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segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Deaf Kids, Narayama, Lifelifters e Ideocrime no Noise Terror - Negative







Wow! Em cima da hora ficamos sabendo de um show massa que ia rolar no Jabaquara, de umas bandas que eu, particularmente, nem conhecia (só o Narayama...) O convite pro show foi feito pelo nosso amigo, Robinho, do Elasticdeath, ex-Bandana Revenge, ainda não nos conhecíamos pessoalmente, então fomos aproveitar para pegar pegar o show e nos encontrar.
O show aconteceu na Noise Terror, um local onde além de outras coisas que se fazem num estúdio, rolam shows, o espaço é pequeno (é tipo uma casa), o que foi se acentuando quando a galera foi subindo pra se acomodar pra pegar o show. Demorou um pouco pra começar (coisa que parece ser de praxe no Noise), ficamos trocando idéia com o pessoal do RJ que veio, uma das bandas que tocaram, o Deaf Kids, é de lá.
A primeira banda que entrou no palco (da última vez que eu fui eu nem lembrava que lá tinha um) foi a Ideocrime, a música que eu mais curti foi uma que falou de rebeliões, acompanhada de um discurso sobre revolta, só que eu não lembro o nome dela e não tem na demo. Tiveram falas massa também. Aqui vai um link que achei, que tem uma entrevista e fala mais da banda: http://resistenciaprofana.blogspot.com/2011/01/ideocrime.html
Tivemos depois Narayama, que estamos enrolando até hoje nossa coletânea da Mainá Distro por causa da capa (han??? tipo, faz tempo que queríamos fazer uma coletânea de bandas mais fastcore, mas ela encalhou na parte da capa - tava tudo praticamente pronto, e o Narayama iria estar nela), não é um estilo que eu curta muito (eu gosto de sacar as letras na hora), mas o instrumental é foda demais...
A apresentação foi frenética, mas essa qualidade é algo que sobra em todo show de power violence, a banda tocou apenas com a guitarra e todo o peso de power blasts (técnicas de guitarras muito usadas no estilo) e os pedais de distorção, a bateria comandada por Iggy também não parava nenhum momento, marcando meticulosamente as batidas que serviam de fundo para os gritos dos vocalistas, que intercalavam as tonalidades entre gritos rasgados e graves guturais, rápido, violento e agressivo, assim passamos para a próxima banda o Lifelifters.
Essa apresentação da banda foi sem baixista devido a um contra-tempo que houve, pois ele foi preso acusado de estelionato por causa de um problema com o emprego, o que é uma merda muito comum nesses tempos capitalistas em que os trabalhadores são só escravos do sistema, onde qualquer ato de subversividade é punido severamente. Voltemos à apresentação, um show que é difícil de esquecer, há uma gama de sentimentos envolvidos no som que se mesclam com as cores do lugar junto com a sonoridade, que nos dão uma soma total da intensidade da banda, Lifelifters trouxe não apenas o som, mas discursos muito sérios como foi feito também no show da Ideocrime, reais, diretos, bonitos que nos comoviam de uma forma caótica, como tudo naquele lugar, assim como um arrepio na espinha. Uma característica da banda que tem ser levada em conta é a presença feminina feminista, pois temos nos shows garotas mas quando falamos de bandas tocando onde temos vários homens na banda e apenas uma menina, parece que ela só está lá preenchendo espaço, o que não acontece por aqui, a presença feminina da banda também sugere questionamentos, novos pensamentos, novas idéias e a um outro ponto de vista. Saíram do palco, foram-se mas deixaram no ar os ecos dos repiques finais da bateria calma, dizendo, estamos indo, mas ficaremos ecoando em vocês.
Após essa tormenta sonora entrou a banda que veio do Rio de Janeiro, o Deaf Kids. A banda se apresentou como um power trio de power violence, que não poupou tempo, assim que plugaram seus instrumentos, pedais e pratos na batera, começaram soltar mais e mais blasts no ar gritando dores, revoltas e indagações sobre a qualidade de vida do ser humano na sociedade atual. Entre as músicas foram feitos discursos, houve uma grande agitação, mesmo sendo a última banda a galera ainda estava no pique de curtir, haviam também um clima de zuação no show que dava pra perceber quando o vocal/guitarra ia falar seus dizeres sobre as músicas e alguém dizia logo "Toca logo! Fala nada não!"
a ânsia para curtir era grande, aquela noite maravilhosa estava acabando, mas não deixava um clima de tristeza e sim de alegria de ver a galera pra trocar idéia depois do show, e de também esperar o próximo show acontecer.
Saímos correndo do Noise, pois já tava dando o horário do último busão, queria aproveitar pra dizer que o podia vender além refri e cerveja, um suco ou um lanchezinho vegan né?

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