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sexta-feira, 25 de junho de 2010

De Piratas e Pirataria

O drama da pirataria no Golfo de Aden – pela costa Leste da Somália – está nas notícias dos últimos dias.
De início, a pirataria é vista como um problema que necessita de soluções militares, se não globais!
“Alguns politiqueiros correm a seus microfones para dizer que os piratas são “meliantes”, "criminosos”, ou em último ataque “terroristas contra o Ocidente”.
Tais pronunciamentos quase sempre me deixam pasmo, ou em melhor dos casos, em dúvida, porque detrás destes eventos, existe uma história que clama por explicação.
Se a pirataria é um crime quando quem os faz são indivíduos, o que é quando quem os faz são os Estados?
Quem vai negar que os Estados Unidos roubam e dão calote nas populações nativas deste continente? Ou que milhões de pessoas foram roubadas na África para trabalharem por séculos aos brancos norte-americanos?
Isso é pirataria? Ou simplesmente “política”?
A pirataria ocorreu nos séculos XVII e XVIII, graças a conflitos entre poderes coloniais (com os “corsários” britânicos, por exemplo, que roubavam navios espanhóis com a proteção da Coroa), ou simplesmente à procura de dinheiro.
Como nada se tinha comentado em relação ao governo somaliano por uma geração, então: o que mais é a pirataria de hoje, senão uma forma de ganhar a vida, quando não um modo muito perigoso?
Há alguns anos, a administração Bush armou e incitou a Etiópia a invadir a Somália. Isto não é pirataria de Estado?
Quando os Estados Unidos invadiram o Iraque em 2003 removendo seu governo, impondo sua forma de governar, bombardeando indiscriminadamente a população e forçando ao exílio um terço da população do país, tudo fundamentado em mentiras – isso não foi pirataria, sob o signo da “segurança Nacional”?
Os piratas fazem negócio por menos, as nações por muito mais!
Quem são os “meliantes”, os “criminosos”, os verdadeiros piratas?
Pelo que se sabe nenhuma quadrilha de piratas jamais roubou uma nação.
Adivinhem quem faz isso?
Mumia Abu-Jamal - há mais de 25 anos no corredor da morte.
13 de abril de 2009
Tradução > Palomilla Negra
agência de notícias anarquistas-ana
Deixem que apareça a lua
Pra benzer a chuva
Novo casamento.
Carmen Derêz

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