[Acredita-se  que entre 150 e 200 cadáveres foram enterrados numa vala comum em  Evros. A maioria dos corpos são de muçulmanos, provenientes  principalmente do Afeganistão e do Iraque. No local há apenas uma  placa toda perfurada de balas com os dizeres "sepultura em massa de  imigrantes ilegais". Esta é a Grécia, esta é a União Européia, este é o  capitalismo, esta é uma guerra e nós vamos começar a vingança.]  
Durante  os primeiros sete meses de 2010, 38 homens morreram ao tentar  atravessar a fronteira fortemente vigiada greco-turca. Os corpos dos  mortos estão sendo transferidos para o departamento de medicina forense  da clínica universitária de Alexandroupoulis. Uma vez que eles não podem  ser identificados, apenas um teste de DNA permitirá que os parentes  possam identificá-los.  
Em  25 de junho de 2010, 19 pessoas se afogaram no rio Evros, fronteira  natural com a Turquia no nordeste da Grécia. Outros 14 cadáveres foram  arrastados para o lado grego do rio e levados para uma clínica  universitária por um empresário de Orestiada. 
 
 Depois  dos mortos terem sido examinados e registrados, o empresário os enviou  para uma aldeia da minoria turca nas montanhas acima de Soufli, para  serem enterrados no cemitério muçulmano.  
No  entanto, os cadáveres podem agora ser encontrados numa vala fora da  aldeia de Sideró, num terreno inacessível. Apenas uma placa, marcada por  muitos tiros de pistola, diz que o lugar é um "cemitério dos imigrantes  ilegais", onde os cadáveres estão enterrados. É óbvio que se trata de  uma vala comum.  
Ao  se aproximar do local, pode-se ver os buracos que foram escavados e  novamente preenchidos por tratores bulldozers e que podem conter dezenas  de cadáveres.
 Investigações  na área indicam que esta prática tem vindo a ocorrer há vários anos.  Acredita-se que entre 150 e 200 mortos foram enterrados em vala comum.  Embora o governo local tenha ordenado uma ablução e enterro de acordo  com o rito muçulmano, os mortos foram apenas enterrados na vala comum.  Esta prática denota ausência de qualquer respeito nem para os mortos nem  para os seus familiares. Mesmo uma exumação para que os mortos sejam  enterrados de uma forma mais digna não é mais possível.  
A  existência dessa vala comum na fronteira externa da União Européia vem  reforçar a imagem de humilhação constante e degradação do apoio aos  refugiados e imigrantes. É com uma brutalidade sistemática que os  refugiados e imigrantes são impedidos de cruzarem as fronteiras, a mesma  brutalidade com que encaram a morte de quem procura proteção. Mesmo  após a sua morte, estes seres humanos continuam a ser pessoas de segunda  classe que aparentemente não merecem sequer um enterro com dignidade  humana. Protestamos contra o tratamento abominável dos  refugiados e imigrantes e o desprezo que é mostrado para com eles, não  importa se vivos ou mortos.  
O jornal Ta Nea comenta:  
“Para  os moradores de Sidero, que administrativamente pertence ao município  de Soufli, onde a maioria dos habitantes são muçulmanos gregos, é um  segredo compartilhado que esta coisa está acontecendo na sua aldeia há  muitos anos. Inicialmente, a polícia enterrava lá imigrantes ilegais  mortos, posteriormente o mouftia de Evros solicitou que as regras do  enterro muçulmano tinham que ser seguidas, visto que a maioria dos  imigrantes ilegais são muçulmanos. Isto é como o "cemitério" em Sidero  foi criado. Permissão sanitária nunca foi emitida para aquele lugar.  Além disso, além do sinal nada mais se assemelha a um cemitério. Nos  últimos anos, funcionários do Estado decidiram subsidiar o processo. Um  empresário foi escolhido após um processo de leilão. Cada corpo tem um  preço de 700 euros. De acordo com a lei dos corpos, eles são mantidos em  geladeira até 80 dias, e se ninguém os reconhecer e reclamar acabam  indo para o cemitério de despejo.  
Vídeo:   
  Tradução > Liberdade à Solta  
agência de notícias anarquistas-ana  
a borboleta
pousa sobre o sino do templo
adormecido
pousa sobre o sino do templo
adormecido
Buson 

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