Depois de meses
deixando de almoçar, pegando carona, indo a pé pra não pagar
busão, finalmente juntei grana e consegui pegar a segunda edição
do Festival lindo Feminista Riot Punx Queer Vulva la Vida! Na
primeira edição rolou uns desencontros de uma carona e eu não pude
ir, mas dessa vez não ia deixar passar! Ainda quase sem grana, porém
com tempo e força de sobra, fui novamente pra Soterópolis,
aprender, trocar ideias, curtir, rever amigxs muito queridxs...
Programação
Expo de zines |
Conversa de introdução ao feminismo |
Rap e poesia |
Carla Duarte e Mabel estavam expondo alguns zines num “cordel” lindo, uns zines antigos, raros... depois fui pentelhar a Carla para poder lê-los e copiá-los... adoro zines! Não fiquei pro acolhimento... fui ser acolhida em casa =P
materiais da banquinha do Vulva |
Na oficina “o cabelo é feminista”! Camila Puni (lembram da poesia linda que a Projétil declama sem pagar os royalties? É dela, essa linda) e Sista Kátia, ensinando a fazer turbantes e a cortar seu próprio cabelo, entendê-lo, faça você mesma!
turbantes e tesouras... |
Fiquei em dúvida pois paralelamente à programação “oficial” uma outra ia surgindo, fechando os horários abertos mas também se sobrepondo, como uma oficina de linhas e agulhas com a Bianca, que queria bastante ver, espero poder pegar algum outro dia em Sampa!
marmita luxo da Rango Vegan =P |
Não participei muito ativamente da oficina de funk... mas saiu até um funk das meninas da oficina, acredita? Você pode conferir aqui.
Na anti-arte cheguei atrasada, mas os slides da Lina estavam muito bem feitos, com várias mulheres que fazem arte, pra mim bem desconhecidas, com obras lindas, outras chocantes, outras questionadoras... Ainda saiu uma intervenção urbana num outdoor, lindão =P
Programação |
zines, zines! |
O show foi foda, cheguei atrasada (ainda pego Munegrale alguma vez na vida!), mas consegui ver as meninas da Sapamá, punk rock do sul, com direito a cover pra animar a galera... Bertha Lutz eu curti um bocado, as meninas agitaram legal, banda de MG, que tem um coletivo por lá, o Nada Frágil, com um zine de mesmo nome, que tive a oportunidade de ler (brigadão Bah, ainda lhe mando o meu), gostei muito! (tem um texto sobre a Slut Walk que quando peguei pra ler pensei: ah não, mais do mesmo? Mas teve uma reflexão muito bem feita.) Estamira não preciso falar nada, não sei se é metal core o estilo em que elas se enquadram, só sei que foi foda demais, adorei a presença de palco delas, quebrando a obviedade da noite, que teve estilos musicais bem variados.
vista da nova sede da Rango Vegan |
No domingo, por causa do show de Cruz das Almas, não pude ficar até o final, apenas participando da almoça (o quê da Rango Vegan que não fica maravilhoso? *-*) e do começo da oficina de cupcake vegan que a Martha ministrou (e que deve ter ficado deliciosas).
banda GERK (Argentina) |
apresentação da Agnósia |
Sobre o show de Cruz... cena diferente... chão batido, quintalzão, galera naquela força de vontade e garra de cena do interior (mas que é bem maior que as do interiorzão, como as daqui)... simplesmente demais! Só conhecia duas bandas, Egrégora (lindxs) e Estamira (e alguém me diz da onde saiu aquele monte de tiozão cabeludo de preto bem na hora do show das meninas? ashaushu muito do nada, pena que o circle pit estava levemente perigoso). Gerk, Mácula, Exclusos (já falamos deles aqui), Rancor, todas bandas eu não conhecia, cada uma com suas particularidades, Exclusos foi massa, animaram a galera toda, última banda a tocar e conseguiu reunir uma galerona na frente do palco, curtindo, cover do Bosta Rala... Gerk, da Argentina, em que os caras tocaram mascarados, em homenagem aos indígenas, foda... as outras não lembro muito bem... só de uma menina no baixo de uma banda, a Debie, e dois vocais foda =P
Idéias novas todxs
têm, achei bem interessante a abordagem sobre questões de gênero
no evento, por exemplo, com as restrições das oficinas (“isenta
da participação de homens cis (se você não sabe o que é cis, dê
uma olhada aqui)”,
“exclusiva para mulheres cis e trans”, “exclusiva para mulheres
lésbicas ou bissexuais”), apesar de em certos casos isso não
significar segurança (como ocorreu no aquecimento) nem respeito
(como na oficina de vivências). Acho que foi um pouco irônico,
lembrando que a violência também parte de mulheres, por mais
cuidado que se tome.
Também acharia válido um evento em que mais coisas fossem abertas para meninos, que também se interessam por feminismo, e que querem aprender mais sobre, afinal, é um assunto universal. Será que não rola alguma iniciativa masculina ou mista? Iria ser demais... assim como a questão das bandas, eu penso: prefiro uma banda com meninos feministas que uma banda feminina de cabeças vazias... apesar de por um lado ser um tipo de empoderamento, acaba continuando na mesmice, às vezes até, servindo pra vender a imagem estereotipada de garotas bonitas femininas que tocam muito porque gostam de música, e creio que a mensagem do poder feminino fica um pouco deturpado... (claro que esse não foi o caso do show do Vulva, só estou refletindo aqui)
Finalizando, desculpa as fotos em qualidade ruim (ou que eu tirei mal), pela falta de algumas imagens, por ter essquecido de algo, por ter falado algo que ofendeu alguém... são só minhas impressões, apenas isso, saudosismo e opiniões, qualquer coisa, comente!
A única coisa que consigo imaginar, depois de tudo isso, é 2013, com muito amor, amigxs, saberes, sabores, abraços, risos, música, luta, ação... amo! Beijão à todxs!
Também acharia válido um evento em que mais coisas fossem abertas para meninos, que também se interessam por feminismo, e que querem aprender mais sobre, afinal, é um assunto universal. Será que não rola alguma iniciativa masculina ou mista? Iria ser demais... assim como a questão das bandas, eu penso: prefiro uma banda com meninos feministas que uma banda feminina de cabeças vazias... apesar de por um lado ser um tipo de empoderamento, acaba continuando na mesmice, às vezes até, servindo pra vender a imagem estereotipada de garotas bonitas femininas que tocam muito porque gostam de música, e creio que a mensagem do poder feminino fica um pouco deturpado... (claro que esse não foi o caso do show do Vulva, só estou refletindo aqui)
Finalizando, desculpa as fotos em qualidade ruim (ou que eu tirei mal), pela falta de algumas imagens, por ter essquecido de algo, por ter falado algo que ofendeu alguém... são só minhas impressões, apenas isso, saudosismo e opiniões, qualquer coisa, comente!
A única coisa que consigo imaginar, depois de tudo isso, é 2013, com muito amor, amigxs, saberes, sabores, abraços, risos, música, luta, ação... amo! Beijão à todxs!
Suzana, como é bom relembrar contigo esse festival tão especial!
ResponderExcluirO importante é nós mulheres nos apoderarmos o máximo possível da comunicação e respeito, na mesma intensidade.
Foi ótimo te encontrar pessoalmente!
bjinhas