obter mais recursos (em teoria), além da modificação da estrutura da mesma, pois pra quem não sabe um dos maiores entraves do campus IX é a reitoria em Salvador, pois fica longe, e todos os processos são demorados inclusive alguns sem resposta, a distância faz com que sejam esquecidos e que a cobrança fique mais difícil. Uma das coisas ruins dessa união é que os professores da UNEB são concursados e contratados pelo estado, e apenas se a emenda do deputado José Rocha passar eles não ficariam todos desempregados, pois há vários professores da UNEB sem mestrado e doutorado (coisa que nas federais é praticamente pré requisito pra contratação) ou alguma especialização em pedagogia, mostrada com problemas como os professores de bacharelados como engenharia agronômica e contábeis, com métodos bem arcaicos de ensino, e inclusive falta de pesquisa (pois com tantos professores que não têm dedicação exclusiva, a universidade vira apenas mais um local pra "despejar palavras e sair com a grana", já que é só mais um emprego desses profissionais, que ainda não descobriram pra que serve uma universidade). Tirando a boa notícia, devemos lembrar também das verbas para concursos, manutenção, como será a autonomia, pois já sabemos que inaugurar obras é tudo de bom pra político, mas depois há os sucateamentos e pararemos no mesmo lugar: vide UNEB e UFBA atualmente (pelo menos nossos queridos campus de Barreiras).

Aqui ficam as informações básicas mas necessárias para a luta, não consegui aqui os links para os projetos de lei nem das ementas, mas o número do Projeto de Lei é 2.204/11.

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